Sabia que as fraturas do colo do fémur correspondem a 50% das fraturas proximais do fémur e ocorrem nos homens, em média, aos 72 anos e nas mulheres, aos 77 anos?
A idade avançada é, portanto, um dos principais fatores de risco para a ocorrência do fémur partido, existindo mesmo estudos que confirmam o aumento exponencial da incidência a partir dos 65 anos e para ambos os sexos.
A principal causa são as quedas em idosos provocadas, ora por razões intrínsecas associadas ao próprio envelhecimento, ora por fatores externos, como a má iluminação dos espaços ou, por exemplo, superfícies molhadas. Certo é que a combinação da idade avançada e as quedas são os principais responsáveis pela elevada incidência.
Com os vários tipos de fratura que podem ocorrer, são várias as opções de tratamento que devem ser adequadas pelo médico ortopedista ao doente em questão.
Existem também produtos de apoio tais como, camas articuladas, cadeiras de rodas, andarilhos, muletas e alteadores de sanita que poderão dar um contributo importante no tratamento, na recuperação e na reabilitação de um doente com fratura do fémur.
Descubra neste guia quais as principais complicações destas fraturas e como a fisioterapia desempenha um papel fundamental na recuperação destes doentes.
O que é a fratura do colo do fémur?
Na maior parte das vezes uma fratura resulta de um traumatismo considerável e ocorre quando um osso é sujeito a uma força que excede a sua capacidade de adaptação e o osso parte, ou seja, sofremos uma fratura.
A fratura do colo do fémur é uma lesão grave com elevada morbilidade e até mortalidade, apesar de o fémur ser um osso bastante forte, é também o maior osso do corpo humano. Estudos indicam que mais de 10% dos doentes que sofrem uma fratura do colo do fémur morre no ano seguinte, devido, em primeiro lugar, às complicações causadas por esta fratura. A taxa de complicações graves a curto e médio prazo é alta, fazendo com que a mortalidade durante o intervalo de 1 ano após fratura chegue aos 20%.
As quedas são a principal causa de fratura do colo do fémur, e os idosos são a população de maior risco devido à elevada incidência de várias doenças associadas, mas principalmente devido à osteoporose, a doença da perda da densidade óssea. Nos Estados Unidos, por exemplo, 20% das pessoas a partir de 65 anos são hospitalizadas devido a fraturas do colo do fémur, sendo a que a maioria são mulheres.
O que é o colo do fémur e a anca?
Para perceber o que é a fratura do fémur, convém em primeiro lugar perceber a anatomia do fémur e da anca.
O fémur é o osso mais forte e mais comprido do nosso corpo, ocupando o espaço do membro inferior, entre as articulações do quadril (anca) e do joelho. Ou seja, fica localizado na região da coxa e liga-se ao joelho na extremidade inferior e à pelve na extremidade superior. Nesta extremidade superior, o fémur apresenta uma projeção óssea, dividida em 3 partes:
- cabeça do fémur
- pescoço do fémur (também chamada colo do fémur)
- trocantes
A anatomia do fémur é de tal modo única que torna o osso adequado para suportar as numerosas fixações musculares e ligamentares nesta região, além de estender maximamente o membro ao máximo durante a deambulação.
A cabeça do fémur tem um formato de esfera e encaixa perfeitamente no osso da pelve, num local chamado de acetábulo. Esta região, composta pela parte lateral do osso da pelve e pela extremidade superior do fémur, é chamada de quadril ou anca.
Por sua vez, a anca é uma grande articulação sinovial em bola que permite o movimento em todos os eixos, enquanto suporta a nossa massa corporal e proporciona a estabilidade ao nosso corpo durante os movimentos. Ou seja, a anca é uma das articulações mais importantes do organismo, uma vez que atua como um rolamento de esferas, permitindo rodar em direcções diferentes e ao mesmo tempo apoiar o nosso corpo.
São, portanto, dois ossos com funções extremamente vitais para o corpo humano e quando aí ocorrem danos, as consequências são muitas vezes fatais.
Quais os tipos de fraturas do fémur?
As fraturas do quadril costumam ocorrer na região do colo do fémur, porém, há outros pontos do osso fémur que também podem partir. Saber qual é o tipo de fratura do quadril que o paciente sofreu é importante, pois o tratamento e a incidência de complicações variam de acordo com o local anatómico fraturado.
Dependendo do local do osso onde acontece a quebra, a fratura de fémur pode ser dividida em diferentes tipos:
Fratura do colo femoral
As fraturas do colo femoral ocorrem na região de transição entre a cabeça femoral e a região trocantérica. É mais comum em idosos devido à existência de osteoporose e uma vez que acontece devido ao enfraquecimento do osso, pode acontecer devido a uma simples torção da perna ao caminhar.
As fraturas do colo e da cabeça do fémur são chamadas de fraturas intracapsulares e costumam ter maiores taxas de complicações, pois a região do colo e da cabeça do fémur são naturalmente mais mal vascularizadas. Quando ocorre uma fratura nesta região, há grande risco de interrupção do fluxo sanguíneo, dificultando não só a cicatrização do osso, mas também aumentando o risco de necrose ou alterações degenerativas da cabeça do fémur.
Fratura Transtrocantérica
As fraturas que atravessam a região trocantérica entre o pequeno e grande trocanter são chamadas transtrocantéricas.
As fraturas transtrocantéricas ocorrem numa área óssea ricamente vascularizada e com grande quantidade de osso esponjoso. Esta é a grande diferença quando comparadas às fraturas do colo femoral. Assim, as fraturas transtrocantéricas raramente não consolidam (“colam”) e o seu tratamento é realizado através da fixação da fratura.
Fraturas subtrocantéricas
As fraturas subtrocantéricas são localizadas abaixo da região trocantérica. São menos frequentes que as fraturas do colo femoral e trocantéricas e geralmente ocorrem em duas faixas etárias: dos 20 aos 40 anos ou acima dos 60 anos. Estas fraturas são usualmente fixadas com hastes intramedulares e parafusos, porém placas e parafusos também podem ser utilizados na maioria dos casos.
Quais os fatores de risco das fraturas do fémur?
São vários os fatores de risco que concorrem para as fraturas do fémur. Contudo, existem dois fatores que estão no topo da lista e que concorrem entre si. Ou seja:
- quando ocorre um traumatismo da região do quadril (na maioria dos casos devido a quedas);
- ossos fracos.
Além destas duas circunstâncias, existem depois um conjunto de outros fatores de risco para a elevada incidência de casos de fraturas do fémur.
Idade avançada
A idade é um dos principais fatores de risco e, por isso, os idosos são o principal grupo de risco, pois além de apresentarem uma elevada taxa de osteoporose, a incidência de quedas é muito maior nesta faixa etária.
Osteoporose
A osteoporose é o principal fator responsável pelo aumento na incidência de fratura de fémur na faixa etária acima dos 60 anos. Estima-se que um terço das mulheres da raça branca com idade superior a 65 anos tenha osteoporose e 30% delas sofra ao menos uma queda por ano. Projeções futuras apontam que, no ano de 2050, 6 milhões de pessoas sofrerão uma fratura do fémur.
Tabagismo e álcool tornam os ossos mais finos e frágeis
Estudos sugerem que o tabagismo e o alcoolismo também estão associados à perda de massa óssea, logo são, indiretamente, um fator de risco.
Após os 50 anos o risco de fratura dobra a cada 10 anos
Estudos indicam que o risco de fratura duplica a cada 10 anos após os 50 anos. Relacionados estão todos os fatores de risco aqui elencados e que se tornam mais significativos à medida que a idade avança.
Após os 65 anos encontramos 90% dos casos
Em linha com o referido anteriormente, existem dados que indicam que após os 65 anos é possível ocorrer fratura em cerca de 90% dos casos. Este dado é particularmente relevante nas mulheres menopáusicas e com osteoporose.
Uso de medicamentos que enfraquecem os ossos
A toma crónica de medicamentos enfraquece os ossos, tais como: glicocorticoides, heparina, varfarina, fenitoína, metotrexate e vários outros que, inclusive, favorecem o aparecimento da osteoporose.
Sedentarismo
A falta de atividade física deixa os ossos e os músculos mais fracos facilitando a fratura em caso de queda ou impacto necessário para que ocorra uma fratura. Por sua vez, o sedentarismo também leva a um aumento no peso e menor mobilidade aumentando o risco de queda e fratura.
Menopausa
Um dos principais sintomas da menopausa é a perda da massa óssea, o que contribui para facilitar a ocorrência de fraturas. Dado que a menopausa ocorre (habitualmente) após os 50 anos, e é a partir desta idade que existem mais comorbilidade e toma de medicamentos, conjugam-se vários fatores de risco para as fraturas.
Mieloma múltiplo
A principal manifestação clínica do mieloma múltiplo está relacionada à destruição óssea. Apesar do progresso da terapia antitumoral e de tratamentos mais agressivos, a incidência de doença óssea é elevada. Cerca de 80% apresentam lesões líticas à radiografia do esqueleto, outros 5% apresentam osteopenia evidenciada pela densitometria óssea. Por isso, uma das complicações destes doentes são as fraturas.
Utilização de medicamentos que provocam sonolência
A utilização de medicamentos, que diminuem os reflexos e provocam sonolência, é responsável por elevada taxa de quedas e por consequência de fraturas, principalmente entre a população idosa. Falamos de medicamentos usados, por exemplo para a hipertensão arterial, que tendem a baixar/normalizar a tensão, ou os ansiolíticos para tratar episódios de depressão e ansiedade.
Veja também: Tensão arterial baixa, normal ou alta: valores ideais, quais os riscos e como medir?
Quais os sintomas da fratura do colo do fémur?
Nos idosos, quedas simples, aparentemente sem maiores danos, podem ser suficientes para partir o colo do fémur. O paciente cai e passa a apresentar intensa dor na região do quadril e da coxa, associada a incapacidade de mobilizar a perna.
Se a fratura for completa e partir o osso em duas partes, o membro inferior acometido passa a ter menor comprimento que o membro sadio. A perna acometida também tende a fazer uma rotação externa (apresentação mais comum) ou interna.
Na maior parte dos casos, a fratura do fémur causa uma dor extremamente intensa que permite imediatamente identificar que aconteceu uma fratura. No entanto, quando a fratura é muito pequena a dor pode ser relativamente leve e, por isso, existem outros sintomas que podem indicar uma fratura, como:
- Dificuldade para movimentar a perna
- Dor mais intensa ao colocar o peso sobre a perna
- Inchaço da perna ou presença de hematomas
Além disso, é possível que surjam alterações na sensibilidade da perna, podendo até aparecer sensação de formigueiro.
Sempre que existir suspeita de fratura é muito importante procurar ajuda médica, e lhe sejam prescritos exames de diagnóstico, como o raio X, para identificar se realmente existe alguma fratura que precise ser tratada.
Diagnóstico
O médico especialista responsável por esta área da medicina é o ortopedista. É esta a especialidade médica que cuida da saúde relacionadas aos elementos do aparelho locomotor, como ossos, músculos, ligamentos e articulações, e que deve procurar neste tipo de ocorrência.
As fraturas do fémur são geralmente óbvias, pois costumam ser causadas por trauma de grande impacto, por isso o diagnóstico é habitualmente feito de forma clínica, através dos sintomas e pela história da ocorrência, por exemplo da queda.
Para confirmação da fratura e mostrar o local exato da fratura é utilizado o método de diagnóstico mais simples, como a radiografia. Se a suspeita clínica da fratura for muito forte, mas a radiografia não mostrar uma imagem muito clara, podem ser necessárias uma Tomografia Computorizada (TAC) ou uma Ressonância Magnética (RMN) para esclarecer a dúvida.
Fratura do colo do fémur em idosos
As fraturas do fémur em idosos representam um sério problema dentro do contexto da saúde pública, devido aos elevados custos económicos para o tratamento e as suas consequências, assim como pela alta taxa de morbidade e mortalidade.
Já referimos que as pessoas idosas são as mais propensas a sofrer de fraturas do colo do fémur porque apresentam mais fatores de risco que o resto da população. E uma vez que, habitualmente, os idosos têm várias morbilidades associadas, a recuperação de uma fratura do colo do fémur pode apresentar-se com consequências sérias.
Por um lado, porque a densidade óssea é mais baixa nas pessoas idosas e, por isso, com maior dificuldade em “reparar” a fratura. Por outro lado, pelo facto de ficarem acamadas e com várias patologias associadas, a recuperação é mais lenta e com possibilidade de ocorrerem complicações associadas.
A dependência que já é frequente entre os idosos, aumenta com a ocorrência de uma fratura, e estando impedidos de fazer as suas actividades diárias, limitados e dependentes, eleva a probabilidade de ficarem deprimidos e ainda mais dependentes.
São, portanto, graves as fraturas do colo do fémur nos idosos, não só pela gravidade da situação propriamente dita, mas também pelas consequências negativas que advêm da ocorrência.
Qual é o tratamento?
Considerando a importância da reabilitação do indivíduo, o tratamento das fraturas do fémur necessita de um envolvimento multiprofissional para cuidados clínicos e acompanhamento adequado.
Não basta imobilizar o osso para curar uma fratura do colo do fémur. Em quase todos os casos de fratura do colo do fémur é necessário fazer cirurgia com o objetivo de corrigir a fratura e permitir a cicatrização, que pode durar vários meses. Se o paciente estiver clinicamente estável, a cirurgia deve ser feita, preferencialmente, nas primeiras 48 horas após a fratura, já que quanto mais tarde for feita a cirurgia, piores podem ser os resultados.
Não cirúrgico
O tratamento conservador, sem cirurgia, é indicado somente em algumas fraturas classificadas como incompletas ou sem desvio, ou nos doentes que apresentam contra-indicações absolutas para a intervenção cirúrgica. Esta opção de tratamento pode apresentar-se como uma dificuldade nos doentes acamados, sem condição de marcha.
Cirurgia
Na maioria dos casos, o tratamento das fraturas do colo do fémur deve ser feito através de cirurgia, com colocação de placas, parafusos ou próteses metálica. No entanto, o tipo de cirurgia pode variar de acordo com o tipo e a gravidade da fratura:
Artroplastia
Este é um tipo de cirurgia menos utilizado e, normalmente, está reservado para situações de fraturas próximas do quadril que demoram a cicatrizar ou que são muito complicadas. Nestes casos, o especialista pode sugerir uma artroplastia, na qual a articulação do quadril é completamente removida e substituída por uma prótese artificial.
Fixação interna
A fixação interna normalmente é feita em fraturas mais complicadas ou com várias quebras, quando não é possível utilizar uma haste intramedular. Neste método, o cirurgião aplica parafusos e placas de metal diretamente sobre o osso para o manter estabilizado e alinhado, permitindo a cicatrização.
Fixação externa
Na maioria das vezes, este é um procedimento temporário, que é mantido até que a pessoa possa fazer uma cirurgia de reparação mais extensa, mas também pode ser utilizado como forma de tratamento em fraturas mais simples, por exemplo.
Haste iontramedular
Esta é uma das técnicas mais utilizadas para tratar fraturas do fémur e envolve a colocação de uma haste de metal especial no interior do osso. A haste normalmente é retirada depois de a cicatrização estar concluída, o que pode demorar até 1 ano a acontecer.
Fisioterapia
A fisioterapia deve ser iniciada precocemente, pois o objectivo é impedir que o paciente não consiga voltar a andar. É sabido que a recuperação é lenta, mas o tratamento fisioterápico está indicado na prevenção de complicações das fraturas e na reabilitação do paciente, seja aquele que vai ser submetido ao tratamento conservador ou ao cirúrgico.
Os objetivos incluem acelerar o retorno funcional dos indivíduos acometidos e evitar possíveis complicações.
Como cuidar de um doente em casa após cirurgia a fratura do fémur?
Os pacientes submetidos a cirurgia e intervenção de colocação da prótese da anca são estimulados a andar nos dias seguintes à cirurgia, mesmo que com ajuda de muletas, para evitar que sua musculatura fique enfraquecida por longos períodos de imobilização na cama.
A fisioterapia é extremamente importante para o resultado final deste tipo de cirurgia, já que os principais objetivos são prevenir contracturas, melhorar a educação do paciente e reforçar os músculos à volta da articulação da anca através de exercícios controlados. Devido ao processo de cicatrização dos tecidos em torno da articulação podem surgir contraturas que limitam os movimentos.
Os pacientes são aconselhados a não fazerem esforços como levantar pesos ou outras actividades domésticas normais. São também aconselhados a:
- Não cruzar a perna operada por cima da outra
- Não deitar-se para o lado operado
- Não elevar o joelho mais alto que o nível da coxa
- Não sentar-se em cadeiras ou bancos baixos
- Não rodar sobre a perna operada
- Não colocar o pé num banco quando estiver sentado
- Não administrar injetáveis do lado operado
Outros cuidados a ter:
- Manter uma alimentação equilibrada e uma boa hidratação, para um bom funcionamento do organismo. Por isso, evite o aumento de peso.
- O repouso é importante para prevenir a dor e o inchaço.
- A medicação deve ser tomada conforme prescrição médica.
- Movimentar o membro operado (joelho e o pé), para evitar atrofia e inchaço, o que pode prejudicar a circulação.
- Ao utilizar canadianas ou andarilho verifique o estado das borrachas (ponteiras) para prevenir quedas.
- Numa fase inicial da recuperação em casa, pode ser importante o suporte de um serviço de apoio domiciliário para ajuda nas atividades de vida diária como os cuidados de higiene, apoio na marcha e mobilidade, refeições, limpeza e arrumação da casa.
- Para o tratamento da ferida ou sutura da operação, é importante o apoio do serviço de enfermagem para fazer os pensos, retirar os agrafes e vigiar a cicatrização da sutura.
Produtos de apoio para uma melhor reabilitação, conforto e segurança
As ajudas técnicas ou produtos ortopédicos recomendamos para uma pessoa a recuperar de uma fratura do colo do fémur são:
Cama articulada elétrica
As camas articuladas hospitalares elétricas e os colchões ortopédicos proporcionam grande conforto e descanso aos doentes a recuperar de uma fratura do fémur. Como as camas têm regulação da altura do estrado ao chão, facilita a entrada e saída do doente da cama evitando o esforço e a dor. Normalmente, como têm uma utilização temporária, pode ser mais indicado o aluguer de uma cama articulada.
Poltrona reclinável
Habitualmente, nas situações clínicas consideradas “normais” é recomendado que o doente passe o mínimo de tempo possível na cama durante o dia (a não ser que tenham indicação médica para repouso). Desta forma, a poltrona reclinável manual ou elétrica pode ser importante para proporcionar momentos de descanso e relax em segurança e sem comprometer a prótese. Está disponível em regime de compra ou aluguer.
Estas poltronas ao contrário dos sofás tradicionais não são muitas baixas ou moles. Têm a altura adequada para que o doente não dobre o joelho mais alto que o nível da coxa.
Cadeira de rodas
Nos doentes com maior dificuldade na marcha ou diminuição da força muscular nas pernas, numa fase inicial da recuperação, pode ser necessário a utilização de uma cadeira de rodas. Como se prevê uma utilização temporária, o serviço de aluguer de cadeira de rodas é recomendado.
Andarilho
Na fase de reabilitação e recuperação do andar após a cirurgia devido a fratura do colo do fémur, habitualmente o andarilho fixo é utilizado nas sessões de fisioterapia e no treino de marcha.
Muletas ou canadianas
Numa fase mais avançada da recuperação e reabilitação, podem ser utilizadas muletas para auxiliar a marcha.
Alteador de sanita
O alteador de sanita torna mais fácil e menos doloroso o sentar e o levantar da sanita.
Cadeira de banho na banheira
De forma a proporcionar segurança e conforto no momento do banho na banheira, podem ser adaptadas cadeiras especializadas. As mais utilizadas são as cadeiras de banho giratórias que são facilmente adaptadas na banheira.
Banco ou cadeira de banho no poliban
Bancos ou cadeiras especiais com regulação da altura e pés anti-derrapantes para oferecer conforto e segurança ao paciente no banho no poliban.
Fratura do fémur: quem recupera e qual o tempo de recuperação
O tempo de recuperação pode variar muito dependendo do tipo de cirurgia feito, da gravidade da fratura e do doente em causa. No entanto, é comum que a pessoa fique internada entre 3 dias a 1 semana antes de ter alta e ir para casa. Além disso, como muitas fraturas acontecem devido a acidentes, também pode ser necessário mais tempo de internamento para fazer o tratamento de outros problemas como hemorragias ou feridas, por exemplo.
No que respeita à cicatrização da fratura geralmente demora entre 3 a 9 meses, sendo que nesse tempo é recomendado evitar atividades que coloquem muito peso sobre a perna afetada e embora não se possa fazer exercício físico intenso, é muito importante manter o movimento do membro, não só para melhorar a circulação sanguínea, mas também para evitar a perda de massa muscular e de movimento da articulação.
São, portanto, vários os fatores que concorrem para a recuperação total ou parcial destes doentes. Contudo, estudos indicam que cerca de 25% dos pacientes recuperam quase totalmente, e os restantes apresentam habitualmente, dor persistente, alteração do equilíbrio, dificuldade em subir escadas e ficam a mancar de forma permanente. Ou seja, estima-se que cerca de 30 a 40% dos doentes ficam com algum grau de dependência.
Aproximadamente 20% dos doentes idosos morrem após um ano da lesão, devido ao agravamento de problemas de saúde preexistentes do pulmão, coração e rins.
Quais as complicações da fratura do fémur?
As complicações da fratura do fémur costumam ser consequência do longo período de recuperação necessário para a cicatrização da lesão. Nem todos os doentes recuperam da mesma forma, nem todos têm as mesmas condições físicas e emocionais para enfrentar a longa recuperação, para além de que a recuperação também depende das condições clínicas prévias de cada doente. Estas vão influenciar direta e indiretamente o aparecimento de possíveis complicações.
A principal complicação da fratura é a trombose venosa profunda devido à imobilização crónica de muitos doentes, e quanto mais idosos e debilitados forem os doentes, maior o número de complicações. As mais frequentes são:
- Embolia pulmonar
- Úlceras da pele
- Pneumonia
- Infeções urinárias
Conclusão
Em cada ano, uma em cada três pessoas com 65 anos (ou mais) sofre uma queda. Esta é uma realidade com consequências graves, quando concluímos que a fratura do colo do fémur é a sua principal consequência. Nada mais, nada menos do que a fratura do maior osso do corpo humano, com funções primordiais na mobilidade e equilíbrio do ser humano.
Os dados indicam que estas fraturas ocorrem com maior incidência nesta faixa etária não só por razões intrínsecas ao envelhecimento, como a perda de audição e visão, como por factores externos e circunstanciais da vida, como a má iluminação dos espaços ou mesmo a as superfícies molhadas, mas que contribuem em maior ou menor grau o risco de cair.
As consequências são tão graves quanto maior for a debilidade prévia do idoso, e que se complicam pela demorada recuperação que estas fraturas implicam. Ainda que as opções de tratamento sejam várias, com diferentes tipos de cirurgias, adaptadas a cada caso, certo é que o percurso é longo e precisa tanto da determinação do doente, quanto de sessões de fisioterapia.
Existem também produtos de apoio tais como, camas articuladas, cadeiras de rodas, andarilhos, muletas e alteadores de sanita que poderão dar um contributo importante no tratamento, na recuperação e na reabilitação de um doente com fratura do fémur.
O desfecho nem sempre é o melhor, já que se estima que cerca de 30 a 40% dos doentes ficam com algum grau de dependência e aproximadamente 20% dos doentes idosos morrem após um ano da lesão.
Juntos Cuidamos Melhor
Referências
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.