Como a bengala pode ser uma ajuda no tratamento da artrose?
Quem sofre de artroses sabe o quanto pode ser difícil o andar. A doença provoca um grande desconforto até mesmo em atividades comuns do dia-a-dia pois é uma doença caracterizada pelo processo degenerativo das cartilagens que revestem as articulações que pode provocar dor aguda, prejudicando o movimento. Além do tratamento com medicamentos, o doente pode ter uma melhor qualidade de vida com medidas que visam fortalecer os músculos localmente e também a utilização de bengalas ou muletas, que reduzem o esforço nas articulações afetadas.
Como a doença atinge o corpo?
A artrose é um processo crónico, evolutivo e que pode atingir qualquer articulação do corpo, sendo os dedos, joelhos, anca, coluna cervical, coluna lombar e os pés as mais atingidas. «As alterações estruturais modificam a mecânica das articulações, tornando-as menos tolerantes às cargas quotidianas. Os episódios de exacerbação da dor devem-se às crises inflamatórias numa articulação já atingida pela degeneração», explica Ricardo Fernandes especializado em Ortoprotesia. «Por ser uma patologia de caráter evolutivo e degenerativo, não há cura para a artrose.
Como a bengala pode ajudar no tratamento?
O ortoprotésico afirma que otimizar o funcionamento equilibrado da musculatura ao redor das articulações é uma parte importante do tratamento, que também conta com medicamentos, fundamentais no controle da dor. «Os medicamentos são prescritos pelo médico para controlar a dor e para minimizar a inflamação cartilaginosa», explica. Ajudas técnicas como bengalas e muletas são opções para os doentes minimizarem as assimetrias na postura, geradas pela artrose, bem como as dores ou enfraquecimento muscular causados pela doença. «Elas podem diminuir para metade as cargas sobre os membros afetados pela artrose, gerando menos esforço articular e prevenindo crises de dor acentuada» diz Ricardo Fernandes.
Outras medidas importantes no tratamento
A prática regular de exercício físico é uma ferramenta importante para o reequilíbrio muscular, pois ajuda a diminuir a pressão nas articulações, reduzindo a dor no longo prazo. «Terapias alternativas, como acupuntura, osteopatia e terapia cognitivo-comportamental também fazem parte do portefólio terapêutico e podem funcionar como medidas paliativas» conclui o ortoprotésico.
É fundamental, no entanto, consultar um médico especialista, que vai recomendar o melhor tratamento com base na manifestação individual da doença e dos seus sintomas.
Ricardo Fernandes é ortoprotésico licenciado pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa e exerce funções na Mais que Cuidar Santarém.
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.