Ajudar os idosos a manterem-se independentes pode ser um desafio, sobretudo se o idoso não considerar a utilização de um dispositivo de mobilidade que o mantenha mais seguro e ajude com as deslocações.
Os idosos a partir de certa idade precisam frequentemente de ajuda para se deslocarem e os dispositivos de mobilidade, como bengalas ou andarilhos, podem mantê-los mais seguros e independentes durante mais tempo.
Mas, este processo pode encontrar muita resistência por parte dos idosos, que por medo ou receio, resistem a fazer mudanças úteis e necessárias nas suas vidas.
Os dispositivos auxiliares de mobilidade oferecem uma grande ajuda às pessoas com deficiência motora moderada a grave e que necessitam de ajuda para se deslocarem.
No entanto não existe uma solução única para todos no que respeita aos dispositivos de mobilidade. Os auxiliares de mobilidade proporcionam várias vantagens aos utilizadores, dependendo das suas necessidades e do seu nível de mobilidade.
Existem dispositivos muito variados e com funções distintas, sendo necessário fazer uma avaliação do idoso e mesmo com a ajuda do médico, encontrar os dispositivos que sejam mais adequados a cada caso.
Tipos de dispositivos
Existem muitos tipos de dispositivos auxiliares de mobilidade e é importante ter uma ideia do que cada um faz.
Dispositivos ambulatórios
Os dispositivos ambulatórios são adequados para os idosos que necessitam de uma ajuda mínima para se deslocarem.
São concebidos para ajudar a apoiar o corpo, aliviando parte da carga das pernas e dos pés, melhorando o equilíbrio e a estabilidade.
Alguns dos tipos mais comuns de dispositivos ambulatórios de deslocação são:
Bengalas
As bengalas oferecem apoio aos idosos que têm menos estabilidade nos pés. Existem em diferentes tamanhos e formas e são relativamente os mais baratas do que outros dispositivos de mobilidade.
Andarilhos
Os andarilhos são muitas vezes utilizados quando a bengala não consegue dar apoio suficiente. Normalmente, um andarilho requer uma força moderada das mãos e dos braços, mas pode suportar até 50% do peso corporal do idoso, dependendo do tipo de andarilho utilizado.
Andarilhos com rodas
Estes andarilhos são mais fáceis de manobrar e uma opção mais adequada para os idosos que não têm força para usar um andarilho ou uma bengala.
Dispositivos de mobilidade para idosos incapazes de andar
Para os idosos que já não têm força total nos membros inferiores ou que têm deficiências graves, os dispositivos de marcha podem não ser suficientes para dar o apoio de que necessitam.
Estes são alguns dispositivos de mobilidade alternativos para idosos incapazes de andar:
Cadeiras de rodas
Podem ser manobradas manualmente pelo utilizador, empurradas por outra pessoa ou movidas a eletricidade.
As cadeiras de rodas também podem ser classificadas de acordo com as suas funções. Por exemplo, cadeiras de rodas pesadas, concebidas para idosos com excesso de peso, e cadeiras de rodas leves, que são convenientes para viajar.
Scooters de mobilidade
As scooters são recomendadas para idosos com força limitada na parte superior do corpo que os impede de utilizar uma cadeira de rodas manual.
Este dispositivo tem guiador ou volante para ajudar os idosos a controlar facilmente a direção
As scooters de mobilidade funcionam como uma mota e têm diferentes designs funcionais.
Existem scooters concebidas para utilização em interiores e modelos mais robustos destinados a utilização no exterior e ao transporte de cargas pesadas.
Dispositivos de mobilidade para modificações de segurança
Para ajudar os idosos a manter um pouco de independência e mobilidade em casa, são necessárias algumas modificações de segurança para os ajudar a enfrentar o dia.
Estas são duas das modificações domésticas mais comuns que podem ajudar os idosos:
Cadeiras elevatórias
Ter uma cadeira elevatória em casa é extremamente benéfico para os idosos que precisam de ajuda para subir e descer as escadas.
Corrimões e barras de apoio
Os corrimões ou barras de apoio são dispositivos que podem ser instalados em diferentes áreas da casa, como na casa de banho e nas entradas dos quartos, para ajudar os idosos a deslocarem-se de um local para outro. Os corrimões também ajudam a reduzir o risco de quedas e escorregadelas.
Dispositivos de prevenção de quedas
Outros dispositivos de prevenção de quedas para os idosos são:
Tapetes antiderrapantes que podem ser colocados ao lado da cama; grades de segurança para ajudar a evitar quedas da cama; alarmes de monitorização de quedas para alertar os familiares e os prestadores de cuidados sobre movimentos não assistidos da cama ou da cadeira.
Vencer a resistência dos idosos
Convencer alguém a utilizar um dispositivo de mobilidade pode ser uma tarefa árdua, mas é importante usar de compaixão e capacidade de escuta para se conseguir explicar ao idoso os benefícios dos dispositivos.
Ao debater questões de mobilidade com idosos, é importante perceber que o medo de envelhecer é muito real. Pode impedir uma pessoa normalmente racional de aceitar a ajuda de que necessita.
Muitos idosos receiam perder a sua independência. Dizer-lhes que precisam de ajuda pode ser um golpe para o orgulho, por isso é importante adotar uma abordagem delicada e suave.
Em vez de confrontar abertamente o idoso e exigir que mudanças abruptas, será mais produtivo ter uma conversa franca e cuidadosa num ambiente calmo e sem julgamentos.
Dispositivos de mobilidade essenciais para ajudar os idosos a manter a independência
Os melhores dispositivos de mobilidade para os idosos são os que se adaptam a necessidades específicas.
Desta forma, é importante procurar um conselho médico. Ao falar com o médico, em conjunto, poder-se-á decidir quais os dispositivos de assistência necessários para ajudar o idoso a realizar as suas atividades diárias em segurança.
O médico pode orientar mais facilmente para o dispositivo de mobilidade que será mais útil para o idoso, para que possa tomar uma decisão mais informada.
Envelhecer em casa com segurança é possível e até, muitas vezes, preferível para muitos idosos.
Estes são dispositivos de mobilidade comuns essenciais, que podem facilitar a deslocação e a independência dos idosos:
Bengalas e andarilhos
As bengalas e os andarilhos são alguns dos dispositivos de mobilidade mais comuns que são utilizados.
Podem fazer toda a diferença para as pessoas que sofrem de dores na parte inferior do corpo, fraqueza ou problemas de equilíbrio.
Ambos ajudam os idosos a caminhar de forma mais segura e confortável, mantendo uma postura saudável.
Além disso, existem muitos tipos diferentes de bengalas e andarilhos para escolher.
Elevadores de escadas
Subir e descer as escadas várias vezes por dia pode ser difícil para muitos idosos e, para alguns, é mesmo impossível.
Se as escadas são mesmo um desafio para o idoso, pode ser mesmo necessário considerar a instalação de um elevador de escadas.
Um elevador ou cadeira elevatória é uma cadeira que está ligada a uma calha motorizada. A pessoa permanece sentada na cadeira e esta desliza para cima e para baixo nas escadas sobre a calha. Isto permite que a pessoa suba e desça os degraus com pouco ou nenhum esforço.
Estas cadeiras podem ser instaladas tanto em escadas retas como curvas e, geralmente, podem mesmo ser personalizadas para combinar com a decoração da casa.
Cadeiras de rodas elétricas
Uma cadeira de rodas elétrica permite a uma pessoa com fraqueza ou paralisia na parte inferior do corpo deslocar-se fácil e rapidamente.
Estas cadeiras de rodas são geralmente mais leves e são apelativas ao olhar.
Localizadores GPS para a mobilidade dos idosos
Utilizar a tecnologia para tornar a mobilidade dos idosos mais segura e mais simples pode ser uma grande ajuda. Mesmo que não resolva diretamente o problema de mobilidade, pode ser uma ferramenta extra no cuidado dos idosos.
Muitas vezes, os idosos com demência ou não podem afastar-se das suas casas e têm dificuldade em encontrar o caminho de volta.
Um localizador GPS é um auxiliar de viagem para idosos que pode ajudar a encontrar a sua localização e o caminho de regresso a casa.
Alguns localizadores GPS vêm com um botão de alarme que alerta os familiares ou cuidadores quando se prime o botão.
Teste de mobilidade que se pode fazer em casa
Melhorar a mobilidade e reduzir o risco de queda nos idosos é essencial para se manterem independentes durante o máximo de tempo possível.
Mas como saber qual é o nível de mobilidade de um idoso? Há muitos fatores a considerar para compreender o risco de queda de uma pessoa. Um deles é a sua capacidade de se deslocar, ou seja, qual é o seu nível de mobilidade funcional.
Para medir este fator, os fisioterapeutas utilizam frequentemente um teste simples, que pode ser facilmente feito em casa.
Fazer este teste regularmente permite acompanhar a evolução do idoso ao longo do tempo para ver se mantém, melhora ou diminui a sua mobilidade.
Este processo aumenta a sensação de segurança porque permite fazer proativamente alterações nos cuidados ou no espaço onde vive o idoso, antes de surgirem problemas.
O teste é simples e demora apenas alguns minutos desde a preparação até à conclusão.
O idoso começa por estar sentado numa cadeira e terá que ter um cuidador ou acompanhante com um cronómetro.
Quando o acompanhante der a ordem para o idoso avançar, o acompanhante deve iniciar o cronómetro e o idoso deve levantar-se da cadeira e caminhar a um ritmo seguro por cerca de 3 metros, devendo depois voltar e caminhar e regressar para a cadeira e sentar-se.
O acompanhante deverá parar o cronómetro assim que o idoso se sentar e tomar nota da pontuação, que é o tempo que o idoso leva para completar o teste.
Muitos profissionais de saúde utilizam a pontuação do tempo para avaliar o risco de queda. No entanto, alguns estudos demonstraram que a pontuação não é um indicador forte da probabilidade de uma pessoa cair, porque há muitos fatores que contribuem para uma queda.
Em vez disso, é mais aconselhável a utilização da pontuação de tempo para acompanhar o progresso do idoso ao longo do tempo.
Conhecer o resultado do tempo do teste de mobilidade ajuda a prever melhor as necessidades de cuidados do idoso. Se as pontuações se mantiverem estáveis ou melhorarem, indica que a rotina diária presente está a funcionar bem.
Mas se os resultados mostrarem que o idoso está a demorar cada vez mais tempo a concluir o teste, isso pode significar que o risco de queda está a aumentar ou que precisa de mais ajuda.
Nesta situação, pode ser mais útil pedir ao idoso que se concentre em exercícios simples para desenvolver o equilíbrio e a força, contratar apoio domiciliário ou fazer melhorias na segurança da casa.
Outras recomendações para a realização do teste são:
O acompanhante deve mostrar como colocar a cadeira contra a parede, explicar o teste e depois demonstrar como o fazer. O idoso deve efetuar o teste sem a ajuda de outra pessoa.
Para manter o idoso seguro durante a realização do teste, o acompanhante deve manter-se ao lado do idoso e caminhar com ele durante o teste, mantendo os braços ao redor do corpo do idoso, mas sem tocar, para poder mais facilmente ajudar, sem interferir com o teste, caso o idoso perca o equilíbrio.
E se o idoso ficar demasiado cansado ou não conseguir completar o teste, o acompanhante deve ajudar imediatamente o idoso a sentar-se e a descansar.
Caso seja necessário, o idoso pode fazer uma corrida de treino antes de fazer o teste cronometrado, porque lhe dá a oportunidade de se habituar aos movimentos.
Por outro lado, a segurança está sempre em primeiro lugar. Informar o idoso de que não se trata de um concurso. Ele deve caminhar de forma determinada e a um ritmo seguro, mas não deve tentar correr ou andar à pressa.
Este teste mede a forma como normalmente o idoso se deslocaria. Se normalmente usa uma bengala ou um andarilho, deve usá-los durante o teste.
Também é aconselhável a utilização de um marcador de distância proeminente que o idoso possa ver facilmente e no qual não tropece, como por exemplo uma cadeira, um caixote do lixo, uma mesa de apoio ou outro.
Conclusão
Muitos idosos enfrentam problemas de mobilidade à medida que envelhecem. Para além de necessitarem de cuidados diários frequentes podem também ter que utilizar auxiliares de mobilidade para uma maior segurança.
Existe uma gama de dispositivos de mobilidade bastante variada para ajudar os idosos a manterem-se independentes. Os auxiliares de mobilidade podem melhorar a vida quotidiana e foram concebidos para ajudar os idosos a deslocarem-se ao seu próprio ritmo.
À medida que envelhecemos, o nosso corpo naturalmente muda e limita a nossa capacidade de nos movermos livremente e de pensarmos de forma tão rápida como anteriormente, causando uma mobilidade mais reduzida e a perda de capacidades cognitivas.
Os problemas de mobilidade afetam uma grande parte da população idosa. Além disso, um grande número de idosos cai todos os anos devido a vários fatores, incluindo problemas de mobilidade, o que torna a prevenção de quedas crucial para o bem-estar dos idosos.
Os dispositivos de mobilidade para idosos têm um papel importante para ajudar a preservar a independência com segurança.
Os dispositivos podem ser tão variados como os dispositivos de apoio à marcha para os idosos, ou cadeiras de rodas e scooters de mobilidade, que são auxiliares de deslocação com rodas.
A mobilidade tem um impacto no bem-estar físico e mental dos idosos. Uma vez que cada vez mais idosos preferem envelhecer em casa, vários dispositivos de mobilidade para idosos permitem uma vida independente.
As soluções de mobilidade podem melhorar a qualidade de vida dos idosos, dando-lhes a confiança necessária para viverem de forma segura e saudável.
Juntos Cuidamos Melhor!
Referências:
- Step2health
- DailyCaring
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.
