Enfrentamos uma pandemia mundial, como algumas já vividas anteriormente, mas com a incerteza no presente e a esperança no futuro. O aparecimento de um novo coronavírus na China no final do ano 2019 e o seu rápido alastramento pelo resto do mundo fez soar as campainhas da Organização Mundial da Saúde e decretou o estado de pandemia quando a doença COVID-19 chegou a todos os continentes.
A doença apresenta-se na maioria dos casos ligeira, com sintomas de tosse, febre e alguma dificuldade em respirar, mas em casos mais graves, pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte.
É consensual que o isolamento e a etiqueta respiratória são as melhores formas de evitar o contágio e transmissão da COVID-19, mas menos consensual é a eficácia do uso correto de máscaras e luvas descartáveis. Entenda as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde que irão nos ajudar a ultrapassar esta pandemia e relembre outras epidemias já ocorridas no mundo.
Neste período conturbado e desafiante cada um de nós deve fazer a sua parte, cuidando de si e ajudando a cuidar dos outros. A MaisqueCuidar continua a sua missão de ajudar pessoas a cuidar de outras pessoas, sobretudo os idosos e aqueles que estão com doenças crónicas (como a DPOC, Diabetes ou Hipertensão) ou com limitações da mobilidade e fazem, portanto, parte do grupo de maior risco. As nossas lojas do Porto e de Lisboa mantém-se a funcionar bem como os nossos serviços de venda e aluguer de produtos de apoio com entrega ao domicílio.
Descubra o que é pandemia, o que é a COVID-19, quais os sintomas, as recomendações e as principais dúvidas sobre o Coronavírus neste guia completo que elaborámos para si! Confira!
O que é Pandemia?
Considera-se uma pandemia a “propagação global de uma nova doença”. Ou seja, acontece uma pandemia mundial quando deixa de ser uma epidemia e o número crescente de casos consegue chegar a todos os continentes.
Foi o caso da COVID-19, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou como pandemia numa altura – a 11 de março – em que o número de contágios pelo novo coronavírus ultrapassou os 118 mil casos (dos quais 4.291 fatais) e chegou a 114 países, em todos os continentes. Estando evidente a possibilidade de o vírus chegar a qualquer parte do mundo levou a OMS a declarar o estado de pandemia mundial. Esta foi a primeira vez que uma pandemia foi decretada devido a um coronavírus.
Qual é diferença entre surto, epidemia, pandemia e endemia?
Para chegar ao estado de pandemia, uma doença passa por diferentes patamares conforme o nível de alerta para o risco de transmissão. Começa pelo surto, quando há um aumento repentino do número de casos de uma doença, normalmente infecciosa, numa região específica; evolui para epidemia quando um surto acontece em diversas regiões e por fim, no patamar mais grave, a pandemia quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta.
Surto:Designa-se por surto quando diversos casos de uma doença acontecem numa mesma região — por exemplo, quando surgem inúmeros casos de dengue numa cidade pequena.
Epidemia:Acontece quando há uma progressão do surto e os casos se espalham por mais regiões – por exemplo quando diversas regiões de um município, de um estado ou de um país registam casos de uma mesma doença.
Pandemia:Este é o patamar mais grave e recebe esta classificação quando se registam casos da doença em todos os continentes.
Endemia:Não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada como endémica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local. As doenças endémicas podem ser sazonais. A febre amarela comum no Brasil na região amazónica, é um exemplo de doença endémica.
Além da COVID-19, que teve início em dezembro de 2019, na China, e recebeu a classificação de pandemia hoje, a gripe asiática que aconteceu em 1957 também se encaixa na definição. Esta pandemia em cerca de 10 meses atingiu a Austrália, a Índia, a Europa, a África e os Estados Unidos, causando cerca de 70 mil mortes.
Como surgem as pandemias?
Tal como já referimos para se chegar ao estado de pandemia, o alerta passa por diferentes níveis com início num surto. Assim, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma pandemia pode começar quando se reúnem estas três condições:
- Aparecimento de uma nova doença na população em determinado local
- Haver um agente, habitualmente infeccioso, que infecta os humanos
- Propagar-se fácil e eficientemente
O aparecimento destes novos agentes, de propagação rápida, e sem que haja medicamentos para os tratar, faz os surtos evoluírem para pandemias num curto espaço de tempo. Mas tempo é o elemento necessário para o estudo da doença e produção de vacinas que possam imunizar a população.
Mas a iminência de novas pandemias é inevitável quando pelo menos cinco novas doenças surgem todos os anos no mundo. Para além disso, existem cerca de 1,6 milhões de vírus na vida selvagem dos quais são conhecidos apenas 3 mil, o que aumenta em muito a probabilidade de se desenvolverem epidemias e pandemias.
Pandemias que mudaram o curso da história
Falar sobre as outras grandes pandemias que afetaram significativamente a vida da população mundial, como: peste negra e gripe espanhola, por exemplo.
Algumas pandemias entraram para a história da humanidade, devido às proporções que tomaram, algumas delas quase destruíram cidades inteiras. Alguns exemplos são a peste negra no século XIV, que dizimou quase metade da Europa, e a gripe espanhola, que matou 5% da população mundial em 2 anos.
– Peste negra
Peste negra (peste bubónica) é o nome pela qual ficou conhecida uma das mais devastadoras pandemias na história humana. A doença é causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida ao ser humano através das pulgas dos ratos-pretos ou outros roedores e provoca febre, arrepios, dores de cabeça intensa e cansaço excessivo. Acredita-se que a peste tenha surgido nas planícies áridas da Ásia Central e foi-se espalhando alcançando a Crimeia em 1343.
O auge desta peste teve lugar entre os anos de 1346 e 1353 e estima-se que durante estes anos tenha vitimado só no continente europeu pelo menos um terço da população. No total, a praga pode ter reduzido a população mundial de cerca de 450 milhões de pessoas para 375 milhões em meados de século XIV. A peste negra continuou a aparecer de forma intermitente e em pequena escala pela Europa até praticamente desaparecer do continente no início do século XIX.
– Gripe espanhola
A gripe espanhola, também conhecida como pandemia de 1918, foi uma pandemia do vírus influenza subtipo A (H1N1) de origem aviária que, por mutação adaptativa, adquiriu a capacidade de se transmitir pessoa a pessoa.
Ao contrário do que a sua designação sugere, não teve origem em Espanha e em 1993 ganhou solidez a teoria de que este H1N1 teve origem na China, depois da mobilização de 96 mil chineses para a I Guerra. Estes homens foram recrutados em 1917 e transportados em navios e comboios, em vagões e contentores fechados, tendo havido pelo menos 3 mil mortes por gripe entre eles, durante a viagem. Pouco depois surgiram os primeiros casos de infeção em França, entre militares norte-americanos.
Relata-se que o fim da guerra foi “apressado” com o avanço da pandemia, pois nenhum exército tinha já capacidade para suportar tantos milhares de baixas. Mais de 50 mil soldados americanos morreram na Europa devido à gripe – cerca de metade do total de baixas registadas durante toda a I Guerra.
De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infetou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época. Estima-se que o número de mortos esteja entre 17 milhões a 50 milhões, e possivelmente até 100 milhões, tornando-a uma das epidemias mais mortais da história da humanidade. Em Portugal, onde a epidemia chegou em maio de 1918, só nos primeiros 6 meses provocou 60.474 mortes.
– VIH
Acredita-se que essa pandemia tenha surgido na República Democrática do Congo na década de 1980. Após a transmissão homem-animal no fim do século XIX, o vírus chegou à capital da República Democrática do Congo, onde encontrou um ambiente propício para sua propagação para o resto do mundo.
Desde 1980, acredita-se que mais de 20 milhões de pessoas tenham morrido devido a complicações da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). Causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), transmitido sexualmente, esta epidemia continua um pouco por todo o mundo, uma vez que ainda não foi encontrada a cura para esta doença, agora considerada doença crónica.
Por que as pandemias são inevitáveis?
Quanto tempo dura uma pandemia?
Não é possível prever qual a duração de uma pandemia, uma vez que a sua contenção depende de vários fatores, entre eles as medidas restritivas adotadas pelos diversos países para combater a disseminação. Para além disso, depende da descoberta de uma vacina, e/ou tratamento eficaz capaz de travar essa epidemia.
No caso específico da COVID-19 há já especialistas a vaticinar a duração da epidemia em 2 anos, uma vez que se prevê que não haja uma vacina para a doença antes de 2021. Para além disso, a duração, mas também a gravidade, da epidemia depende da adoção de comportamentos preventivos que impeçam a doença de se propagar.
O que muda quando a OMS declara pandemia global?
A 11 de março de 2020 a Organização Mundial da Saúde declarou a COVID-19 uma pandemia, uma designação que não utilizava desde 2010, para o H1N1 (também conhecida como Gripe A). O anúncio foi feito numa altura em que a doença afeta todos os continentes, e pode chegar a qualquer parte do mundo.
Mas o que mudou depois de o coronavírus ser uma pandemia? Na realidade, e do ponto de vista legal, nada mudou. O objetivo foi o de chamar atenção para a gravidade deste vírus e com isso exortar os países a agirem. Ou seja, a Organização Mundial da Saúde pretendeu com a alteração da classificação da COVID-19 de epidemia para pandemia poder alterar o comportamento das populações e também dos governos, levando-os a agir mais agressivamente contra a infeção, com medidas que possam conter a transmissão e evitar a propagação.
COVID-19: Entenda tudo sobre o novo vírus
O que é COVID-19?
O que significa COVID-19? É o nome, atribuído pela Organização Mundial da Saúde, à doença provocada pelo novo coronavírus SARS-COV-2, que pode causar infeção respiratória grave como a pneumonia. A Organização Mundial da Saúde atribuiu o nome, COVID-19 por resultar das palavras “Corona”, “Vírus” e “Doença” com indicação do ano em que surgiu – 2019.
Ou seja, SARS-CoV-2 é o nome do novo coronavírus que foi detetado na China, no final de 2019, e que significa “síndrome respiratória aguda grave – coronavírus 2”. Já COVID-19 é a doença que é provocada pela infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Como surgiu o novo coronavírus?
Os coronavírus são um grupo de vírus que podem causar infeções nas pessoas. Normalmente estas infeções estão associadas ao sistema respiratório, podendo ser parecidas a uma gripe comum ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia.
O novo coronavírus (inicialmente denominado 2019-nCoV) foi identificado a 7 de janeiro de 2020, na China na sequência de, a 31 de dezembro de 2019, a China ter reportado à Organização Mundial da Saúde vários casos de doentes com pneumonia de causa desconhecida em trabalhadores e frequentadores do mercado de peixe, mariscos vivos e aves na cidade de Wuhan, província de Hubei. Ainda não é conhecida a verdadeira origem deste novo coronavírus.
Quais são os principais sintomas da COVID-19?
Os sintomas mais frequentes associados à infeção pelo novo coronavírus são:
– Febre (temperatura igual ou superior a 38ºC)
– Tosse
– Dificuldade respiratória, por exemplo falta de ar
Também pode surgir dor de garganta, corrimento nasal, dores de cabeça e/ou musculares e cansaço. Em casos mais graves, pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte.
Quais são as formas de transmissão do novo coronavírus?
O período de contágio (tempo decorrido entre a exposição ao vírus e o aparecimento de sintomas) é atualmente considerado de 14 dias.
A COVID-19 transmite-se principalmente:
Por contacto próximo com pessoas infetadas pelo vírus
Pelo contacto com superfícies ou objetos contaminados
Assim, as principais vias de transmissão são:
- De pessoa a pessoa, através de gotículas que se emitem, por exemplo, quando se tosse ou espirra.
- Através do contacto de mãos contaminadas que, posteriormente, contactam os olhos, nariz ou a boca (as mãos contaminam-se facilmente em contacto com objetos ou superfícies por sua vez contaminadas com gotículas de pessoa infetada).
Qual é o grupo de risco do coronavírus?
Na distribuição de casos a nível mundial, as pessoas idosas ou aquelas que tenham doença crónica parecem ser mais suscetíveis à infeção causada pelo novo coronavírus.
Assim, os grupos de risco são as pessoas com:
- Idade avançada (70 anos ou mais)
- Doenças crónicas pré-existentes como:
- Doenças cardiovasculares
- Diabetes
- Doença crónica respiratória (Exemplo DPOC)
- Hipertensão
- Doença oncológica
- Doenças autoimunes
- Sistema imunitário comprometido
Quais são as complicações que a COVID-19 pode causar?
Dado que se trata de uma doença que afeta o sistema respiratório, as principais complicações apresentam-se a esse nível. A pneumonia e bronquite têm surgido nos grupos de risco, sobretudo em doentes idosos ou com outras doenças crónicas que diminuem o seu sistema imunitário. Muitos doentes apresentam pneumonia em ambos os pulmões e de acordo com os casos descritos, a mortalidade tem estado associada a idade avançada e à existência de comorbilidades.
Quais são as recomendações da DGS (Direção Geral de Saúde) para se proteger da COVID-19?
As principais medidas de prevenção para se proteger da COVID-19 são:
Distanciamento social: manter distância de pelo menos um metro
Evitar cumprimentos que impliquem contacto físico
Etiqueta respiratória:
- Tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir
- Utilizar um lenço de papel ou o braço, nunca com as mãos
- Deitar o lenço de papel no lixo
Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir
Reforçar as medidas de higiene:
- Lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou com uma solução de base alcoólica
- Evitar contacto próximo com doentes com infeções respiratórias
- Aumentar a frequência de limpeza dos ambientes, em especial aqueles onde circulam o idoso e o cuidador.
Ambiente: cuidados necessários
- Manter ventilação natural nos ambientes e diminuir o uso de ar condicionado.
- Limpar objetos manuseados por idosos em ambientes compartilhados com maior frequência.
- Evitar uso compartilhado de objetos para aferição da tensão arterial ou termómetros, por exemplo e, em caso de impossibilidade, utilizar álcool 70% para higienização.
Por que é tão importante ficar em casa?
Uma vez que a COVID-19 tem a capacidade de se transmitir de pessoa a pessoa através do contacto ou de gotículas que se emitem, por exemplo, quando se tosse ou espirra, é essencial o distanciamento social.
Assim, com o objetivo de conter a propagação do vírus (evitando ficar doentes e que outros fiquem doentes) é fundamental que as pessoas permaneçam em casa todo o tempo possível, saindo apenas para realizar tarefas indispensáveis (por exemplo, ir ao supermercado comprar alimentos ou à farmácia), lembrando-se sempre de trocar de roupa e calçado ao retornar para casa. Trata-se de um comportamento de prevenção.
Como deverão proceder nesta fase de pandemia as pessoas que tiverem alergias crónicas?
As alergias crónicas e a asma não aparentam ser fatores de risco para contrair a infeção pelo novo coronavírus, de acordo com a evidência científica disponível até à data. Contudo, a asma com sintomas não controlados, por exemplo, pode contribuir para um quadro de maior gravidade perante a COVID-19.
Por este motivo, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica recomenda que todas as pessoas com asma e rinite alérgica mantenham uma boa adesão ao tratamento preventivo diário, quem sofre de alergias respiratórias e, especialmente, quem tem DPOC, deve redobrar os cuidados neste período com o objetivo de evitar surtos ou agravamento da doença, para além do cumprimento das medidas preconizadas para a população geral, de higiene e isolamento social.
Como se manter saudável durante a quarentena?
Importa salientar que o objetivo do isolamento é o de ajudar na contenção da transmissão do vírus e é, por isso, importante que toda a comunidade adira às medidas recomendadas. Apesar de serem tempos difíceis, de limitação nas nossas atividades diárias, existem várias medidas que podemos colocar em prática para diminuir a ansiedade e manter a motivação:
- Se for possível, trabalhe a partir de casa (teletrabalho).
- Mantenha contacto com amigos e familiares via telefone ou outros meios digitais.
- Procure informação sobre o coronavírus em fontes oficiais com a DGS ou a OMS. Conhecer a doença vai reduzir a sua ansiedade sobre a mesma.
- Informe as crianças da situação, utilizando linguagem adaptada à idade.
- Dentro do possível mantenha as restantes rotinas intactas, tais como horários de alimentação e de sono.
- Mantenha uma alimentação mais variada e saudável possível.
- A atividade física pode ser boa para si e para a sua família. Procure aulas online que o ajudem a fazer exercício em casa.
- Lembre-se que o isolamento é temporário, aproveite para descansar.
6 Passos para uma Alimentação Saudável em Tempos de COVID-19
Durante o período de isolamento em casa e de teletrabalho, se for o caso, deve também adotar uma alimentação saudável:
- Coma mais fruta e hortícolas: coma pelo menos sopa de hortícolas ao almoço e jantar e 3 peças de fruta.
- Beba água ao longo do dia e sem açúcar: beba por dia 1,5 a 2 litros de água (8 copos de água).
- Aproveite para recuperar a presença do feijão, do grão e das ervilhas à mesa: em tempos de muitos enlatados em casa, pode ser uma oportunidade para voltar a valorizar as leguminosas, que são fontes de fibra e vários nutrientes importantes.
- Mantenha a rotina das refeições diárias, evitando snacks com excesso de açúcar e sal ao longo do dia.
- Faça uma alimentação completa, variada e equilibrada, seguindo os princípios da Roda dos Alimentos: coma alimentos de grande grupo da roda e beba água diariamente.
- Roda dos alimentos: coma em maior quantidade os grupos com maior dimensão e em menor quantidade os grupos mais pequenos. E vá variando diariamente e ao longo do dia, consumindo alimentos diferentes dentro de cada grupo da roda.
O que o mundo está a fazer para conter o vírus?
Os esforços para isolar e retardar a disseminação desta COVID-19 fazem-se sentir em todo o mundo. As medidas têm sido adotadas individualmente por cada país, mas com o desígnio que se possam refletir a nível mundial.
A principal medida que tem sido posta em prática em todo o mundo é o isolamento obrigatório para os casos confirmados, e a quarentena para a população em geral. A restrição no contacto social tem-se revelado uma das melhores armas para evitar a propagação, para além de se recomendarem medidas de higiene e etiqueta respiratória.
Principais dúvidas sobre o novo coronavírus
– Por que algumas pessoas são assintomáticas?
Testar positivo para a COVID-19 não significa que esteja doente. Ou seja, a pessoa pode testar positivo e não apresentar sintomas da doença, o que não significa que não possa transmitir a doença. Quer isto dizer que uma pessoa infectada com COVID-19 que não tem sintomas pode infetar outras pessoas com a doença.
Certo é que algumas pessoas não chegam a ter sintomas e cerca de 80% dos infectados recuperam sem qualquer tipo de tratamento especial. Segundo os dados disponíveis, só uma em cada seis pessoas infetadas desenvolve sintomas mais graves, como dificuldade em respirar. E são os mais velhos e os que têm outras doenças, como pressão alta, problemas de coração e diabetes, que correm maior risco de ficar em estado grave. Apesar de não ser conhecida a verdadeira razão para isto acontecer, acredita-se que esta situação se deve ao sistema imunitário de cada pessoa.
– Existe uma vacina para o novo coronavírus?
Não existe ainda tratamento específico nem vacina para este novo coronavírus. Neste momento, o tratamento para a infeção pelo COVID-19 é dirigido aos sinais e sintomas presentes.
– É possível ser infectado mais de um vez?
Os investigadores acham pouco provável que um doente seja infectado mais do que uma vez, já que apenas num estudo foi relatada essa possibilidade. Ou seja, não existe suficiente evidência científica dessa possibilidade.
– O novo coronavírus pode ser transmitido através dos alimentos?
Segundo a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar e a Organização Mundial da Saúde não existe, até ao momento, evidência de qualquer tipo de contaminação através do consumo de alimentos cozinhados ou crus.
Porém, aplicando o princípio da precaução, a manutenção e o reforço das boas práticas de higiene e segurança alimentar durante a manipulação, preparação e confeção dos alimentos é recomendado:
- Lavagem frequente e prolongada das mãos (com água e sabão durante 20 segundos), seguida de secagem apropriada evitando a contaminação cruzada (por exemplo fechar a torneira com uma toalha de papel ao invés da mão que a abriu enquanto suja)
- A desinfeção apropriada das bancadas de trabalho e das mesas com produtos apropriados
- Evitar a contaminação entre alimentos crus e cozinhados
- Cozinhar e ”empratar” a comida a temperaturas apropriadas
- Lavar adequadamente os alimentos crus
- Evitar partilhar comida ou objetos entre pessoas durante a sua preparação, confeção e consumo
- Durante a preparação, confeção e consumo adote as medidas de etiqueta respiratória.
– Os animais domésticos podem transmitir a COVID-19?
Não. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, não há evidência de que os animais domésticos, tais como cães e gatos, tenham sido infetados e que, consequentemente, possam transmitir o novo coronavírus.
– Tenho de usar máscara para me proteger da COVID-19?
A Direção-Geral da Saúde não recomenda a utilização de máscara para proteção individual por pessoas sem sintomas (assintomáticas).
Atualmente a utilização correta de máscara é somente recomendada para:
- Pessoas doentes;
- Suspeitos de infeção por COVID-19;
- Profissionais que prestem cuidados a doentes suspeitos de infeção por COVID-19.
– Tenho alguém infectado em casa! Como fazer para que os outros residentes não fiquem com a doença?
Estar infectado com COVID-19 significa a necessidade de fazer isolamento. O principal objectivo é que não infete as pessoas com quem vive, por isso há uma série de recomendações, decretadas pela Direção-Geral da Saúde, que deve ter em conta:
- Fique em casa: só saia de casa apenas quando for estritamente necessário.
- Mantenha-se afastado de outras pessoas em casa: se não viver sozinho deve promover o distanciamento das outras pessoas com quem partilha a casa. Ou seja:
- Permanecer separado das outras pessoas, numa divisão bem ventilada e confortável, com janela para o exterior e com a porta fechada.
- Sair do quarto apenas em situação de extrema necessidade e colocando uma máscara descartável.
- Evite utilizar espaços comuns com outras pessoas presentes, incluindo nos períodos de refeições.
- Não deve partilhar a cama com outra pessoa – se possível durma sozinho.
- Utilizar uma casa de banho diferente dos restantes membros.
- Acompanhe a evolução dos seus sintomas: registe a sua temperatura corporal 2 vezes por dia.
- Vigie sintomas como a febre (temperatura ≥ 38.0ºC), tosse ou dificuldade respiratória. Se sentir que os sintomas estão a agravar deve contactar o profissional de saúde que o acompanha ou o SNS 24 – 808 24 24 24. Em situações de urgência ligue 112.
- Lave frequentemente as mãos com água e sabão ou com uma solução de base alcoólica.
- Adote as medidas da etiqueta respiratória:
- Tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir.
- Utilizar um lenço de papel ou o braço, nunca com as mãos e deitar o lenço de papel no lixo.
- Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir.
- Evite partilhar utensílios: não deve partilhar pratos, copos, chávenas, utensílios de cozinha, toalhas, lençóis ou outros itens com pessoas que vivam na sua casa.
É normal neste período sentir ansiedade ou medo?
Sim. Cada pessoa reage de formas diferentes às situações, tendo em consideração quem somos e as nossas experiências passadas. Não existe uma forma “certa” de reagir. No entanto, numa experiência de isolamento é normal e comum sentir:
- Ansiedade e medo: relativamente à nossa saúde ou à saúde de outras pessoas próximas
- Preocupação: com amigos ou familiares
- Angústia: por não podermos cuidar dos nossos filhos ou de outras pessoas a nosso cargo
- Incerteza: sobre o que vai acontecer
- Solidão: por estarmos afastados daqueles de quem gostamos
- Frustração e aborrecimento: por estarmos impedidos de realizar as nossas rotinas.
É necessário cuidado especial com os resíduos?
Sim. Os resíduos produzidos durante a isolamento devem ser colocados num caixote do lixo de abertura não manual com saco plástico. Só deve encher o saco de plástico até 2/3 da sua capacidade, fechando-o bem. Coloque-o de seguida dentro de outro saco bem fechado e deposite-o num contentor, NUNCA num ecoponto.
O que devo fazer se desenvolver/agravar sintomas?
Se desenvolver sintomas ou sentir agravamento do seu estado de saúde deve ligar para a linha SNS 24 – 808 24 24 24 – ou, se a gravidade assim o justificar, para o 112. Se lhe foi fornecido o contacto de um profissional de saúde que acompanha o seu caso, deve usar preferencialmente esta via.
Deve ter especial atenção os seguintes sintomas:
- Reaparecimento, agravamento ou persistência de febre (temperatura ≥ 38.0ºC).
- Dificuldade respiratória ou falta de ar.
- Fadiga intensa e anormal.
- Outros sintomas que obriguem a necessidade de falar com um profissional de saúde.
Devem evitar se deslocações ao seu médico assistente e deve ser realizado contacto prévio com os serviços de saúde, averiguando alternativas à deslocação (teleconsulta, prescrição de medicação à distância).
Em emergências com necessidade de ativação de meios de emergência médica pré-hospitalar, deve ser informado o operador da chamada da sua situação de quarentena ou doença.
Conclusão
A arte de curar – princípio básico da medicina – é uma prática antiga e tem evoluído nos tempos com os avanços na medicina mas também da tecnologia. Por isso, o aparecimento de uma nova doença é um desafio não só para a comunidade médica científica, mas também para as economias e sociedades em geral.
Agora imagine-se quando essa doença atinge proporções mundiais ao ponto de ser decretada uma pandemia mundial?! Foi isso mesmo que aconteceu com o aparecimento do novo coronavírus, detetado na China no final do ano de 2019. Vivemos e enfrentamos a epidemia da COVID-19 com apreensão, mas também com o otimismo de que as medidas recomendadas pelas autoridades de saúde nos vão ajudar a ultrapassar esta pandemia. Aliás, como já anteriormente o mundo registou outras e de uma forma ou de outra, melhor ou pior, por elas passou.
Neste caso, da epidemia da COVID-19, importa salientar que todos os países afetados – em todos os continentes – estão a tomar medidas, mais ou menos radicais, de acordo com a realidade local, para conter esta epidemia. Com a certeza generalizada que o isolamento, o distanciamento social e o cumprimento da etiqueta respiratória são as melhores formas de travar o contágio e a transmissão da doença. Ainda sem vacina que possa ser utilizada para imunizar a população e com o tratamento apenas dirigido aos sintomas, a COVID-19 conta com mais de 800 mil casos confirmados e mais de 39 mil mortes em todo o mundo.
Neste período conturbado e desafiante cada um de nós deve fazer a sua parte, cuidando de si e ajudando a cuidar dos outros. A MaisqueCuidar continua a sua missão de ajudar pessoas a cuidar de outras pessoas, sobretudo aqueles que estão com doenças crónicas ou com limitações da mobilidade. As nossas lojas do Porto e de Lisboa mantém-se a funcionar bem como os nossos serviços de venda e aluguer de produtos de apoio com entrega ao domicílio.
Juntos Cuidamos Melhor!
Referências
- Direção Geral de Saúde (DGS)
- Organização Mundial de Saúde
*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.