A palavra osteopatia deriva da língua grega antiga e é uma composição das palavras “osteon” que significa osso e “pathos” que significa doença de.
A osteopatia é uma profissão de cuidados primários, centrada no diagnóstico, tratamento, prevenção e reabilitação de doenças músculo-esqueléticas, e os efeitos destas doenças na saúde geral dos pacientes.
Utiliza muitos dos procedimentos de diagnóstico aplicados na avaliação médica convencional e os osteopatas procuram restaurar o funcionamento ótimo do corpo, sempre que possível sem o uso de drogas ou cirurgia.
A abordagem dos osteopatas centrada no paciente à saúde e bem-estar significa que consideram os sintomas no contexto da história médica completa do paciente, bem como o seu estilo de vida e circunstâncias pessoais.
Esta abordagem holística assegura que todo o tratamento é adaptado ao paciente individual.
Em Portugal a osteopatia começou a ser praticada nos anos 60 por uma médica inglesa.
Mais tarde, em 1978, o médico Mário Borges de Sousa, divulgou e acabou por implementar a técnica como uma prática complementar e multidisciplinar junto da comunidade científica e médica, através da realização de palestras e conferências dedicadas ao tema.
É depois, no início dos anos 80 que se inicia a formação em osteopatia em Portugal. Em 1998, é criada uma comissão, a pedido do Ministério da Saúde, para avaliar a implementação das terapêuticas não convencionais, onde se inclui a osteopatia.
A 12 de setembro de 2014 foram publicadas no Diário da República, as portarias que regulam o acesso à cédula profissional dos terapeutas, e a 1 de outubro de 2015 inicia-se a atribuição das primeiras cédulas profissionais.
As primeiras licenciaturas em osteopatia em Portugal só foram anunciadas em setembro de 2016 distribuídas por cinco instituições de Ensino Superior.
A profissão osteopática continua a crescer. Só nos Estados Unidos o número de terapeutas quase quadruplicou desde 1990.
O que é a osteopatia?
A osteopatia baseia-se no princípio de que o corpo tem a capacidade de se curar, e os cuidados osteopáticos concentram-se no fortalecimento dos sistemas músculo-esqueléticos para tratar as condições existentes e para prevenir doenças.
A osteopatia é uma terapia manual não invasiva que, sem a utilização de medicamentos, visa melhorar a saúde em todos os sistemas corporais, manipulando e reforçando a estrutura músculo-esquelética.
O osteopata trabalha sobretudo as articulações, músculos e a coluna vertebral. O tratamento visa afetar positivamente os sistemas nervoso, circulatório, e linfático do corpo.
A osteopatia é uma terapia complementar. É utilizada juntamente com o tratamento convencional para melhorar a saúde. O osteopata não se concentra apenas na área problemática, mas utiliza técnicas manuais para equilibrar todos os sistemas corporais, e para proporcionar uma boa saúde e bem-estar geral.
As técnicas utilizadas pelo osteopata incluem alongamento, pressão suave, e resistência, conhecida como medicina manipuladora osteopática.
A prática osteopática baseia-se em vários princípios terapêuticos:
- O corpo é uma unidade
- Há uma inter-relação necessária entre estrutura e função
- O corpo possui os seus próprios mecanismos reguladores
- O corpo possui a capacidade inerente para se defender e curar
- O movimento dos fluidos corporais é essencial para a manutenção da saúde
- Os nervos contribuem decisivamente para o controlo desse movimento
Existem algumas circunstâncias orgânicas que podem contribuir para que uma patologia seja persistente ou prolongada.
Quando o funcionamento normal do corpo é perturbado ou quando as condições do meio ambiente não facilitam a manutenção de um estado geral harmonioso, pode desenvolver-se uma doença.
O objetivo principal é permitir que o corpo chegue ao seu expoente máximo de funcionamento, ao mesmo tempo que se elimina os obstáculos para alcançar esse objetivo.
O que acontece numa sessão de osteopatia?
A duração de uma sessão pode variar, mas em média durará entre 30 a 60 minutos, sendo que a primeira consulta é geralmente mais longa do que as sessões seguintes.
Durante a primeira consulta, o osteopata fará perguntas sobre o problema e os sintomas. Pode também fazer perguntas sobre lesões anteriores, o historial médico, medicamentos que estejam a ser tomados, ou outros fatores que possam até parecer não estar diretamente relacionados com o problema apresentado.
De seguida, o osteopata realizará um exame osteopático completo e, se necessário, testes clínicos, que podem ser testes de diagnóstico, ortopédicos ou neurológicos, avaliações posturais e atividades ou exercícios, que ajudarão a determinar a melhor forma de gerir a situação clínica.
Como a osteopatia tem uma abordagem holística do tratamento, outras partes do seu corpo, além da área afetada. Por exemplo, se o problema for um joelho dorido, o osteopata pode também examinar o tornozelo, pélvis e costas.
Como a osteopatia é uma forma de terapia manual, o tratamento prático pode incluir massagem, alongamento, movimentos repetitivos, mobilização ou manipulação dos membros, ou outras técnicas suaves.
A maioria dos tratamentos osteopáticos é suave e não deve causar desconforto. Se as lesões exigirem um tratamento prático de áreas dolorosas e ternas, o osteopata deverá ter o cuidado de tornar o comportamento, o mais confortável possível.
Pode também ser dados conselhos ou técnicas para ajudar a gerir a lesão entre tratamentos. Isto pode incluir a realização de exercícios para fazer em casa ou no trabalho.
Após o tratamento, é normal existir a sensação de cansaço e ser necessário descanso físico. É aconselhável evitar exercícios extenuantes depois de uma sessão.
Algumas pessoas sentem uma ligeira dor durante um ou dois dias após o tratamento, semelhante à que se sente após um exercício suave. Se esta dor persistir ou aumentar significativamente, deve ser procurada a ajuda do osteopata ou do médico.
Algumas alterações aos sintomas podem surgir logo após as duas primeiras sessões, mas algumas situações crónicas ou mais duradouras podem exigir um tratamento mais longo ou mais frequente.
Qual é a diferença entre osteopatia e massagem?
Há muitas semelhanças entre osteopatas e massagistas, contudo, a abordagem e as técnicas de tratamento são bastante diferentes.
As duas terapias tratam de problemas relacionados com o sistema músculo-esquelético que envolve os músculos, as articulações e os ossos. Ambas são terapias que incluem o uso das mãos e o trabalho com tecidos moles, mobilização e manipulação das articulações.
Tal como os osteopatas, os massagistas possuem um conhecimento profundo da anatomia e fisiologia humana.
Para a osteopatia todos os sistemas corporais estão interligados e que, dado o apoio adequado, o corpo tem uma capacidade inerente para se curar. Portanto, o papel de um osteopata é restaurar o equilíbrio entre a estrutura ou anatomia e a função ou fisiologia, para permitir que o corpo se cure a si próprio.
Os osteopatas utilizam uma vasta gama de técnicas manipuladoras tanto para o diagnóstico como para o tratamento, e é verificado o historial completo de saúde e é feita uma avaliação física para estabelecer a fonte dos sintomas.
No entanto, o tratamento não será dirigido apenas à área sintomática, mas abordará também os fatores que possam ter predisposto a disfunção mecânica que ocorreu e levou à lesão.
A osteopatia tende a ser mais eficaz no alívio de dores lombares, enxaquecas, dores de cabeça, bem como problemas de mobilidade.
Por outro lado, a massagem visa aliviar a dor ou desconforto dentro do sistema músculo-esquelético que ocorre como resultado de uma lesão, doença, ou estilo de vida.
As técnicas curativas incluem massagem profunda de tecidos, alongamento passivo e mobilização suave das articulações. A sessão pode incluir técnicas calmantes de relaxamento, juntamente com uma massagem atlética vigorosa, dependendo do objetivo do tratamento.
Qual é a diferença entre osteopatia e fisioterapia?
As duas técnicas são muito semelhantes e tratam de condições similares. Eis as diferenças:
Fisioterapia
A fisioterapia é uma técnica dinâmica que é baseada na ciência e focada em tratar e gerir a dor e o movimento.
Ajuda as pessoas afetadas por lesões, doenças ou incapacidade através de movimento e exercício, terapia manual, educação e aconselhamento. Mantêm a saúde de pessoas de todas as idades, ajudando os doentes a gerir a dor e a prevenir a doença.
A maioria dos fisioterapeutas trabalham cerca de 50% da coluna vertebral e 50% das articulações periféricas, incluindo músculos e tendões.
Muitos fisioterapeutas acompanham clubes desportivos ou atletas, desenvolvendo experiência e conhecimentos no tratamento de desportistas e profissionais com problemas nos tendões e músculos.
Osteopatia
A osteopatia é uma técnica fundamentada na ideia de que todos os sistemas corporais estão inter-relacionados e dependem uns dos outros para uma boa saúde.
A osteopatia funciona com a estrutura e função do corpo. Baseia-se no princípio de que o bem-estar de um indivíduo depende do esqueleto, músculos, ligamentos e tecidos conjuntivos que funcionam bem em conjunto.
Os osteopatas utilizam a manipulação física, alongamentos e massagens para:
- Aumentar a mobilidade articular
- Aliviar a tensão muscular
- Aumentar o fornecimento de sangue e nervos
- Ajudar os mecanismos de cura do próprio corpo
Embora as duas técnicas se focam nos problemas musculares e articulares, os osteopatas, no entanto, tratam predominantemente dores lombares e cervicais e menos as articulações periféricas, como por exemplo, o ombro, pulso, joelho e tornozelo ou os pés.
Também tratam menos lesões relacionadas com músculos e tendões do que um fisioterapeuta. Estes trabalham uma maior variedade de casos, tanto de problemas da coluna vertebral e da articulação periférica, como de lesões nos músculos e nos tendões.
Tanto os osteopatas como os fisioterapeutas especializam-se em determinadas áreas à medida que desenvolvem a sua experiência e progridem na carreira.
Algumas especializações da fisioterapia são:
- Exercícios para dores lombares e de pescoço
- Reabilitação pós-operação
- Tratamento das condições pré e pós-natais
- Terapia de ondas de choque para problemas nos tendões
- Injeções de esteróides para reduzir a dor
Algumas especializações na osteopatia são:
- Tratamento de órgãos internos
- Área cranial-sacral
- Saúde geral da mulher
- Pediatria.
Para que serve a osteopatia?
A osteopatia pode proporcionar alívio e tratamento para uma vasta gama de condições, procurando encontrar as causas para o problema, que incluem:
- Artrite
- Dores no pé, tornozelo, anca e joelho
- Dores nas costas, pescoço e dor ciática
- Dores na mão, ombro e cotovelo
- Dores de cabeça
- Dores no pescoço
- Enxaquecas
- Dor no pulso
- Lesões desportivas
- Dores relacionadas com a gravidez e pós-gravidez
- Dificuldades com o dormir, a alimentação ou problemas digestivos em bebés
- Asma ou outras perturbações relacionadas com a respiração
- Infeções auditivas recorrentes em crianças
- Dificuldades digestivas ou ginecológicas
- Dores provocadas pela prática de ténis e cotovelo de golfista
- Problemas posturais devidos a gravidez, lesões desportivas, tensão na condução ou no trabalho, ou problemas digestivos. E ainda:
- Dores na zona lombar
- Dores na zona dorsal
- Dores na zona cervical
- Escoliose, um desvio na coluna vertebral, para a esquerda ou direita
- Hérnia Discal
- Torcicolo
- Entorse
- Tendinite
- Síndrome do Túnel Cárpico
- Dor nos ombros
- Contratura Muscular
- Vertigens
- Dor no pescoço com irradiação para um dos braços
- Neuralgia
Os osteopatas também podem detetar condições que não podem ser tratadas através da osteopatia, podendo encaminhar as pessoas para outros especialistas.
A osteopatia está mais frequentemente associada à saúde músculo-esquelética, como as dores nas costas e no pescoço, lesões provocadas pela prática de desporto ou no trabalho, ou outras perturbações articulares ou musculares.
Contudo, como a osteopatia é uma forma holística de cuidados de saúde que ajuda os indivíduos a melhorar ou restaurar a saúde e o bem-estar, há muitas outras razões pelas quais uma pessoa pode visitar um osteopata.
Outras razões podem ser a reabilitação, ou gestão de lesões, assistência com problemas gerais de saúde ou condições médicas, ou bem-estar de uma forma mais geral. Os osteopatas tratam pessoas de qualquer idade, como crianças ou idosos.
O tratamento osteopático pode ser útil para pessoas em qualquer situação como estudantes, trabalhadores de escritório, trabalhador braçal, mulheres grávidas e outros.
Quais os benefícios
A osteopatia pode beneficiar a estrutura músculo-esquelética e outros sistemas, tais como:
Dores nas costas
Muitas pessoas procuram o osteopata por causa de dores nas costas, mas também para obter um tratamento preventivo.
O estilo de vida cada vez mais sedentário dos dias de hoje implica muito tempo passado em frente a um ecrã associado a pouca mobilidade ou exercício físico, o que pode levar a problemas de postura e lesões músculo-esqueléticas.
O tratamento envolve uma manipulação suave e subtil, especialmente dos músculos e dos tecidos moles. Pode também ajudar a prevenir problemas nas costas, identificando em tempo útil potenciais fontes de dor.
Para tratar as dores nas costas, várias indicações podem ser dadas como alterações na alimentação, mudanças na ergonomia do local de trabalho, como o tipo de cadeira e a posição da secretária.
Outras indicações que podem ajudar a melhorar a postura e a reduzir a dor são:
- exercícios de alongamento
- técnicas de elevação
- correção da postura
- exercícios de respiração
- exercícios de redução do stress
- Aprender a levantar objetos pesados com as pernas
Perturbações de sono
A dor e o desconforto, sobretudo se se tratar de dor crónica, podem levar a insónias ou a noites inquietas e agitadas, o que pode dificultar o funcionamento do corpo e reduzir a capacidade de lidar com a dor.
Outros sistemas corporais
Os tratamentos osteopáticos podem ter um impacto positivo nos sistemas nervoso, circulatório e linfático, para melhorar a função corporal e a saúde em geral. Além disso proporciona ainda:
- Melhoria na mobilidade
- Estimulação da força e da flexibilidade
- Aumento da sensação de bem-estar.
Riscos
Apesar de ser uma técnica suave, a osteopatia pode apresentar alguns riscos. A maioria destes riscos ocorrem muito raramente, mas é importante estar conscientes dos mesmos antes de começar o tratamento.
Após um tratamento, é comum que a pessoa se sinta dorida durante 24 a 48 horas. Tal como acontece quando se faz exercício físico. Algumas pessoas podem ter dor de cabeça durante um curto período de tempo.
Outros riscos são a dor intensa, fratura da costela em pacientes com osteoporose, a dormência e formigueiro.
Alguns efeitos adversos mais graves podem necessitar de tratamento médico de emergência como um disco em prolapso, dor muito intensa que irradia para um membro, lesões nervosas, fraqueza muscular, problemas de bexiga ou intestinos.
Conclusão
A osteopatia é um sistema de avaliação e tratamento, que tem uma metodologia própria e tem por base a ideia de que muitas doenças resultam de anormalidades ou irregularidades na estrutura corporal.
Andrew T. Still, um médico insatisfeito com a eficácia da medicina do século XIX, foi o pioneiro da medicina osteopática. Foi um dos primeiros na sua época a estudar os atributos de boa saúde para melhor compreender a doença. A filosofia do Dr. Still centra-se na unidade de todas as partes do corpo e identifica o sistema músculo-esquelético como um elemento chave da saúde. Ele introduziu a ideia de devolver o corpo à saúde através da manipulação baseada numa compreensão profunda dos sistemas do corpo.
Em 1892, um médico americano obteve uma carta estatal para estabelecer a primeira escola de medicina osteopática no estado americano do Missouri. Apesar das dificuldades iniciais a profissão cresceu e o estado de Vermont foi o primeiro a reconhecer a profissão de osteopata em 1896.
Em 1897, foi fundada no estado do Missouri, a Associação Americana para o Progresso da Osteopatia.
Os osteopatas acreditam que o corpo pode curar-se a si próprio se a combinação correta de técnicas manuais como a massagem e a manipulação de músculos, articulações, ligamentos e tendões for utilizada para trazer o corpo de volta a um estado harmonioso.
Os osteopatas começam por fazer um histórico do caso de cada paciente. Observam como o corpo do paciente funciona quando se senta, fica de pé e se deita, bem como examinar fisicamente o paciente usando a palpação para determinar quais as áreas do corpo que são saudáveis e quais as que estão afetadas.
A maioria dos tratamentos osteopáticos é suave e não deve causar altos níveis de desconforto. Por vezes, é necessário aplicar as mãos em áreas dolorosas ou sensíveis.
Algumas pessoas sentem alguma dor durante um ou dois dias após uma sessão, à medida que o seu corpo reage e se ajusta ao tratamento.
As mudanças no estilo de vida podem também melhorar drasticamente o estado geral do corpo e reduzir os riscos para a saúde.
Prevenir as lesões implica ter mais tempo para as atividades, uma vida mais harmoniosa, e liberdade para desfrutar dos benefícios de uma vida saudável.
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Referencias:
- Associação dos Osteopatas de Portugal
- Associação Portuguesa de Osteopatia Clássica
- Associação Independente de Osteopatia
- General Osteopathic Council
- Osteopata.com.pt
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.