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Qual é o papel do prestador de cuidados na prevenção de quedas?

Qual é o papel do prestador de cuidados na prevenção de quedas?

Para muitos idosos, uma queda inesperada pode resultar numa lesão grave e dispendiosa, embora a maioria das quedas possa ser evitada.

Por outro lado, as quedas também afetam os prestadores de cuidados, já que após a primeira queda de uma pessoa que é cuidada, os prestadores de cuidados registam um aumento significativo da carga de cuidados, do medo de cair e da depressão.

Neste sentido, os cuidadores podem ajudar a reduzir o risco de queda e serem parceiros dos idosos e participantes ativos na prevenção de quedas.

A maioria dos prestadores de cuidados ajuda o idoso em pelo menos uma atividade da vida diária, sendo a mais frequente ajudar o idoso a subir e descer de camas e cadeiras, tendo assim um papel importante quando há problemas de mobilidade na população idosa.

Os prestadores de cuidados também podem desempenhar um papel importante na prevenção de quedas entre os idosos porque são frequentemente os primeiros a aperceberem-se de potenciais problemas de mobilidade.

Os cuidadores podem mais facilmente ajudar os idosos a lidar com os fatores de risco e a ajudar a comunicar os problemas que possam existir aos prestadores de cuidados de saúde.

O cuidador, pode melhorar a sua prestação de cuidados se souber como reduzir o risco de queda e fazer uma melhor assistência na presença de problemas de mobilidade.

Saber identificar os fatores de risco

Para o cuidador ser uma melhor ajuda é importante que possa antecipar as quedas e saiba reconhecer os primeiros sinais de problemas no movimento ou mobilidade do idoso.

Estes são alguns dos fatores de risco mais comuns que podem resultar numa queda:

Fatores físicos

Alterações no corpo do idoso que aumentam o risco de queda. Os fatores físicos podem incluir a fraqueza muscular, problemas de equilíbrio e de marcha. À medida que as pessoas envelhecem, pode ocorrer a perda de força, coordenação, flexibilidade e equilíbrio, principalmente devido à inatividade, o que facilita as quedas.

Os problemas de visão também são outro dos fatores. No olho envelhecido, chega menos luz à retina, o que torna mais difícil ver contrastes e obstáculos, aumentando os riscos de tropeçar.

A existência de doenças crónicas é outro fator. Mais de 90% dos idosos tem pelo menos uma doença crónica como diabetes, doenças cardíacas ou artrite.

Muitas vezes, estas doenças aumentam o risco de queda porque resultam em perda de função, inatividade, depressão, dor ou uso de múltiplos medicamentos.

Fatores comportamentais

Atitudes e comportamentos que aumentam o risco de queda. Uma má gestão da utilização dos medicamentos, é um dos fatores, por exemplo.

Alguns medicamentos de prescrição e de venda livre podem causar tonturas, sonolência, desidratação ou interações entre si que podem levar a uma queda.

Fatores ambientais

Perigos que possam existir em casa ou na comunidade e que impactam a segurança do idoso. A maioria dos idosos vive nas suas casas há muito tempo e nunca pensaram em modificações simples que podem manter as casas mais seguras à medida que envelhecem.

Como pode o cuidador ajudar a prevenir uma queda?

A prevenção de quedas deve ser um esforço de equipa para ajudar a reduzir o risco de quedas e lesões de uma forma mais eficaz.

Os três fatores mais importantes para o cuidador ter em atenção para ajudar melhor os idosos a prevenirem a ocorrência de quedas são essencialmente: conversar com o idoso sobre o assunto, identificar se o idoso corre ou não o risco de sofrer uma queda e desenvolver um plano de ação adequado a cada situação individual do idoso.

Falar sobre o assunto

O cuidador deve falar abertamente com o idoso e familiares sobre os riscos de queda que possam existir e a melhor prevenção a fazer.

Esta conversa deve ser feita de forma natural e sem alarmismos. Na conversa deve-se abordar o medo de cair do idoso. O medo de cair é comum nos idosos e pode aumentar o risco de queda.

A conversa também ajuda a obter apoio para tomar medidas para o idoso se mantenha seguro, além de ajudar a determinar se existe alguma razão para haver preocupação com as quedas.

Muitos idosos reconhecem que cair é um risco, mas acreditam que não lhes vai acontecer ou que não se vão magoar, mesmo que já tenham caído no passado.

Por tudo isto é bom ter uma conversa sobre o assunto. Se houver preocupações sobre queda, tonturas ou equilíbrio, talvez seja melhor falar com um profissional de saúde, que pode avaliar melhor o risco e sugerir planos de ação ou serviços que possam ajudar.

Informar os profissionais de saúde

O cuidador deverá informar os profissionais de saúde competentes se o idoso tiver caído, ou se estiver preocupado com a possibilidade de o idoso cair, ou se parecer instável no seu movimento ou caminhada.

Manter lista atualizada dos medicamentos

Será muito útil de o prestador de cuidados mantiver uma lista atualizada de todos os medicamentos que o idoso está a tomar e mostrar ao médico, enfermeiro ou farmacêutico todos os medicamentos, incluindo medicamentos sem receita médica e suplementos.

Falar também sobre quaisquer efeitos secundários que possam existir, como tonturas ou sonolência.

Poderá também ser útil perguntar ao profissional de saúde sobre a toma de suplementos de vitamina D para melhorar a saúde muscular e nervosa e também dos ossos do idoso.

Pode ser necessário rever os medicamentos sempre que houver uma nova prescrição. 

Manter uma lista de medicamentos, incluindo medicamentos de venda livre e suplementos, para que a lista seja facilmente acessível quando o idoso visitar um médico ou farmacêutico.

Ter em atenção os medicamentos e os efeitos secundários

Gerir corretamente o estado de saúde do idoso e certificar-se de que ele toma a medicação a tempo contribui para a prevenção de quedas.

Além disso, tomar nota dos medicamentos ou combinações de medicamentos que causam efeitos secundários, como tonturas ou sonolência.

A toma de mais de 4 medicamentos representa um risco de queda para os idosos. Se o idoso estiver a tomar mais de 4 medicamentos, pedir a um médico responsável para rever a medicação.

Se o idoso tiver dificuldade em controlar os medicamentos ou se está a sentir efeitos secundários como tonturas ou sono, o cuidador deve falar sobre estas preocupações com um médico e um farmacêutico.

Manter os contactos atualizados

Manter os contactos telefónicos ou digitais atualizados e contactar familiares ou amigos do idoso para que possam também ser uma ajuda na monitorização do estado de saúde do idoso.

 Procurar informação relevante

Informar-se diariamente sobre o estado de saúde do idoso e de cuidados de saúde necessários caso haja risco de queda, pode ajudar um idoso a preparar-se e a manter-se seguro em caso de queda.

Participação nas consultas médicas

Participar nas consultas médica dos idosos, pode permitir aos cuidadores ajudar a discutir questões sensíveis com o médico.

Um idoso pode ter dificuldade em discutir determinados assuntos com o seu médico, incluindo depressão, stress, incontinência, medo e consumo de álcool, por exemplo.

Outra vantagem é a possibilidade de discutir as condições de saúde no pressente e determinar se idoso que recebe os cuidados está a ter problemas com a gestão da sua saúde.  Se tem havido dificuldade em lembrar-se de tomar os medicamentos ou tem tido efeitos secundários, são algumas das questões a ter em conta.

Segurança em casa

É importante fazer uma avaliação da segurança da casa do idoso, em primeiro lugar, isto porque a maioria das quedas acontece em casa.

Existem muitas formas simples e económicas de tornar a casa mais segura. Poderá ser útil obter ajuda profissional de um terapeuta ocupacional para criar um ambiente mais seguro.

Assegurar que o ambiente doméstico é livre de riscos e reduz as probabilidades de queda, poderá exigir algumas alterações.

Estas são algumas formas de o fazer:

  • Organizar a mobília de modo a criar caminhos desimpedidos para caminhar
  • Organizar a casa para evitar tropeçar ou bater em objetos
  • Garantir que todos os fios estão encostados às paredes para evitar que o idoso tropece neles e prende-los de modo a que fiquem fora do caminho
  • Utilizar tapetes antiderrapantes, especialmente na casa de banho e na cozinha, para evitar escorregar
  • Instalar barras de apoio na casa de banho ou nas escadas para obter apoio adicional
  • Evitar pisos molhados e limpar imediatamente a sujidade ou os derrames para reduzir as probabilidades de queda
  • Manter os objetos de uso frequente onde possam ser alcançados facilmente. Por exemplo, em prateleiras ou armários mais baixos
  • Manter a casa bem iluminada para que se possa ver claramente
  • Considerar colocar mais luzes em áreas escuras para promover uma visão clara, como as escadas, ou colocar um candeeiro ao lado da cama, caso o idoso precise de ir à casa de banho à noite
  • Certificar de que os pés do idoso tocam no chão quando se senta na beira da cama. Antes de se levantar, o idoso deve sentar-se na vertical durante alguns momentos para regular o fluxo sanguíneo

Anotar quando foi o último exame oftalmológico

O idoso deve fazer um exame à sua visão anualmente, se usa óculos, garantir que a receita está atualizada e que os óculos são os aconselhados pelo oftalmologista.

Ter em atenção que a utilização de lentes que mudam de cor pode ser perigosa quando se passa do sol brilhante para edifícios e casas escuros. Uma estratégia simples é mudar os óculos à entrada ou parar até as lentes se ajustarem.

Os óculos bifocais também podem ser problemáticos em escadas, pelo que é importante ter cuidado e ter esse fator em atenção. As pessoas com problemas de visão diminuída devem consultar um especialista em oftalmologia para saber como tirar o máximo partido da sua visão.

A realização de exames oftalmológicos regulares para detetar doenças como o glaucoma ou as cataratas também desempenha um papel importante na prevenção das quedas.

Reparar se o idoso se agarra à parede ou objetos

Se o idoso se agarra a paredes, mobiliário ou outra pessoa quando anda, ou se tem dificuldade em levantar-se de uma cadeira, podem ser sinais de problemas de mobilidade e de risco de queda.

Um fisioterapeuta pode ajudar o idoso a melhorar o equilíbrio, a força e a marcha através do exercício.

Também pode sugerir uma bengala ou um andarilho e dar orientações sobre como utilizar estes auxiliares de marcha. Mas, é necessário ter atenção, porque os auxiliares mal-adaptados podem aumentar o risco de queda.

Promover um estilo de vida saudável e ativo

Incentivar os idosos a manterem uma dieta equilibrada e a manterem-se ativos, pois isso pode ajudar a fortalecer os músculos e a reduzir o risco de quedas.

Os exercícios suaves que são seguros para os idosos incluem caminhadas, exercícios aquáticos e tai chi, mas deve-se consultar primeiro o médico para saber qual o exercício mais adequado para o idoso em específico.

Assegurar a utilização de calçado adequado

O uso de calçado adequado pode contribuir muito para a prevenção de quedas. Chinelos e sapatos com solas escorregadias são definitivamente um grande risco.

Os idosos são aconselhados a usar sapatos com atacadores ou fechos de velcro. Procurar sapatos com solas antiderrapantes e texturadas, um calcanhar largo e baixo e um bom apoio do tornozelo para maior estabilidade.

Incentivar a utilização de dispositivos de assistência

Os idosos que têm dificuldade em andar com firmeza podem utilizar auxiliares de marcha, como uma bengala ou um andarilho, para ajudar a reduzir as quedas.

No entanto, a utilização desta ajuda de forma incorreta pode aumentar as lesões provocadas pelas quedas.

Conclusão

Muitas pessoas pensam que a falta de mobilidade e as quedas são comuns à medida que envelhecem.

No entanto, os idosos podem melhorar o equilíbrio e a força. adotar medidas para combater o risco de queda é uma forma importante de o idoso se manter saudável e independente durante o máximo de tempo possível.

Todas as atividades de prevenção de quedas que se possam fazer são benéficas ao longo da vida.

O envolvimento dos prestadores de cuidados no planeamento e na execução de intervenções para reduzir as quedas tem assim um papel muito importante, dado que são, geralmente, as pessoas que convivem mais de perto com os idosos.

Os prestadores de cuidados podem melhorar a eficácia das estratégias de prevenção, ajudando a reduzir o número de quedas. O que é benéfico para os idosos e para os cuidadores, já que a ausência de quedas ajuda também a reduzir a carga de trabalho dos cuidadores.

Assim, ao conhecer as medidas que podem ser tomadas para ajudar a evitar que os idosos sofram uma queda, os cuidadores estão a contribuir para a qualidade de vida dos idosos e a fazer uma melhor prestação de cuidados.

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Referências:

National Council on Aging

*Atenção: O Blog Mais que Cuidar é um espaço informativo, de divulgação e educação sobre temas relacionados com saúde e bem-estar, não devendo ser utilizado como substituto ao diagnóstico médico ou tratamento sem antes consultar um profissional de saúde.

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