Pneumonia é o nome que damos à infecção de um ou ambos os pulmões. Trata-se de uma doença infecciosa habitualmente causada por bactérias, mas que também pode ser provocada por vírus ou fungos.
Segundo a Fundação Portuguesa do Pulmão, a pneumonia é a segunda causa de morte em Portugal, depois da doença isquémica do coração.
Estima-se que todos os anos no nosso país, surgem 150 mil novos casos de pneumonia e seja responsável por cerca de 50 mil internamentos por ano, com 93% dos óbitos a ocorrem em pessoas com mais de 70 anos.
É uma doença mais frequente nos adultos com mais de 60 anos e afeta, de igual modo, ambos os sexos. Contudo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a pneumonia é a principal causa de morte na infância em todo o mundo.
Atualmente enfrentamos uma pandemia mundial devido ao novo coronavírus (COVID-19) que nos casos mais graves, pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda.
Na Mais que Cuidar pode encontrar produtos de apoio na área da saúde como os nebulizadores, os aspiradores de secreções e os concentradores de oxigénio que podem ajudar no tratamento desta doença.
Neste guia explicamos-lhe ao detalhe quais as causas da pneumonia, bem como as suas complicações. Damos-lhe conta de quais os tratamentos disponíveis para esta doença, e qual a sua relação com a gripe. Confira!
O que é a pneumonia?
A pneumonia é uma doença que consiste numa inflamação aguda do tecido pulmonar, caracterizada pela proliferação de microrganismos ao nível dos alvéolos (as microscópicas bolsas de ar responsáveis pela passagem do oxigénio dos pulmões para o sangue).
Na realidade não falamos apenas numa só doença, uma vez que pode ser causada por diferentes microorganismos como bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Nessa altura podemos dizer que estamos perante diferentes pneumonias conforme o microrganismo que está na sua origem.
Habitualmente, a doença desenvolve-se quando o sistema imunitário da pessoa está enfraquecido e, ao mesmo tempo, ocorre a entrada para as vias respiratórias de um organismo particularmente infeccioso. As infeções por vírus e bactérias são as causas mais frequentes e são as principais responsáveis pela mortalidade por pneumonia.
A doença pode ser contraída no dia-a-dia, mas está, também, associada a ambientes de cuidados de saúde, ocorrendo, por vezes, em hospitais.
Quais os tipos de pneumonia?
A pneumonia não é uma doença única, mas muitas doenças diferentes, cada uma delas causada por um microrganismo diferente. Assim, as pneumonias são todas diferentes, até porque todos os doentes são diferentes entre si e porque os vários microrganismos causadores das pneumonias também são diferentes no seu comportamento e na sua agressividade.
Assim, os principais tipos de pneumonias são:
Pneumonia bacteriana
Denomina-se pneumonia bacteriana quando a doença é causada por bactérias. O agente bacteriano mais comum é o Streptococcus pneumoniae (agente da pneumonia pneumocócica), seguido pelo haemophilus influenzae, daí que todos os esquemas de tratamento empírico devam abranger estes agentes.
Pneumonia vírica
A causa mais comum de pneumonia viral ou vírica é a provocada pelo vírus Influenza A (o vírus Influenza é o causador da gripe e é classificado em A, B e C), que ocorre predominantemente nos meses de inverno.
Pneumonia fúngica
A pneumonia fúngica é provocada por fungos. Este tipo de pneumonia ocorre essencialmente em indivíduos imunodeficientes, daí serem denominados de agentes oportunistas. Desses agentes destacamos a cândida e o pneumocistis jiroveci, muito comum em doentes com SIDA.
Pneumonia química
Por vezes, a inalação de gases tóxicos provenientes de silagens, onde se verifica a libertação de dióxido de azoto, pode provocar uma doença aguda que simula uma pneumonia bacteriana ou vírica aguda quer na clínica quer na radiografia do tórax.
O mesmo se passa com os trabalhadores da indústria têxtil (essencialmente em tinturarias), expostos a aerossóis de produtos químicos orgânicos (concebidos para polimerizar em mistura) que poderão desenvolver uma pneumonia organizativa.
Pneumonia de aspiração
A pneumonia por aspiração pode ocorrer após um episódio de aspiração (ex. do conteúdo gástrico) ou de obstrução brônquica por um corpo estranho.
Partículas minúsculas provenientes da boca migram frequentemente para as vias aéreas, mas, de um modo geral, são eliminadas pelos mecanismos normais de defesa antes que possam chegar aos pulmões ou causar inflamação ou infecções. Se essas partículas não forem eliminadas, podem causar pneumonia.
Se não for tratada, a pneumonia por aspiração pode progredir rapidamente para um processo necrosante que é geralmente devido a um organismo anaeróbio. O processo pode envolver um segmento pulmonar, um lóbo, ou um pulmão inteiro, com extensão final para a pleura (“empiema”).
Em alguns doentes, a pneumonia necrotizante culmina com abcessos pulmonares, noutros por sua vez a aspiração produz uma doença com uma duração de várias semanas que se caracteriza por mal-estar, tosse produtiva e febre baixa.
Pneumonia atípica
Denomina-se pneumonia atípica a um grupo de doentes cuja doença se caracteriza pela existência de escassa expectoração e não se revela agente nos esfregaços de expectoração (Coloração Gram ou ziehl- Neelsen) ou culturas (incluindo para micobactérias e Legionella).
A manifestação clínica da doença é geralmente subaguda e a imagem radiológica que consiste de infiltrados irregular ou num padrão intersticial. A febre e leucocitose periférica são menos comuns ou intensas do que em pneumonias bacterianas comuns.
Pneumonia bilateral
A pneumonia bilateral é uma infeção respiratória grave que afeta ambos os pulmões provocando dificuldades respiratórias.
Qual a diferença entre pneumonia comunitária e nosocomial?
O que diferencia a pneumonia comunitária da pneumonia nosocomial é o local onde é contraída a doença. Ou seja: quando a pneumonia é contraída e se desenvolve no dia-a-dia na comunidade onde o doente está inserido dá-se o nome de pneumonia comunitária.
Já quando a pneumonia é contraída quando os doentes estão internados no hospital para serem tratados por um outro problema, designa-se de pneumonia nosocomial. É, portanto, uma pneumonia adquirida em ambiente hospitalar.
Há ainda uma diferente classificação para a pneumonia comunitária que se divide em típica e atípica. No primeiro caso, os sintomas são sobretudo respiratórios. No segundo, os doentes referem muitos sinais extra-respiratórios, o que significa uma infeção mais generalizada. Esta classificação é importante porque o tratamento é diferente.
Assim, a pneumonia adquirida na comunidade é definida como a apresentação de sinais, sintomas e alterações radiológicas comuns a esta patologia num doente que vem da comunidade e que desenvolve este quadro normalmente até 48h após a admissão no hospital.
A pneumonia hospitalar ou nosocomial é aquela que ocorre 48h após o internamento e que não estava em incubação na altura da admissão.
A pneumonia é contagiosa?
De um modo geral, a pneumonia não é uma doença contagiosa, mas existem exceções. Há alguns tipos especiais que podem ser transmitidos de uma pessoa para outra, como as pneumonias de origem viral e algumas formas de pneumonia bacteriana.
Ou seja, a pneumonia pode ser transmitida pelo ar após o contato com secreções de pessoas contaminadas. Essa via de transmissão, porém, é uma das menos comuns e só ocorre com alguns germes específicos.
Na maioria dos casos, o germe que provoca a infecção pulmonar vem da cavidade nasal ou da orofaringe do próprio paciente. São as bactérias que habitualmente colonizam as vias aéreas superiores as responsáveis pela maioria dos casos de pneumonia.
Porém, se o sistema imunológico do paciente estiver forte, estas bactérias são impedidas de migrarem para o pulmão, mas ao primeiro sinal de fraqueza, elas podem conseguir ultrapassar a barreira de defesa e instalar-se no tecido pulmonar provocando a pneumonia.
No entanto, importa destacar que a maioria das pessoas que entra em contacto com uma pessoa que esteja doente com uma forma contagiosa de pneumonia não vai contrair a doença.
Grupos de risco da pneumonia
Pessoas idosas, crianças muito pequenas, fumadores, indivíduos desnutridos, portadores de doenças crónicas, portadores de doenças pulmonares ou pacientes imunossuprimidos são o grupo com maior risco de desenvolverem pneumonia, uma vez que costumam apresentar um sistema imunológico mais fraco e/ou um pulmão cronicamente doente.
Para além disso, pessoas que residem em lares ou casas de repouso e os doentes com internamento hospitalar prévio têm também maior risco de contrair pneumonia.
Causas da pneumonia
Conforme já foi referido, a pneumonia pode ser provocada por diferentes microorganismos como bactérias, vírus, fungos ou parasitas, que variam com a idade do paciente e com outros factores, como a imunidade da pessoa.
Ou seja, os indivíduos que contraem pneumonia são geralmente expostos a dois fatores: um germe altamente virulento e uma falha no sistema de defesa das vias respiratórias.
Ou seja, para que alguém desenvolva pneumonia é preciso que um fungo, vírus, parasita ou bactéria chegue até os alvéolos.
Em geral, isso é muito difícil, pois o trato respiratório possui um complexo sistema de defesa, que incluem desde cílios que “varrem” constantemente as vias respiratórias até milhões de anticorpos e células do sistema imunológico espalhadas por toda a sua superfície.
O próprio espirro e o reflexo da tosse são mecanismos de defesa, ativados para expulsar qualquer estrutura das porções mais internas do sistema respiratório.
Contudo, a causa concreta das pneumonias pode muitas vezes ser incerta, uma vez que uma elevada percentagem de doentes não é submetido a exames que identifiquem as etiologias específicas.
S. pneumoniae, H. influenzae, C. pneumoniae e M. pneumoniae são as causas bacterianas mais comuns. As pneumonias causadas por clamídia e micoplasma são, muitas vezes, clinicamente indistinguíveis de outras causas. Etiologias virais comuns envolvem vírus sincicial respiratório (VSR), adenovírus, vírus influenza, metapneumovírus e vírus parainfluenza.
Quais são os sintomas da pneumonia?
O sintoma mais comum de pneumonia é a tosse com expetoração (muco espesso ou com coloração alterada). No entanto, os sintomas variam em função da extensão da doença e do microrganismo causador e podem incluir:
- Dor no peito
- Calafrios
- Febre
- Falta de ar (dispneia)
Para além disso, os sintomas podem também variar em bebés e idosos, podendo nestes não existir febre ou dor no peito e, algumas vezes, os únicos sintomas são a respiração rápida e ruidosa ou uma recusa súbita de comer. Noutros casos, em pessoas idosas, a confusão súbita pode ser o único sinal da doença.
Podem ainda surgir outros sintomas não respiratórios, como:
- Dor de cabeça
- Náuseas
- Vómitos
- Dor abdominal
- Diarreia
- Dores nos músculos e articulações.
Como diagnosticar a pneumonia?
Uma vez que a pneumonia é uma doença aguda e pode ter uma evolução imprevisível é importante fazer-se uma avaliação inicial para determinar a escolha do tratamento, que deverá ser imediato.
O médico especialista responsável por esta doença é o pneumologista que costuma realizar o diagnóstico da pneumonia não só através dos sintomas que caracterizam esta patologia, mas também com a realização de um exame ao tórax do doente.
A radiografia torácica é imprescindível para garantir o seu diagnóstico e excluir outras doenças que possam ter sintomas do mesmo tipo. É igualmente imprescindível se não houver melhoria em 48 a 72 horas ou se o doente tem fatores de risco que facilitem o aparecimento de complicações.
Por outro lado, a tomografia computorizada (TAC) pode fornecer imagens de melhor resolução do que a radiografia e, por isso, em alguns casos, pode estar indicada. Podem ainda ser pedidas análises ao sangue (que ajudem a identificar o agente infeccioso) ou à expetoração. Em situações mais graves, pode estar indicada a colheita de líquido pleural ou a realização de uma broncoscopia.
Tratamento da pneumonia
O tratamento da pneumonia, incluindo a medicação a utilizar, deve ser sempre prescrito pelo médico pneumologista, não devendo nunca o doente automedicar-se.
Para decidir qual o melhor tratamento, o especialista deve analisar a gravidade da doença mas também ter em conta outros fatores como:
- Idade do doente
- Sintomas apresentados
- Outros problemas de saúde que o doente tenha
- Apoio familiar
- Tensão arterial do doente
Veja também: Tensão arterial baixa, normal ou alta: valores ideais, quais os riscos e como medir?
Na maioria dos casos, talvez mais de 80%, o tratamento da pneumonia faz-se em ambulatório não sendo necessário internamento. Este está indicado quando o doente apresenta outros problemas de saúde, quando a evolução não decorre de modo favorável nas primeiras 48 a 72 horas, quando surge um agravamento dos sintomas ou do quadro clínico e quando aparecem complicações.
Medicamentos
O tratamento baseia-se em antibióticos, quase sempre por via oral, e outras medidas de apoio conforme necessário (medicamentos para a febre, tosse, entre outros). Nas pneumonias virais, podem estar indicados medicamentos antivirais.
Fisioterapia respiratória
Este tipo de tratamento utiliza estratégias, meios e técnicas de avaliação e tratamento não invasivos, com o objetivo de otimizar o transporte de oxigénio, contribuindo para prevenir, reverter ou minimizar disfunções a esse nível, promovendo assim a máxima funcionalidade e qualidade de vida do utente. Os seus objectivos são essencialmente:
- Favorecer a eficácia de ventilação
- Assegurar a permeabilidade das vias aéreas, prevenindo a acumulação de secreções
- Melhorar a efetividade da tosse
- Melhorar a resistência e a tolerância à fadiga.
Oxigenoterapia
A oxigenoterapia está indicada para pessoas com problemas pulmonares, como a pneumonia, e não são capazes de absorver todo o oxigénio que o corpo precisa para realizar normalmente suas funções vitais.
O tratamento com oxigenoterapia atua compensando a baixa concentração de O2 no organismo do paciente. Normalizando a saturação necessária de oxigénio no metabolismo e diminuindo o esforço cardíaco, podendo ser fundamental no processo terapêutico de recuperação do paciente.
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Nebulizadores
Os nebulizadores são dispositivos que produzem um aerossol, um gás que contém uma suspensão de matérias sólidas ou líquidas, sob a forma de partículas muito finas.
O tratamento com recurso a nebulizadores é conhecido como aerossolterapia (terapia de nebulização), e consiste na administração de fármacos por via inalatória, recomendada principalmente no tratamento de doenças das vias aéreas superiores e dos pulmões como a pneumonia.
Veja também: Como fazer nebulização com soro fisiológico e para que serve?
Aspiradores de secreções
Os aspiradores de secreções são utilizados pelos profissionais de saúde sobretudo os enfermeiros, em doentes idosos ou acamados com pneumonia e que têm dificuldade em expelir a expetoração.
Tratamento caseiro
Os tratamentos caseiros são ótimas opções naturais para fortalecer o sistema imunitário e ajudar no tratamento da pneumonia, principalmente porque podem aliviar alguns dos sintomas típicos como tosse, febre ou dor muscular, melhorando o conforto e facilitando o processo de recuperação.
No entanto, estes tratamentos não substituem o tratamento médico, e sempre que possível, os remédios caseiros devem ser utilizados sob orientação do médico responsável pelo tratamento.
Dieta
É possível complementar o tratamento médico com determinados alimentos que, além de aumentar nossas defesas, ajudam a tratar a pneumonia. Por exemplo, é importante aumentar o consumo de alimentos antioxidantes e anti-inflamatórios, como atum, sardinha, castanhas, abacates, legumes e frutas, como laranja e limão, por exemplo, para fortalecer o sistema imunitário e acelerar o processo de recuperação.
Além disso, também é importante reduzir o consumo de alimentos ricos em açúcar, gordura, frituras, sal e cafeína, já que pode atrapalhar a recuperação e piorar o estado geral de saúde.
Veja também: Alimentação para idosos: importância e como montar uma ementa saudável.
Quais as complicações da pneumonia?
A ocorrência de complicações, bem como a gravidade da pneumonia, dependem da saúde global do indivíduo, da idade, do tipo e da extensão da pneumonia. As pessoas jovens e saudáveis geralmente são tratadas com sucesso. Já os idosos, fumadores, portadores de doença cardíaca (insuficiência cardíaca) ou pulmonar (DPOC /enfisema) podem ser mais difíceis de tratar.
As principais complicações relacionadas com a pneumonia são:
Derrame pleural
Traduz-se pela existência de líquido ou mesmo pus (empiema) na cavidade pleural devido a infeção por contiguidade a partir dos pulmões.
Abcesso pulmonar
Por vezes a pneumonia pode abceder, formando uma cavidade dentro do pulmão.
Insuficiência respiratória
Acontece em pneumonias muito extensas com necessidade de ventilação mecânica e cuidados intensivos.
Bacteriemia
Acontece quando há uma invasão da corrente sanguínea pelas bactérias causadoras da pneumonia, que podem disseminar-se rapidamente para outros órgãos e causar outras infecções.
Prevenção da pneumonia
Para prevenir ou evitar a pneumonia, podem ser tomadas algumas medidas, fundamentalmente nos grupos de risco. A principal é a vacinação. As vacinas constituem uma boa medida no sentido de prevenir infeções pulmonares e as suas complicações.
Sabe-se que a infeção viral recente favorece o aparecimento de determinados tipos de pneumonia e aumenta a probabilidade de complicações, pelo que é importante que alguns grupos de risco se vacinem contra a gripe, uma vez que previne a hospitalização por pneumonia em grande número de casos.
Também a vacinação pneumocócica está aconselhada às pessoas que apresentam maior risco como os idosos, com idade superior a 65 anos, os que vivem em lares ou noutras instituições, os que têm doenças crónicas, os que estão sujeitos a tratamentos que debilitam as suas defesas, as grávidas, os prestadores de cuidados de saúde e a todos os que convivem com pessoas em risco. Esta vacina protege as pessoas das formas mais agressivas da doença.
Em Portugal, a vacinação pneumocócica está recomendada em indivíduos que apresentam risco acrescido de doença invasiva pneumocócica, como por exemplo, doença pulmonar crónica (enfisema, asma, bronquiectasias, fibrose quística, doença intersticial pulmonar), doença hepática crónica, insuficiência renal crónica, fístulas de líquido cefalorraquidiano, implantes cocleares, diabetes mellitus, asplenia ou disfunção esplénica, imunodeficiência primária, infecção por HIV, receptor de transplante, doença neoplásica, imunossupressão, síndrome de Down, síndrome nefrótico.
Para além disso, os especialistas aconselham ainda uma nutrição e hidratação adequada para estimular as defesas naturais e ajudar a prevenir o desenvolvimento de infeções. Também o controlo da poluição e uma boa higiene, sobretudo em casas com famílias numerosas, são outras medidas importantes.
Veja também: Importância da hidratação: benefícios e dicas para manter o corpo sempre hidratado.
Existe vacina da pneumonia?
Não existe nenhuma vacina contra a pneumonia que previna todos os tipos desta infeção pulmonar.
Contra o pneumococo (agente mais frequente), dispomos atualmente de duas vacinas ativas apenas contra algumas estirpes bacterianas desse grupo. São as duas injetáveis e constituídas por fragmentos de vários tipos de pneumococos responsáveis pela maioria das infeções mais graves provocadas por esta bactéria.
A chamada vacina antipneumocócica conjugada pediátrica deve ser utilizada em crianças entre os seis meses e os cinco anos. Confere proteção contra sete diferentes tipos de pneumococos. É comercializada em Portugal e os pediatras administram-na aos dois, quatro e seis meses, reforçando a vacinação aos 18 e 24 meses.
A outra vacina antipneumocócica poliosídica, comercializada no país, confere proteção contra 23 tipos diferentes de pneumococo e está indicada para crianças com idade superior a dois anos e para adultos.
Qual a diferença entre pneumonia e gripe?
Para algumas pessoas distinguir a gripe e a pneumonia pode ser tarefa fácil, mas acredite que existem muitas diferenças. Além de os sintomas serem muito parecidos – alguns até iguais – de as duas doenças terem uma maior incidência no inverno, existem algumas diferenças que devem ser referidas.
A primeira delas é que a gripe aparece como uma infecção viral das vias aéreas superiores, já a pneumonia afeta as vias aéreas inferiores, ou seja, os pulmões.
Por outro lado, o vírus causador da gripe, o influenza, propaga-se rapidamente por distintos meios, o principal deles pelo espirro de uma pessoa contaminada. Já a pneumonia pode ser contagiosa porém, só ocorre com alguns germes específicos.
Também ao nível da gravidade existe diferença entre as duas, sendo que a pneumonia é menos benigna é mais intensa e mais duradoura.
Afinal, pneumonia tem cura?
A pneumonia é uma doença cujo prognóstico depende de vários fatores que vão desde o agente causador e mecanismos de defesa do doente à rapidez de início do tratamento.
De uma forma geral, a pneumonia da comunidade possui um curso benigno e uma boa evolução, no entanto, por vezes, ocorre uma progressão acelerada e pode levar rapidamente à sepsis (infeção generalizada) e consequentemente à morte. Ou seja, podemos afirmar que a pneumonia pode matar se não for tratada em tempo útil ou se for tratada de forma incorreta.
Neste sentido, é importante estar ciente da gravidade da doença e ter cuidado com alguns “tratamentos” como chá ou outros, por vezes descritos em alguns blogs na Internet. Não existe qualquer remédio natural ou caseiro que tenha provado curar ou tratar a pneumonia, pelo que o doente deve tomar consciência da seriedade da doença e consultar o médico com a maior urgência possível.
Conclusão
Percebemos que o curso da pneumonia depende muito da sua gravidade, do agente responsável, da idade e do estado de saúde do paciente antes do aparecimento da patologia e de um tratamento atempado e adequado.
A verdade é por vezes, a doença pode não apresentar sintomas específicos que permitam um diagnóstico imediato e faz com que evolua com mau prognóstico. Uma gravidade que, em Portugal, se regista nos números disponíveis com cerca de 50 mil internamentos por ano e uma incidência de 150 mil novos casos.
Na realidade, apesar do aparecimento de novos medicamentos e técnicas de tratamento, a pneumonia continua a causar a morte em elevada percentagem de doentes, sendo mesmo a principal causa de morte na infância em todo o mundo.
Na Mais que Cuidar pode encontrar produtos de apoio na área da saúde como os nebulizadores, os aspiradores de secreções e os concentradores de oxigénio que podem ajudar no tratamento desta doença.
Juntos Cuidamos Melhor!
Referências
- Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas (RESPIRA).
- Sociedade Portuguesa de Pneumologia
- Fundação Portuguesa do Pulmão
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.