A bursite é uma inflamação que causa dor nas articulações e dificulta os movimentos. As partes do corpo mais comumente afetadas pela doença são: ombros, joelhos, cotovelos, ancas e calcanhares.
A bursite está relacionada com uma inflamação de uma bursa (ou bolsa) que é uma espécie de almofada que se localiza entre o osso e a pele, amortecendo os impactos nas articulações como por exemplo o cotovelo ou os joelhos. Essa bolsa tem um líquido que diminui o atrito e facilita o movimento da pele sobre o osso subjacente.
Conheça o caso da Susana que durante uma caminhada caiu e bateu com a parte frontal do joelho. Ficou dorido, inchado e com dificuldade em movimentá-lo. Dirigiu-se ao hospital pois pensou ter fraturado um osso. Contudo, o diagnóstico foi outro: bursite aguda, causada pelo traumatismo provocado na queda.
Sendo uma doença com sintomas semelhantes a outras patologias, a bursite muitas vezes é confundida e camuflada por outras doenças, podendo atrasar o seu diagnóstico e início de tratamento. É uma doença que tem tratamento mas que deve ser rigoroso pois tem tendência a recidivar e pode tornar-se crónica.
Sabe o que é a bursite, quais são os sintomas e tratamento e o que podemos fazer para evitar esta patologia? Fique a conhecer a resposta a estas questões neste guia completo gratuito que elaborámos para si.
O que é Bursite?
Define-se por bursite a inflamação da bolsa sinovial (bursa) que éuma estrutura cheia de líquido sinovial (lubrificante de aspecto viscoso) e que se localiza junto das diversas articulações, tendões, ossos e músculos. Funciona como uma almofada achatada, em que o seu objectivo é reduzir o atrito e pressão entre duas superfícies em movimento, auxiliando o deslizamento dos tecidos.
Também funciona como amortecedor. Caso exista inflamação da bursa, surge a acumulação de líquidos no seu interior, surgindo a bursite. A bursa assemelha-se a uma bolsa, e daí o seu nome derivar do latim. Existem centenas delas por todo o corpo.Tendencialmente a bursite ocorre perto de articulações que realizam movimentos repetidos, com maior incidência na articulação do ombro, cotovelo e anca. Mas também podem surgir noutras partes do corpo como o pé ou joelho, por exemplo. A inflamação da bursa pode ocorrer de forma aguda ou crónica.
Tendencialmente a bursite ocorre perto de articulações que realizam movimentos repetidos, com maior incidência na articulação do ombro, cotovelo e anca. Mas também podem surgir noutras partes do corpo como o pé ou joelho, por exemplo. A inflamação da bursa pode ocorrer de forma aguda ou crónica.
Locais mais comuns de inflamação da bursa
Qualquer bursa pode inflamar mas (como já referido anteriormente) as bursites mais comuns são a do ombro, anca e cotovelo.
Ombro
A bursite do ombro, também conhecida por subacromial, indica que existe uma inflamação na bursa subacromial subdeltoidea. Esta bursa está localizada entre a parte de baixo da extremidade superior da omoplata (acrómio) e o músculo deltóide.
Quando existe bursite nesta articulação surge dor à movimentação do músculo deltóide que pode alcançar o cotovelo, inflamação e restrição de movimentos do ombro.
O tratamento deve basear-se no repouso, gelo local e controlo da dor com anti-inflamatórios.
Uma vez que a movimentação da articulação pode piorar a situação deverá optar-se por uma ortótese para o ombro.
Joelho
A maior parte das bursites no joelho resultam de movimentação repetitiva ou mau posicionamento. Também pode estar na origem da bursite uma lesão (exemplo: queda ou pancada forte) ou sobrepeso.
Existem 11 bursas na estrutura do joelho e em caso de bursite pode surgir dor, limitação dos movimentos articulares, inchaço, vermelhidão, calor ao toque.
Qualquer bursa do joelho inflamar contudo, existem algumas bursas mais susceptíveis a este tipo de patologia. Assim, as bursite mais comuns no joelho são:
Bursite Anserina
A bursite anserina, também conhecida por pata-de-ganso, está localizada na parte interna do joelho. Esta bursite é mais frequente em corredores e causa dor intensa em movimentos como subir escadas ou levantar da cama, por exemplo. A dor localiza-se 3 a 4 dedos abaixo do joelho.
Entre os sintomas habituais como a dor e sensibilidade no local e inchaço articular pode surgir neste tipo de bursite rigidez articular, em particular pela manhã.
Bursite Pré-patelar
Este tipo de bursite também é conhecida como o joelho da empregada doméstica pois é recorrente em pessoas que passam muito tempo ajoelhados, como é o caso do posicionamento para lavar o chão.
A bursa afetada é a que se encontra em frente à articulação do joelho, um pouco acima da patela (ou rótula).
Bursite Infrapatelar
Bursite que surge abaixo da patela (ou rótula), podendo esta ser superficial (entre a pele e o tendão patelar) ou profunda (parte posterior e profunda do tendão patelar). Quando surge a bursite, ocorre inchaço e dor na zona imediatamente abaixo da rótula.
Bursite Semi-membranosa ou Quisto de Baker
Este tipo de bursite ocorre na parte de trás do joelho, está frequentemente associada à artrite. Neste tipo de bursite dá-se a acumulação de liquido sinovial na parte de trás do joelho tornando-se incomodativo para o doente.
Bursite Iliotibial
Bursite localizada na parte externa do joelho. Habitualmente é um tipo de bursite muito dolorosa.
As bursites do joelho mais comuns são a semi-membranosa e a pré-patelar.
O tratamento pode passar desde a administração de anti-inflamatórios, corticóides, punção ou mesmo a cirurgia em casos de cronicidade grave.
Cotovelo
A maior parte das situações de bursite no cotovelo ou bursite olecreniana são desencadeadas por traumatismo (como queda), apoio excessivo sobre o cotovelo (exemplo de profissões como pintores e condutores de camião) ou doenças preexistentes.
Surge inchaço, vermelhidão, limitação dos movimentos e dor articular na movimentação e ao apoiar o cotovelo.
Ancas
Na anca existem 4 bursas:
- bursa trocantérica,
- bursa isquiática,
- bursa ilio-psoas
- bursa do glúteo médio.
Todas estas bursas podem desenvolver inflamações (bursites), contudo a bursite que é mais frequente na anca é a trocantérica seguida da bursite Isquiática. A inflamação das bursas ilio-psoas e do glúteo médio são raras.
Bursite trocantérica ou Bursite da anca
Este tipo de bursite, também denominada por trocanterite é o tipo de bursite na anca mais comum e surge na bursa em redor do trocanter maior do fémur (bursas trocantéricas).
Pode ser desencadeada por exercício físico intenso, fraqueza muscular, lesões e desequilíbrios nas estruturas dos membros inferiores (como entorse no tornozelo, artrose no joelho, discrepância no comprimento das pernas), história de cirurgias na anca, traumatismos da anca, calçado desadequado, entre outras situações.
Surge dor intensa na região lateral da anca quando se está muito tempo deitado de lado, em pé ou a subir/descer escadas. A dor pode irradiar para a coxa ou região inguinal (virilha). Pode surgir inchaço e dor ao toque.
Este tipo de bursite surge em pessoas que realizam exercícios físicos intensos ou repetidos de flexão e extensão da anca.
Bursite Isquiática
Bursa localizada entre o glúteo maior e a tuberosidade isquiática. A bursite isquiática manifesta-se com dor na área da nádega que pode irradiar para a face posterior da coxa. A dor aumenta quando se caminha em planos inclinados ou a subir escadas.
Este tipo de bursite é frequente em pessoas que passam muitas horas sentadas em superfícies duras.
Calcanhar
Existem 2 tipos de bursite no calcanhar: bursite posterior do tendão calcâneo e bursite anterior do tendão calcâneo.
Bursite anterior do tendão do calcanhar
Também é denominada por bursite retromaleolar. A bursa está localizada na parte de ligamento anterior do tendão calcâneo (tendão de Aquiles) que prende ao osso do calcanhar.
Pode ser desencadeada por lesões no calcanhar ou ter origem em doenças como a gota e a artrite reumatóide.
Os sintomas são inchaço em ambos os lados do calcanhar, vermelhidão e dor que dificultam a caminhada e a utilização de calçado.
Bursite posterior do tendão calcâneo
Também chamada de bursite retrocalcânea, localiza-se entre a pele e o tendão calcâneo (tendão de Aquiles). É mais frequente em mulheres, e está associada a uso de sapatos de salto alto ou afunilados no calcanhar, atividades físicas de alto impacto como a corrida, desadequação do calçado, doenças como a tendinite do calcanhar, gota, entre outros.
Neste caso de bursite existem sintomas como dor, vermelhidão. Com o passar do tempo surge uma elevação (cor de pele) mole na pele que, se não for tratada torna-se dura e fibrosa.
Sapatos de salto alto e afunilados no calcanhar podem tornar propenso o crescimento do osso da parte de trás do calcanhar denominada por deformação de Haglund. Esta deformidade resulta da irritação dos tecidos moles pela fricção entre a proeminência óssea e o calçado rígido, levando muitas vezes à inflamação da bursa, espessamento e inflamação do tendão de Aquiles, o que se define por Síndrome de Haglund.
Quais são os tipos de inflamação nas bursas?
Existem dois tipos de bursite:
- Bursite aguda – surge na sequência de um traumatismo, infecção ou doença como a gota e é particularmente dolorosa ao movimento e toque. As bursas mais superficiais, como as do joelho ou cotovelo podem inchar e ficar avermelhadas e quentes. Geralmente a situação é limitada a alguns dias.
- Bursite crónica – Surge quando existem repetição de bursites no passado ou lesões repetidas. Neste caso, a membrana externa da bursa fica espessa. Se a bursa for submetida a esforço ou movimentos repetidos a inflamação aumenta, acompanhada de dor, inchaço e vermelhidão, assim como restrição da movimentação. Situações de bursite crónica podem durar meses e é frequentemente a reincidência dos sintomas.
Diferença entre bursite e tendinite
A bursite é a inflamação da bursa, bolsa amortecedora com líquido sinovial que serve de “almofada” entre estruturas como os ossos, tendões e músculos. O seu objetivo é amortecer o contato entre as estruturas evitando o seu desgaste por fricção constante.
A causa mais comum são traumas graves ou pequenos traumas repetidos mas também pode estar associado a doenças pré existentes como reumatismais, metabólicas, infecciosas, entre outras.
A tendinite é uma inflamação ou irritação do tendão. O tendão é a parte final do músculo que se liga ao osso e serve para transmitir a força de contração muscular necessária para movimentar o osso.
A causa mais comum da tendinite é o trauma local, excesso de utilização da zona tendinosa (por movimentos repetidos durante o trabalho ou prática física), má postura ou a utilização do membro afetado em posições forçadas e desadequadas.
Os sintomas da bursite e tendinite são muito semelhantes (dor na articulação, inchaço e vermelhidão da articulação, dificuldade em movimentar a zona articular)
Dor nas articulações: Causas e Tratamentos
Como tal, é fundamental a avaliação médica para um diagnóstico e tratamento mais adequado, pois para ambas as situações existe tratamento. Contudo, se não forem devidamente tratadas podem tornar-se crónicas.
Causas da Bursite
- Uso excessivo das articulações – A causa mais comum para a ocorrência de bursite são os movimentos repetitivos e uso excessivos de determinada articulação ou posicionamentos corporais que possam causar danos da bursa (exemplo: escoliose).
- Movimentos repetitivos – actividades laborais que exigem movimentação repetitiva da mesma articulação, como o caso do pintor.
- Lesões por esforço – uso incorrecto do corpo pode conduzir a um esforço acrescido e desadequado da articulação, causando-lhe lesões.
- Infecções – Infecções podem estar na origem de uma bursite, em especial as causadas por Staphylococcus Aureus
- Traumatismos – por exemplo quedas ou pequenas lesões causadas no desporto
- Doenças preexistentes como: Gota – doença inflamatória por acumulação de cristais de monourato de sódio nas articulações,
- Artrite reumatóide – doença reumática inflamatória crónica,
- Lúpus – doença auto-imune,
- Artrite psoriásica – doença inflamatória articular crónica,
- Esclerodermia – doença reumática crónica, entre outras.
Quais os sintomas da Bursite?
Dor
A dor nas articulações, assim como a sensibilidade ao pressionar a região em redor à articulação, é um sintoma frequente na bursite. A dor também ocorre à movimentação e alivia com o repouso.
Dor nas articulações: causas e tratamentos
Inchaço, calor ou vermelhidão
Surgem principalmente quando existe uma inflamação ou infeção.
Restrição de movimento
Pode surgir rigidez articular que limita os movimentos.
Febre
Pode surgir em caso de infecção ou inflamação.
Quem faz o diagnóstico?
O doente deve procurar a ajuda de um médico de clínica geral ou ortopedista quando:
- Existir dor na articulação ou perto desta estrutura e quando esta dor permanecer por mais de uma semana ou quando a dor é aguda no momento em que a pessoa faz exercício físico ou algum tipo de esforço. A dor pode surgir em movimentos específicos.
- Existir inchaço, vermelhidão ou calor na área afetada.
- Febre.
O médico fará um exame completo para avaliar as articulações afetadas e solicitar a realização de exames médicos para proceder ao diagnóstico, assim como despiste de outras situações patológicas. Temos como por exemplo, uma fratura (após traumatismo) pode estar na origem dos sintomas semelhantes à bursite.
Exames
Exames de imagem como a Ressonância Magnética (RM) e a Ultrassonografia (ecografia) são fundamentais para determinar o diagnóstico de bursite. Outros exames como a Radiografia (Raio-X) e análises sanguíneas são habitualmente realizadas para despiste de outras causas que originam os sintomas existentes, mas não diagnosticam a bursite.
Caso haja uma inflamação com edema, pode ser realizada uma punção (com agulha e seringa) para recolher líquido da bursa e identificar a origem da inflamação (como uma infecção, por exemplo).
Tratamento para Bursite
Assim que o diagnóstico esteja concluído pelo médico, o tratamento deve ser iniciado.
Dependendo do grau de evolução da doença, zona do corpo afetada e das patologias associadas, o médico pode recomendar uma ou mais abordagens de tratamento:
Repousar a área afetada
Muitas das vezes a bursite surge como uma consequência de traumatismos (no desporto ou acidental), uso excessivo da articulação (na atividade física ou actividade laboral), mau posicionamento ou movimentos viciosos. Assim, deve ser suspensa a actividade que poderá ter originado a bursite.
No caso do cotovelo, por exemplo, é aconselhado a elevação do membro acima do nível do coração, para ajudar a diminuição do inchaço.
No caso do joelho, é importante durante o repouso colocar uma almofada entre as coxas para alinhar os joelhos e coluna e assim facilitar que o doente durma e repouse de forma mais confortável.
O repouso deve ser respeitado pelo doente e somente deve ser suspenso com a indicação médica.
Produtos de Apoio
Muitas das vezes é necessária a imobilização da articulação com ortóteses, para alívio da dor e redução de inchaço, proporcionando uma recuperação mais rápida.
Ortóteses: Quais os tipos e para que servem?
A prescrição das ortóteses deve ser feita pelo médico e o doente deve adquiri-las num centro especializado como a Mais que Cuidar, que faça a correta adaptação e explicação do funcionamento das ortóteses e dos cuidados a ter.
Apresentamos algumas das ortóteses mais utilizadas em situações de bursite:
Ortótese imobilização do ombro
Calcanheiras em silicone
Podem ajudar no tratamento de bursite do calcanhar porque ajudam a amortecer os pontos de pressão no pé absorvendo os impactos e diminuindo a pressão.
Suporte elástico para tornozelo com almofada para tendão de Aquiles
Evita a sobrecarga e tensão do tendão de Aquiles. Pode ser usado em situações de bursite retro-maleolar.
Palmilhas em silicone
Amortecem os pontos de carga durante a marcha ou em repouso e proporcionam um alívio da pressão. Pode ser utilizada em situações de bursite do calcanhar.
Aplicação de gelo
Aplicação de gelo ou compressas frias são de extrema importância pois a baixa temperatura reduz o inchaço, dor e diminui o processo inflamatório. Deve ser aplicado entre 15 a 20 minutos, 3 a 4 vezes por dia.
Remédios
Qualquer tipo de medicação ou tratamento deverá ser indicado e prescrito por um médico, respeitando a dosagem e duração correcta. Nunca deve ser praticada a automedicação ou interrompido o tratamento sem indicação médica.
Os remédios recomendados podem variar, consoante o grau de gravidade da bursite:
Anti-inflamatórios não esteróides
Podem ser administrados em comprimidos, injectável ou gel. São muito recomendados pois reduzem a inflamação e dor. É o caso do Ibuprofeno, Naproxeno, Diclofenaco.
A sua administração oral deve ser sobre prescrição médica e não deve ultrapassar 7 dias consecutivos pois tem efeitos secundários sobre o organismo. Em forma de pomada a sua administração não deve ser superior a 14 dias.
Corticoides
Injeções de corticoides (exemplo: metilprednisolona) são administradas na bursa afetada e, geralmente, provocam alívio imediato de sintomas como a dor e inflamação. São as vulgarmente chamadas infiltrações. Geralmente são associados a anestésico local como a lidocaína. Este tipo de abordagem medicamentosa é utilizada na bursite crónica.
Em bursites agudas, pode ser indicado pelo médico a toma de corticoides em comprimidos (exemplo: prednisolona).
Relaxantes musculares
Este tipo de medicação é útil caso surja tensão muscular pois esta aumenta a dor e desconforto na mobilização da área afetada. São medicamentos como a ciclobenzaprina.
Antibiótico
Caso a inflamação tenha a origem num foco infeccioso o médico indicará a utilização de antibióticos em comprimido ou injeção. No caso da suspeita de infecção, é comum o médico solicitar a recolha de líquido da articulação para identificar o micro-organismo (e assim medicar de forma mais adequada).
Punção para aspiração
Pica-se a bursa para retirar o líquido inflamatório ou que surge em resultado de um trauma. Na punção da articulação pode surgir um edema que desaparece em pouco tempo. Contudo, pode ser necessário a imobilização da articulação por um curto período, para diminuir a hipótese desse edema surgir.
Cirurgia
Caso o tratamento convencional não resulte e a situação clínica se defina como crónica, a cirurgia é uma opção. O procedimento cirúrgico consiste em remover a bursa. Implica um período de imobilização da articulação em questão, para preservar a pele e a articulação. A cicatrização está completa após 3 a 4 semanas mas a articulação deverá ser utilizada com alguma restrição durante alguns meses para evitar novas lesões.
Fisioterapia
A fisioterapia ajuda a melhorar a função articular, a fortalecer músculos enfraquecidos e a recuperar a amplitude de movimentos da articulação afetada pela bursite. Deve ser iniciada a fisioterapia e a atividade física com indicação médica.
A fisioterapia tem exercícios adequados para melhorar e aumentar a flexibilidade e fortalecer musculatura mas também é de extrema importância para aliviar a dor e reduzir a recorrência de bursites.
É uma terapia muito eficaz na redução do processo de inflamação, alivia a dor e a sobrecarga sobre a bursa inflamada. Também está indicada no período pós operatório com o objectivo de melhorar a mobilidade articular.
Exercícios de alongamento
Este tipo de exercícios não sobrecarregam as bursas com tensão extra e fortalecimento muscular e dos tendões, ajudando a um correcto posicionamento da articulação.
A atividade física deverá ser reiniciada após resolvido o processo infamatório. É fundamental para combater o sedentarismo e excesso de peso e atrofia muscular e das estruturas da articulação.
Deve optar-se por exercícios de baixo risco e impacto e é importante discutir com o seu médico qual a atividade física mais adequada a cada tipo de problema articular.
Os exercício de alongamento são indicados na situação de patologias articulares pois aumentam a força muscular, melhoram a coordenação motora e equilíbrio, ativam a circulação sanguínea, melhoram a amplitude dos movimentos articulares e promovem o relaxamento muscular.
Os exercícios físicos devem ser acompanhados e ensinados por profissionais como o fisoterapeuta e o personal trainer pois deve-se estar atentos à anatomia, limitações e biomecânica dos exercícios para que este seja benéfico, evitando acentuar a lesão ou provocar novas lesões.
Para complementar os exercícios, é fundamental que um profissional ajude o doente a ter consciência do correto posicionamento articular, a propriocepção, ou seja, ter a percepção do posicionamento adequado da articulação, respeitando uma postura e distribuição de peso adequado. Esta percepção e equilíbrio são fatores importantes para a prevenção de reincidências de bursite assim como para o aparecimento de novas lesões.
Controle do peso
Em doentes obesos ou com peso acima do recomendado, existe uma sobrecarga articular com um desgaste marcado nas bursas. Assim, doentes com este tipo de patologias devem adotar uma dieta equilibrada evitando problemas articulares, assim como outros problemas de saúde.
Bursite tem cura?
Geralmente, se o doente respeitar o tratamento prescrito por médico a bursite é uma situação aguda que tem cura. Contudo, se não for devidamente diagnosticada, tratada e acompanhada por profissionais especialistas na área (como médicos e fisioterapeutas) pode tornar-se numa situação crónica.
É importante compreender a causa que deu origem à bursite, uma vez que é comum haver reincidência deste problema. Se a causa de origem não for combatida ou tratada, o risco de bursite é maior.
Como prevenir a Bursite?
A prevenção passa por evitar o excesso de pressão ou mobilização da articulação.
Assim, o indivíduo deve:
- Evitar apoiar-se nos cotovelos ou ajoelhar-se por longos períodos de tempo. Se for necessário tais posicionamentos, usar protecções ou almofadas.
- Evitar sentar-se em superfícies duras. Opte por colocar almofada e não permaneça sentado ou na mesma posição durante muito tempo. Ao passar da posição de sentado para de pé, fletir corretamente os joelhos.
- No caso de desportos propensos a traumatismos articulares, usar proteções das mesmas.
- Evitar carregar muito peso acima da cabeça.
- Evitar o excesso de peso e optar por um estilo de vida saudável onde incluía a atividade física regular e uma alimentação equilibrada.
- Evitar realizar tarefas repetitivas ou fazer pausas frequentes para descanso.
- Evitar práticas desportivas de grande impacto e antes da prática desportiva devem ser realizados alongamentos e aquecimento.
Existem fatores de risco para a bursite?
Sim. Temos o exemplo de pessoas com trabalhos repetitivos ou que exerçam pressão sobre uma articulação específica, como o caso de pintores, jardineiros, entre outros. A idade também é um factor de risco, pois a bursite torna-se mais frequente com o avançar da idade. Um outro factor de risco é a preexistência de doenças como a gota ou artrite reumatoide. A existência de traumatismo da articulação ou vários pequenos traumatismos também é um factor de risco para a bursite.
Conclusão
A bursite é uma patologia das bursas com implicação no adequado funcionamento da articulação afetada assim como na qualidade de vida do doente.
A dor, inchaço e limitação de amplitude de movimentos influencia o dia-a-dia do doente ficando este limitado na realização de atividades laborais, sociais e desportivas.
Conhecer os sintomas de uma bursite assim como o que pode ser feito para acelerar o tratamento da mesma, é fundamental para que a situação não adquira um caráter de cronicidade, assim como previne novas situações no futuro.
A prevenção é fundamental para manter a estrutura articular saudável. Como vimos anteriormente, existe tratamento para a bursite, existindo produtos de apoio como por exemplo as ortóteses que podem ajudam muito na recuperação e reabilitação do doente.
Nos centros Mais que Cuidar que estão localizados no Porto, Entroncamento, Lisboa, Almada e Algarve, pode encontrar uma gama completa de produtos de apoio e de profissionais especializados num aconselhamento profissional.
Referências
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.