Muitos idosos tomam vários medicamentos, e é comum que alguns expirem e outros deixem de ser usados quando já não são necessários.
Não é invulgar que os medicamentos não sejam utilizados, especialmente quando a dose muda ou o medicamento é prescrito apenas temporariamente, como depois de uma intervenção cirúrgica.
Com o tempo, esses frascos e caixas de medicamentos não utilizados podem acumular-se.
Esta situação cria desordem e aumenta a probabilidade de confundir os medicamentos que o idoso deve tomar com os que já expiraram ou que já não são necessários.
Desta forma, é essencial perceber porque tomar os medicamentos adequados é importante, como eliminar quando já não são necessários e os cuidados a ter com a medicação no geral.
Como os idosos dependem geralmente de vários tipos de medicação, saber como usar e tratar as questões da medicação é um fator de extrema importância para a qualidade de vida do idoso.
Quais os cuidados a ter com os medicamentos?
Os medicamentos são substâncias ou associação de várias substâncias que representa um produto com propriedades curativas ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas.
Ou que possam ser utilizados ou administrados nas pessoas com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar funções fisiológicas.
Desta forma é importante dar um bom uso aos medicamentos e para isso é necessário ter em conta algumas recomendações:
- Utilizar os medicamentos seguindo as instruções do médico e do farmacêutico
- Cumprir sempre o tratamento que foi prescrito
- Não fazer uma utilização abusiva ou irresponsável dos medicamentos, porque pode ter consequências negativas para a saúde
- Guardar os medicamentos em local seguro e apropriado, conservando-os dentro das embalagens e com o folheto informativo no seu interior
- Manter sempre os medicamentos afastados das crianças e animais
- Verificar sempre o prazo de validade antes de se tomar qualquer medicamento
- Lembrar que um medicamento adequado para uma pessoa pode não ser adequado para outra
- Fazer uma revisão periódica aos medicamentos que se têm em casa, no máximo a cada 6 ou 12 meses, verificando o prazo de validade
- Não guardar medicamentos que já não são necessários
- Não deitar os medicamentos no lixo ou eliminar através do esgoto doméstico
Como eliminar de forma segura os medicamentos
Não se deve deitar fora ou deitar na sanita. Pode parecer que deitar os medicamentos fora, despejá-los pelo ralo ou mandá-los pela sanita abaixo é fácil e rápido, mas não é recomendado para a maioria dos medicamentos.
Estes métodos podem levar à contaminação tóxica do ambiente e afetar negativamente as espécies aquáticas e as águas subterrâneas.
De facto, os animais ou até mesmo as pessoas que mexem no lixo podem consumir medicamentos que foram deitados fora e ficar doentes.
A forma mais segura e recomendada de eliminar medicamentos é através do programa de recolha de medicamentos das farmácias ou pontos de recolha da ValorMed.
A Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens e Medicamentos (ValorMed), tem em algumas farmácias comunitárias ou nos Locais de Venda de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica, contentores de cartão ou expositores metálicos, onde devem ser depositados os medicamentos que não necessários ou fora de prazo para serem recolhidos mais tarde.
Muitas farmácias também podem ter contentores de entrega de medicamentos onde se podem simplesmente deitar fora receitas antigas e medicamentos, não utilizados e fora de prazo ao longo do ano.
Caso não seja de todo possível entregar os medicamentos num local de recolha pode-se eliminar os medicamentos de outra forma:
Para comprimidos, cápsulas e pastilhas
Não esmar, mas colocar o medicamento num saco de plástico que possa ser fechado novamente com um pouco de detergente da loiça e água e agitar. Deixe repousar até o medicamento se desintegrar.
Adicionar uma substância que ajude a absorver o conteúdo do saco, como areia de gato, terra ou borras de café. Voltar a fechar o saco e deitar no lixo.
Também se pode fazer o mesmo com os medicamentos líquidos e em gel: basta deitar num saco que possa voltar a ser fechado com um pouco de detergente da loiça e uma substância absorvente e deitar no lixo.
No entanto, é sempre preferível entregar os medicamentos que já não se usam numa farmácia ou num ponto de recolha.
Entregar ou depositar resíduos que ainda contenham restos de medicamentos, como xaropes, comprimidos, cremes ou outros
Devem entregar-se também.
A recolha das embalagens vazias e medicamentos fora de uso ou de prazo de validade, pretende sobretudo evitar que sejam eliminados no lixo doméstico ou despejados através dos esgotos.
Já que dessa forma contribuem para a contaminação dos solos e águas pelos seus constituintes, particularmente pelas substâncias ativas e excipientes utilizados na sua produção.
Ao mesmo tempo, é mais sustentável, já que permite fazer a reciclagem dos materiais de embalagem e de acondicionamento como papel, cartão, plástico, vidro ou outros, após a separação e classificação dos resíduos recolhidos.
O que não se deve entregar
Não se deve entregar agulhas, seringas ou qualquer outro material cortante ou perfurante, termómetros de mercúrio, aparelhos elétricos ou eletrónicos, material de penso e cirúrgico como gaze, algodão, álcool etílico, água oxigenada, produtos químicos ou detergentes, fraldas e radiografias.
Estes produtos devem ser eliminados de outras formas e quando há dúvidas sobre a sua eliminação pode-se perguntar na farmácia qual a melhor forma de os eliminar.
Como não tomar medicamentos prescritos pode prejudicar a saúde dos idosos?
Não tomar a medicação prescrita pelo médico pode tem consequências graves para os idosos. Esta situação pode contribuir para um maior número de hospitalizações e até a morte.
No entanto, o número de pessoas que não tomam a medicação de propósito é bastante elevado. Estudos mostram que 50% dos medicamentos para doenças crónicas não são tomados como prescrito.
Razões pelas quais os idosos não tomam geralmente a medicação prescrita
As razões que levam os idosos a não tomar os medicamentos conforme indicado pelo médico, estão geralmente associadas a vários tipos de dificuldades.
Não acreditam que tomar os medicamentos faz efeito
Há muitas pessoas que simplesmente não acreditam que tomar medicamentos é necessário, mesmo quando têm problemas de saúde graves, como doenças cardíacas, insuficiência renal ou doenças cardiovasculares.
Outras acham que tomar medicamentos as faz lembrar que estão doentes, por isso evitam-nos completamente.
E algumas pessoas preferem utilizar remédios naturais ou caseiros. É claro que é sempre recomendável fazer mudanças saudáveis no estilo de vida e na dieta para melhorar a saúde geral.
No entanto, há muitas situações em que os medicamentos são absolutamente necessários para gerir um problema de saúde grave. É por isso que é essencial seguir as instruções do médico.
Acham que não tomar a medicação é inofensivo se se sentirem bem
Por vezes, as pessoas deixam de tomar a medicação prescrita durante algumas semanas para ver o que acontece ou como se sentem.
Se se sentirem bem, assumem que a medicação não é necessária porque não aconteceu nada de mal quando deixaram de a tomar.
Mas, há muitas doenças que podem afetar significativamente a saúde sem que se note qualquer sintoma.
Por exemplo, sem a avaliação de um médico, uma pessoa não seria capaz de perceber se os medicamentos que tratam doenças como as doenças cardíacas ou a hipertensão arterial estão a funcionar.
Só descobriria que a medicação é realmente necessária quando tivesse um ataque cardíaco ou um AVC, quando já é claramente demasiado tarde.
Acham que a medicação não vale a pena
Os medicamentos podem ser caros, mas mesmo quando o custo não é um problema, algumas pessoas pensam que não vale a pena.
Podem achar que o seu estado de saúde não é nada de especial, por isso, porquê gastar dinheiro em medicamentos. E quando a medicação é dispendiosa, as pessoas podem sentir-se ainda mais impelidas a não a tomar.
Em situações em que o dinheiro é escasso, algumas pessoas tomam menos do que a dose prescrita para fazer com que os comprimidos durem mais tempo. Infelizmente, isso apenas torna o medicamento menos eficaz.
A curto prazo, pode parecer que não tomar a medicação é uma boa maneira de poupar dinheiro.
Mas, a longo prazo, os efeitos de não tomar a medicação irão provavelmente custar muito mais em despesas médicas quando ocorrer uma emergência de saúde.
Formas de minimizar os problemas de medicação nos idosos
Verificar se o medicamento pode ser usado pelo idoso
Alguns medicamentos podem ter um uso potencialmente inapropriado para os idosos porque têm maior probabilidade de causar problemas, já que os corpos mais envelhecidos processam os medicamentos de forma diferente.
Nestas situações, o que é recomendado é contactar o médico para discutir os prós e os contras da medicação, se a dose é adequada e se existem potenciais efeitos secundários ou interações a que deve prestar atenção.
Um enfermeiro ou um farmacêutico também pode ajudar a detetar potenciais riscos com os medicamentos para o idoso.
Fazer uma lista completa de todos os medicamentos, vitaminas e suplementos que estão a ser tomados
Manter uma lista completa de todos os medicamentos que o idoso está a tomar e verificar se são mesmo necessários. Isto inclui medicamentos sujeitos a receita médica, medicamentos de venda livre, vitaminas e suplementos.
Para cada medicamento, é importante perceber a razão pela qual o idoso o está a tomar e como o ajuda. Em caso de dúvida, pedir explicações ao médico ou ao farmacêutico.
Perguntar ao médico se todos os medicamentos ainda são necessários
O médico deve eliminar ou modificar qualquer medicamento que não esteja a funcionar bem ou que já não seja necessário. Um medicamento pode ter sido iniciado e depois esquecido, embora devesse ter sido descontinuado há muito tempo.
Por exemplo, um analgésico está a aliviar eficazmente a dor do idoso ou não. Se o médico não tiver revisto recentemente os sintomas e o medicamento, é importante verificar com o médico o que fazer.
Perguntar ao médico se existem alternativas não medicamentosas que possam ser experimentadas
Por exemplo, os medicamentos para a depressão ou ansiedade podem ser reduzidos na dosagem ou eliminados com a ajuda de sessões regulares de terapia ou aconselhamento.
Por outro lado, a fisioterapia ou determinados exercícios podem reduzir a dor e diminuir a necessidade de analgésicos.
Perguntar ao médico se uma dose mais baixa pode ser suficiente
O risco de efeitos secundários e interações medicamentosas aumenta com doses mais elevadas. Por isso, se doses mais baixas puderem funcionar igualmente bem, devem ser consideradas.
Verificar as interações medicamentosas
Pedir ao médico ou farmacêutico para verificar a lista completa de medicamentos incluindo, vitaminas e suplementos, para potenciais interações.
Não se deve interromper a medicação ou alterar as doses sem ajuda do médico, porque pode ser muito perigoso.
Reduzir os custos da medicação
Se os medicamentos prescritos estiverem a sobrecarregar o orçamento, é melhor explorar diferentes formas de reduzir os custos.
Por exemplo, falar com o médico para identificar os medicamentos que não são eficazes ou que não são necessários significa reduzir o número de medicamentos que são usados.
Simplificar os horários de toma dos medicamentos
Se o plano de medicação do idoso estiver a tornar-se demasiado complexo para gerir, perguntar ao médico ou farmacêutico sobre as opções para simplificar as necessidades ou a rotina de medicação.
Por exemplo, talvez alguns medicamentos já não sejam necessários e possam ser descontinuados em segurança.
Ou pode haver uma dose única diária que funcione tão bem como tomar o medicamento 3 vezes por dia.
E, nalguns casos, talvez uma alternativa não medicamentosa possa reduzir ou eliminar a necessidade de um medicamento.
Manter o médico informado e atualizado
Quando o idoso for a qualquer um dos seus médicos, certificar-se de que eles analisam a lista completa de medicamentos, incluindo os medicamentos de venda livre, vitaminas e suplementos.
Muitas vezes, um médico não tem conhecimento dos medicamentos receitados por outro médico ou que estão a ser tomados por vontade própria.
Além disso, é importante informar o médico se o idoso não estiver a tomar determinados medicamentos ou se tiver tendência para se esquecer ou saltar doses.
Conclusão
Os medicamentos são substâncias ou composição de substâncias que possuam propriedades curativas ou preventivas das doenças e dos seus sintomas, do homem ou do animal, com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou a restaurar, corrigir ou modificar as funções fisiológicas.
Os medicamentos são parte essencial e crítica dos serviços de saúde em todas as sociedades e culturas.
Quando disponíveis, os medicamentos são frequentemente utilizados enquanto componente essencial de muitos programas de prevenção de diversas doenças e, praticamente, em todos os planos de tratamento de doenças.
Procurar o conselho de um médico, enfermeiro ou farmacêutico, é fundamental e poderá levar a que a receita ou a dose do medicamento seja alterada. No entanto, os idosos não devem alterar as dosagens ou tentar um medicamento diferente por si próprios.
As condições de envelhecimento também podem fazer alterar a dosagem que é necessária antes de os medicamentos começarem a ser eficazes.
Saber como eliminar os medicamentos que estão fora de prazo ou não são usados é fundamental para a segurança do idoso.
Além disso, utilizar a medicação adequada e de acordo com prescrição médica, pode ajudar a garantir que o impacto da medicação é mínimo, quer ao nível económico quer na saúde.
Utilizar a medicação adequada, perceber como minimizar os seus efeitos e saber eliminar os medicamentos que já não usam ou estão fora de prazo é também uma forma de garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos.
Juntos Cuidamos Melhor!
Referências:
- ValorMed
- Ordem dos Farmacêuticos
- DailyCaring
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.
