Tendencialmente, quando pensamos em acessibilidade para deficientes, as rampas de acesso e os lugares de estacionamento exclusivos são as primeiras coisas a surgir, certo? Mas existem mais desafios presentes no dia-a-dia das pessoas com deficiência, alguns revelam-se verdadeiros obstáculos à qualidade de vida.
Segundo a organização mundial de saúde, cerca de 10% da população mundial é detentora de algum tipo de deficiência. Esta realidade torna imprescindível a criação de soluções de acessibilidade para deficientes, tendo em consideração os vários tipos de deficiência.
Na Mais que Cuidar pode encontrar uma gama completa de produtos e serviços que podem dar um contributo importante na melhoria da acessibilidade da pessoa com mobilidade reduzida. Destacamos a gama de cadeiras de rodas, scooters de mobilidade, andarilhos e cadeiras de banho especiais bem como, o serviço de aluguer de produtos de apoio.
Descubra no que consiste a acessibilidade, como é vista pela lei portuguesa e como pode contribuir para melhorar a acessibilidade no dia-a-dia dos que nos são mais queridos.
O que é acessibilidade para deficientes?
A acessibilidade diz respeito, como o nome indica, ao acesso a algo, seja ao transporte, à comunicação, ou ao meio físico da sociedade. Quando falamos em acessibilidade para deficientes, estamos a referir-nos à capacidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida usufruírem dos espaços e das relações sociais em segurança e com autonomia.
Promover a acessibilidade é fundamental na defesa de qualidade de vida das pessoas com deficiência e significa disponibilizar a informação e os serviços em diversos formatos para que todos possam compreender e aceder. e é um meio para o exercício dos direitos de qualquer membro da nossa sociedade. A autonomia conferida pela acessibilidade reforça os laços sociais e a integração.
Além disso, é preciso ter em consideração que existem vários tipo de deficiência, que obrigam a diferentes soluções de acessibilidade.
Veja também: Quais os tipos de deficiência? Física, mental, visual ou auditiva
Quais são os diferentes tipos de acessibilidade para deficientes?
Arquitetónica
Ausência de barreiras ambientais físicas nas casas, edifícios, espaços ou equipamentos urbanos e nos meios de transporte.
Atitudinal
Relacionada com a atitude das pessoas em relação ao deficiente, a acessibilidade atitudinal representa a inexistência de preconceitos, estereótipos e discriminação. Resulta de campanhas de sensibilização e de consciencialização da sociedade, assim como da convivência.
Metodológica
Esta acessibilidade está ligada com os métodos de ensino, estudo, trabalho e ação comunitária e familiar. No estudo depende da adaptação do plano curricular e na maneira como as aulas são lecionadas, segundo o princípio da existência de várias inteligências e velocidades de aprendizagem.
No que diz respeito ao trabalho, passa pelos métodos e técnicas de formação dos recursos humanos.
Instrumental
Anulação de barreiras nos instrumentos, utensílios e ferramentas de estudo, trabalho e lazer.
Por exemplo, a introdução de ferramentas mais adequadas ao trabalhador com deficiência.
Comunicacional
Ausência de barreiras de comunicação entre pessoas, seja tanto escrita como virtual.
Programática
Inexistência de barreiras invisíveis ou dissimuladas, integradas em políticas públicas, como leis ou portarias, em normas e em regulamentos.
Quem tem direito à acessibilidade? O que diz a lei em Portugal?
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência defende que as pessoas com deficiência devem gozar de acessibilidade em condições de igualdade com os demais. Estas condições incluem o acesso ao transporte, à comunicação e informação, ao ambiente físico, às tecnologias e sistemas de informação, e a todas as instalações e serviços aberto aos público.
Isto significa que os “edifícios, estradas, transportes e outras instalações interiores e exteriores, incluindo escolas, habitações, instalações médicas e locais de trabalho” devem ser acessíveis a pessoas com mobilidade reduzida.
Segundo a Constituição da República Portuguesa, o Estado tem a responsabilidade de adotar medidas que garantam e assegurem os direitos das pessoas com necessidades especiais.
Normas de acessibilidade para deficientes
O Decreto-Lei 163/2006 prevê um conjunto de normas de acessibilidade para deficientes, que foram pensadas para melhorar condições de acesso em várias áreas.
Desde a construção ou remodelação de espaços públicos, onde as entradas devem oferecer soluções de acessibilidade como rampas, e casas-de-banho para deficientes, existem normas pensadas para as mais diversas situações.
Na via pública, os passeios devem ser adaptados, e os semáforos oferecer um sinal sonoro, assim como botão de ativação. Além disso, é obrigatória a existência de lugares de estacionamento exclusivos, e estes devem cumprir medidas especiais.
As normas prevêem ainda a acessibilidade a deficientes visuais em espaços públicos e culturais, com informação disponibilizada em braille. Também a nível virtual, existem regras para a criação de sites, que pretendem facilitar a navegação a pessoas com deficiência.
Quais são os maiores obstáculos de acessibilidade para idosos?
As quedas são responsáveis pela maioria das mortes acidentais em pessoas de idade e o principal motivo de lesões. O envelhecimento traz redução das capacidades motoras, causando diminuição do vigor físico. A isto junta-se a falta de equilíbrio, a perda de visão e de audição.
Assim, as barreiras arquitetónicas representam os maiores obstáculos de acessibilidade para idosos. São exemplo os passeios instáveis e escorregadios ou desnivelados, as escadas e patamares.
Como melhorar a acessibilidade da sua casa?
Tornar a casa acessível aumenta a independência das pessoas com mobilidade reduzida. Estas modificações devem melhorar a segurança e facilitar o dia-a-dia.
Existem cuidados que pode ter em casa para melhorar a acessibilidade a qualquer pessoa com mobilidade reduzida. Na generalidade da habitação deve garantir que o piso é plano e amplo, retirar patamares ou colocar rampas entre divisões, assim como ter corredores e portas largos.
É importante garantir que a área é de circulação livre, sem obstáculos e que está bem iluminada, facilitando a visibilidade. Existem alguns cuidados extra que pode ter com divisões específicas:
Acessibilidade no quarto
Decoração minimalista que deixe o máximo de espaço livre para circulação, com os móveis encostados às paredes. O mobiliário com cantos arredondados é mais seguro e deve ser privilegiado. Os tapetes não são aconselhados, em especial os de pêlo longo.
As prateleiras altas devem ser evitadas, assim como camas demasiado altas ou baixas. No caso de a pessoa deficiente usar cadeira de rodas, a cama deve ser elétrica regulável em altura.
Opte por instalar a pessoa no quarto mais próximo da casa-de-banho, para facilitar essa deslocação. Caso não seja possível, uma cadeira sanitária polivalente pode ser uma boa solução sobretudo para uma utilização durante o período da noite no quarto, evitando assim as deslocações à casa de banho.
Acessibilidade na casa de banho
Eliminar bases de duche elevadas, nivelando o chão com do quarto de banho, e proteção da nova zona de duche com material antiderrapante. Substituir o móvel do lavatório por um lavatório com espaço para as pernas facilita a utilização por uma pessoa com cadeira de rodas.
Instale barras de apoio em pontos estratégicos, como junto à sanita e do lavatório e na zona do banho. Dê preferência às maçanetas e torneiras em alavanca, também facilita a utilização.
Caso o banho seja tomado na banheira, pode ser colocada uma cadeira especial para banheira. No caso de ser feito no poliban pode ser selecionado um banco ou cadeira especializada para garantir toda a segurança, mobilidade e conforto.
Os alteadores de sanita também podem ser muito úteis para facilitar o sentar e o levantar da sanita.
E agora uma pergunta muito frequente:
A que altura do chão devem ser colocadas as barras de apoio fixas ou rebatíveis?
Devem ser colocadas a 70-75 cm do chão.
Acessibilidade na cozinha
Tipicamente os balcões das cozinhas têm uma altura de 90 centímetros, para serem acessíveis devem posicionar-se entre os 70 e os 85 centímetros. No caso de a pessoa com deficiência motora estar a usar uma cadeira de rodas, deve optar por balcões sem armários inferiores, para permitir que as pernas encaixem debaixo do balcão.
Veja também: Cadeiras de rodas elétricas, manuais, ultra-leves e de conforto.
Acessibilidade em áreas externas
A rampa é imprescindível nas entradas que têm degrau, recomendando-se uma inclinação transversal de 2%. Além disso, deve existir um percurso acessível desde os lugares de estacionamento, e sempre que possível, um lugar reservado à pessoa com mobilidade reduzida.
No acesso às áreas exteriores privadas, devem ser reduzidos os desníveis, seja com alisamento do chão ou com rampas. As porta de acesso devem ser largas de modo a assegurar uma mobilidade ágil.
Veja também: Rampas de alumínio para utilizadores de cadeiras de rodas
Acessibilidade na escada
Para contornar escadas entre pisos a melhor opção passa por ter cadeiras elevatórias ou um elevador compacto. No caso de isto não ser uma possibilidade, o ideal será considerar a instalação do quarto no piso térreo.
Conclusão
As pessoas com deficiência têm o direito a viver em condições de igualdade, com autonomia e independência. A acessibilidade desempenha um papel fundamental na viabilização da qualidade de vida das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
De acordo com a lei portuguesa, cabe ao estado garantir esse bem-estar, em especial nos espaço e instituições públicas, através da implementação de normas já aprovadas.
No entanto, existem também soluções que podem ser adaptadas por quem vive com a pessoa com mobilidade reduzida, e que adequam a casa às necessidades mais simples.
Conhecer os desafios e direitos relacionados com a acessibilidade é a melhor maneira de estar preparado e contrariar a discriminação.
Na Mais que Cuidar pode encontrar uma gama completa de produtos e serviços que podem dar um contributo importante na melhoria da acessibilidade da pessoa com mobilidade reduzida. Destacamos a gama de cadeiras de rodas, scooters de mobilidade, andarilhos e cadeiras de banho especiais bem como, o serviço de aluguer de produtos de apoio.
Juntos Cuidamos Melhor!
Referências:
- Instituto Nacional de Reabilitação
- Direção Geral de Saúde
- https://www.terrasdentro.pt/assets/guia_acessibilidade_pdf.pdf
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.
