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O que fazer ao visitar uma pessoa com demência?

O que fazer ao visitar uma pessoa com demência?

As pessoas com demência, apesar das algumas limitações de memória ou sociais podem continuar a querer receber visitas.

No entanto, nem sempre é fácil saber lidar com a situação e com as limitações inerentes ao problema de saúde.

Para tornar a experiência mais harmoniosa e ajudar os familiares, amigos ou até mesmo cuidadores a terem uma experiência positiva quando visitam alguém com doença de Alzheimer ou outro tipo de demência, uma pequena preparação prévia é muito útil.

A preparação deverá incluir algumas estratégias e coisas que se podem ou não fazer para criar um ambiente calmo para que se proporcione ao idoso a possibilidade de se concentrar melhor e ter uma melhor experiência.

Ter uma visita agradável e saber mais sobre a demência pode até encorajar a família e os amigos a fazer visitas mais frequentemente.

Planear visitas bem-sucedidas e perceber melhor o que fazer e o que não fazer para criar uma experiência positiva, ajudando família e amigos a saberem o que dizer e fazer, ajuda a criar para todos um melhor ambiente.

Como planear as visitas de forma eficaz

Estabelecer um plano prévio para as visitas é fundamental para garantir que tudo corre pelo melhor e de forma harmoniosa.

Alguns passos prévios essenciais são:

  • Limitar as visitas a 1 ou 2 pessoas de cada vez
  • Demasiadas pessoas na visita podem tornar o ambiente muito pesado e confuso
  • Marcar as visitas para a altura do dia em que o idoso está normalmente no seu melhor
  • Minimizar as distrações mantendo o ambiente calmo e silencioso
  • Desligar a televisão ou a música alta e minimizar o número de pessoas em redor do idoso

Antes da visita

Quer o idoso esteja na sua casa quer esteja num lar, é importante manter um plano de visitas e seguir o protocolo estabelecido, de acordo com a situação particular do idoso e das condições do lar, se assim for o caso.

Estes são alguns dos fatores a considerar antes da visita:

  • Marcar uma hora conveniente e considerar quanto tempo se pode ficar e em que circunstâncias
  • Perceber qual a melhor altura do dia para a visita
  • O ideal será ser a meio do dia, quando a pessoa não está muito cansada
  • Garantir que a duração da visita é adequada
  • Cada pessoa é diferente, por isso, pedir ao prestador de cuidados ou outras pessoas próximas do idoso sobre o que é melhor

Outras considerações mais específicas:

Obter informações mais detalhas e precisas

Amigos ou familiares podem estar interessados em visitar o idoso, mas que não sabem o que fazer ou hesitam em fazê-lo especialmente se for a primeira visita desde que a pessoa foi diagnosticada ou foi para um lar de idosos.

Mas, não se deve evitar fazer a visita, já que ao visitar se pode eliminar a dúvidas sobre o estado e a forma de se tratar o idoso nesta situação.

É importante continuar a visitar para preservar os laços e o bem-estar do idoso, por isso antes de ir é melhor obter um máximo de informação possível sobre a situação.

Caso não seja possível estar com a pessoa presencialmente, pode perguntar-se se se pode telefonar ou fazer uma videochamada durante a visita e combinar uma hora com antecedência.

Perguntar se há possibilidade de levar um animal de estimação

Os animais de estimação podem proporcionar conforto e alegria às pessoas que vivem com demência.

Se for visitar um lar de idosos, é melhor verificar primeiro se é possível ou não levar um animal e quais são as regras relativas à entrada de animais no lar.

Preparar o que se quer levar

Fotografias, vídeos e cartas são formas eficazes de estabelecer uma ligação com a pessoa que se vai visitar.

Se houver algum tipo de guloseima específica de que a pessoa goste, tente levar também. 

Pode também considerar-se ainda a possibilidade de comprar produtos ortopédicos ou produtos de assistência à mobilidade que possam ajudar a pessoa a participar em atividades significativas.

Participação conjunta em eventos

No caso de o idoso estar num lar, perguntar se há algum evento especial a decorrer, como uma festa de fim de ano ou de aniversário.

Se houver preocupação com o facto de o idoso ficar aborrecido quando as visitas forem embora, tentar planear a partida com um evento.

Fazer coincidir o fim da visita com uma refeição ou uma atividade pode fazer com que o fim da visita seja natural e pode ser uma distração para o idoso.

Quando a visita se for embora, assinar um livro de visitas, caso exista, para que o idoso o possa consultar mais tarde e para que as outras visitas saibam que visitou.

Durante a visita

Durante a visita é aconselhável ter atenção a alguns fatores.

Comunicar com o idoso de forma clara

Com a progressão da demência, a pessoa afetada pode não reconhecer as visitas ou familiares.

Neste sentido, quem visita poderá ter de se apresentar e dizer porque é que está ali, comunicando de uma forma simples e clara. A comunicação respeitosa e atenciosa é a chave para uma visita harmoniosa.

Ter disponibilidade para ouvir

As pessoas que vivem com demência podem querer partilhar os seus sentimentos, por isso é importante manter a abertura e a empatia.

A visita poderá ter de responder a perguntas difíceis e, ao fazê-lo, pode reconhecer os sentimentos do idoso e assegurar que estão seguros, são amados e recebem cuidados.

As perguntas mais comuns incluem perguntar quando podem ir para casa ou onde está uma pessoa que já faleceu.

Se a visita não tiver a certeza de como responder a estas perguntas, perguntar, ao invés, o que gostam na sua casa ou pedir para partilharem uma história sobre a pessoa sobre quem estão a perguntar.

Tornar o ambiente agradável

Reduzir o ruído de fundo, desligando a televisão, fechando uma porta ou uma janela, pode ajudar a tornar a visita mais tranquila, mais concentrada e menos confusa.

Perguntar ao idoso o que quer fazer

Ao encorajar o idoso a tomar decisões sobre a forma como passa o tempo juntos no dia da visita, ajuda a contribuir para o aumento da sua independência e autoestima.

Estabelecer uma ligação mais próxima através de uma atividade

Manter o foco nos talentos e capacidades do idoso. Dependendo do que o idoso quer fazer, pode ser uma visita relaxante com atividades agradáveis.

Como por exemplo, ver um filme, comer algumas guloseimas, ouvir música ou ir fazer um passeio para obter os benefícios do ar fresco e do exercício.

Outras boas formas de estabelecer ligações podem ser construir um álbum de recortes em conjunto ou jogar um jogo familiar.

Estabelecer uma ligação através de um objeto ou pessoa em comum

Se o idoso com demência não estiver interessado numa determinada atividade, em alternativa, podem apresentar-se determinados objetos que têm significado para o idoso para serem desfrutados em conjunto, ou pedir a um amigo ou familiar que não pôde estar presente para telefonar durante a visita.

Se necessário, reservar um tempo de silêncio

O tempo de silêncio durante uma visita pode ser muito significativo e uma boa maneira de todos se sentirem relaxados. Nem toda a comunicação é verbal.

Recordar e rir em conjunto

Relembrar experiências divertidas partilhadas em conjunto no passado.

Levar crianças

Levar uma criança para a visita pode ser divertido para todos e ajuda a manter as relações importantes.

Explicar previamente à criança o que é a demência e o que esperar. Ouvir os sentimentos e preocupações da criança. Dizer à criança que, durante a visita, deve falar claramente, evitar discutir e pedir ajuda em qualquer altura.

Levar uma atividade tranquila que a criança e o idoso possam fazer em conjunto, como um puzzle. Pedir à criança para oferecer algo que tenha feito, como um desenho ou biscoitos caseiros.

O que fazer e não fazer numa visita a um idoso com demência

Durante uma visita a uma pessoa com demência há algumas coisas que são imprescindíveis e outras que não se devem mesmo fazer.

O que se pode fazer

  • Manter um tom e uma linguagem corporal amigáveis e positivos
  • Não falar demasiado alto
  • Estabelecer contacto visual e manter o rosto ao nível dos olhos da pessoa
  • Apresentar-se, mesmo tendo a certeza de que a pessoa conhece que é a visita e dizer qual a relação de proximidade que se tem ou se é um familiar
  • Falar devagar e com frases curtas, com apenas uma ideia por frase
  • Dar tempo suficiente à pessoa para falar ou responder às perguntas, não apressar a conversa
  • Utilizar perguntas abertas para que não haja respostas certas ou erradas
  • Não ter preocupação com os momentos de silêncio. As pessoas com demência podem gostar tanto do silêncio como de falar
  • Não forçar tópicos de conversa ou atividades
  • Validar os sentimentos da pessoa, permitindo expressar tristeza, medo ou raiva
  • Entrar na realidade do idoso
  • Seguir o fluxo da conversa, mesmo que se fale de coisas que não são verdadeiras ou que não fazem sentido
  • Partilhar memórias do passado. É mais provável que se lembrem de coisas que aconteceram há muito tempo
  • Preparar uma atividade, como algo para ler em voz alta, um álbum de fotografias para ver ou uma música preferida para ouvir
  • Dar abraços, toques suaves ou massajar os braços ou os ombros se a pessoa permitir e gostar

O que não se deve fazer

  • Não se deve dizer “lembra-se?”  porque pode causar raiva ou embaraço
  • Não se deve discutir. Se a pessoa disser algo que não está correto, deixar passar
  • Não apontar os erros porque só faz com que a pessoa se sinta mal e não ajuda a conversa
  • Presumir que não se lembram de nada, embora muitas pessoas apresentem momentos de lucidez
  • Não levar a peito as coisas más ou desagradáveis que dizem
  • A doença pode distorcer as palavras da pessoa ou fazê-la reagir mal por confusão, frustração, medo ou raiva
  • Falar com a pessoa de forma digna. Os idosos com demência não são crianças e devem ter o devido respeito
  • Falar sobre eles com outras pessoas como se não estivessem presentes também não se deve fazer

Como lidar com as perguntas difíceis

A doença de Alzheimer ou outro tipo de demência podem fazer com que os idosos fiquem confusos e se esqueçam de pormenores importantes das suas vidas.

O que pode resultar em fazer perguntas sensíveis que são difíceis de responder. Neste sentido, é importante fazer uma preparação prévia para ser possível responder da melhor forma a estas perguntas.

3 exemplos de conversas ou perguntas difíceis:

Como informar que um familiar está a morrer ou faleceu

No caso em que o idoso pergunta como está uma pessoa que já faleceu. Em primeiro lugar, deve ponderar-se o facto de perceber se saber esta informação irá ou não realmente beneficiar o idoso.

O que é que o idoso faria com essa informação? Lembrar-se-ia se lhe fosse dita a verdade? Ou ficaria perturbado, esqueceria o assunto e, mais tarde, perguntaria e ficaria novamente perturbado?

Dependendo da fase da doença em que a pessoa se encontra, dar notícias perturbadoras pode não ser bom quer para o idoso quer para quem dá a notícia. Se a pessoa ainda for capaz de processar e reter a informação, talvez seja melhor dizer a verdade.

Mas se a memória a curto prazo for fraca e a pessoa ficar facilmente perturbada ou assustada, será provavelmente melhor evitar o assunto ou até dizer uma mentira. Assim, evita-se magoar o idoso com informações que não conseguirá compreender totalmente.

Outra coisa em que se deve pensar é se a partilha da notícia é realmente para o idoso ou se é mais para que a dá. Para muitas pessoas, pode tratar-se apenas de uma forma de aliviar a culpa de reter a informação.

O idoso nesta situação não tem a capacidade de lidar com os seus sentimentos como outra pessoa, pelo que não dizer nada é, na verdade, mais simpático e apropriado para a situação.

Como lidar com as perguntas feitas de forma repetitiva

Quando o idoso faz perguntas com uma carga emocional forte de forma repetitiva, a melhor abordagem é manter a concentração na emoção que está por trás da pergunta, em vez de concentrar nas palavras que estão a ser usadas.

Evitar corrigir, contradizer ou confrontar o idoso. Em vez disso, aderir à realidade do idoso e satisfazer as necessidades que a pessoa não consegue comunicar.

Por exemplo, uma pessoa que pergunta pela mãe que já morreu, pode estar à procura de alguém ou de algo que a conforte.

Nessa situação, oferecer um abraço, um cobertor ou uma comida favorita e encorajar gentilmente a falar sobre o aspeto da mãe, as suas sensações e as conversas que tiveram.

Outro exemplo é se alguém com demência estiver constantemente a perguntar pelo marido de quem se divorciou há anos.

Nesta situação, pode dar-se uma resposta genérica como por exemplo, dizer que a pessoa em questão está bem e depois, calmamente, mudar de assunto. Ou em alternativa, procurar algumas fotografias de família e rever em conjunto, mas evitando as que tenham o ex-marido.

Como lidar com frases ou perguntas que não fazem sentido

O mais importante é responder com calma, agradavelmente e de forma positiva ao que a pessoa está a dizer.

Evitar questionários ou perguntas que exijam que o idoso se lembre de coisas, eventos ou pessoas. Em vez disso, utilizar outros sentidos ou capacidades no momento.

Ver fotografias para que se possa recordar sem pressões, envolver o idoso numa atividade divertida ou relaxante, como experimentar aromaterapia, fazer uma massagem suave ou ouvir música.

Fazer videochamadas

No caso de não ser possível fazer uma visita presencial ao lar ou à casa do idoso, fazer videochamadas pode ser uma boa alternativa.

Existem muitas aplicações e dispositivos de videochamada, mas para muitas pessoas idosas, a utilização destas aplicações modernas é confusa e complicada.

E se tiverem problemas de memória, é ainda mais difícil. Poder-se-á ensinar a utilizar o dispositivo, mas há uma grande probabilidade de se esquecerem de tudo o que o que foi ensinado rapidamente.

Por outro lado, em muitos casos sem a ajuda de familiares ou cuidadores, é difícil as famílias manterem a ligação a muitos idosos com demência, porque uma pessoa com demência mais avançada não é capaz de iniciar ou aceitar videochamadas, por mais simples que seja a tecnologia.

Mesmo sem problemas de memória, a maioria das pessoas em lares de idosos não se sente muito à vontade com as novas tecnologias, como smartphones, ecrãs tácteis e dispositivos de reconhecimento de voz.

Assim, poderá ser mais fácil utilizar um sistema de videochamadas que permita ver e falar com o idoso sem qualquer ação da sua parte.

Os dispositivos de assistência inteligente com sistema de vídeo e chamada em que o utente não precisa de tocar ou atender podem ser uma opção muito útil nestas situações. Estes dispositivos atendem a chamada sem que seja necessária qualquer ação por parte da pessoa que a recebe.

Fazer um registo das visitas

Uma pessoa que vive com demência pode ter muitas pessoas no seu círculo de apoio, como por exemplo, um vizinho que aparece regularmente, familiares e amigos.

À medida que a demência progride e a pessoa recebe mais assistência, esse círculo pode crescer para incluir visitas de prestadores de serviços, tais como, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, fisioterapeutas ou outros.

Nestas circunstâncias pode-se ser difícil lembrar de todas as atividades, quem está envolvido e como elas contribuem para o dia a dia do idoso.

Quer o idoso esteja num lar ou em casa, um livro de visitas para registar quem visita serve também como um lembrete de quem veio visitar e de como passaram o tempo juntos.

Pode ser útil para iniciar uma conversa com outras visitas e para a pessoa que vive com demência se lembrar de tudo o que aconteceu.

As pessoas que vivem com demência ou os seus cuidadores podem comprar um caderno simples ou um diário para serem mantidos num local onde as visitas possam localizar facilmente.

Usar o livro de visitas de acordo com a imaginação de cada um, adicionando fotos, descrevendo as visitas e as conversas ou fazendo desenhos para expressar sentimentos.

O livro deverá incluir sempre as seguintes informações:

  • A data da visita
  • O nome do visitante
  • Como o visitante e a pessoa passaram o tempo juntos
  • Quando é expectável que o visitante volte a visitar e tentar ser o mais específico possível
  • Se a pessoa está num lar, verificar primeiro se é possível deixar um livro de visitas no quarto

Conclusão

Os cuidados a ter com uma pessoa com demência requerem uma abordagem abrangente que trate a pessoa no seu todo e não apenas a demência. Mantendo o foco na saúde mental e física como um todo.

Em geral toda a gente gosta de receber visitas de familiares e amigos e as pessoas que vivem com demência não são diferentes. As visitas podem ser uma fonte de apoio e conforto, e uma forma de manter a ligação emocional e social aos outros.

No entanto, a incerteza sobre o que esperar numa visita pode fazer com que algumas pessoas hesitem em visitar uma pessoa que vive com demência. No entanto é possível tornar as visitas mais fáceis e confortáveis para todos.

As dificuldades de comunicação podem ser desanimadoras quer para a pessoa que vive com demência quer para os familiares, mas ao considerar algumas estratégias e fazer um plano prévio a situação pode ser gerida mais facilmente.

O mais importante é manter o contacto e os laços emocionais, mantendo o respeito e a dignidade para com o idoso que vive com demência.

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Referências:

  • Associação Alzheimer Portugal
  • Alzheimer Society of Canada

*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.

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