Sabe quais são os valores de tensão arterial baixa, normal e alta (hipertensão)? Confira neste artigo a tabela de tensão arterial e fique a saber quais os valores ideais para a sua pressão arterial.
Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia, em Portugal, existem cerca de dois milhões de hipertensos. Todavia, deste número, apenas:
- 50% sabe que sofre desta patologia;
- 25% está medicado;
- 11% têm a tensão efetivamente controlada.
Exatamente por existir uma percentagem tão elevada de doentes cuja hipertensão não é controlada ou corrigida, é que a HTA é um dos principais fatores de risco no aparecimento de doenças cardiovasculares como o AVC.
Nas lojas Mais que Cuidar poderá ter um aconselhamento especializado, prestado pelos nossos profissionais de saúde, que o poderão ajudar na escolha do melhor medidor de tensão arterial.
Confira neste artigo os valores ideais para a sua tensão arterial, percebendo se a mesma se encontra baixa, normal ou alta. Aprenda a medir a tensão arterial, e quais as práticas que deve adotar para prevenir a mesma! Encontre isto tudo e muito mais no nosso guia completo!
Tensão arterial: o que é?
A Pressão Arterial (PA) é a força com que o sangue circula pelo interior das artérias no corpo. A Hipertensão Arterial (HTA) ocorre quando esta pressão se encontra elevada de forma crónica. A PA tem duas medidas:
Sistólica
Aparece em primeiro lugar e mede a força com que o coração se contrai e “expulsa” o sangue do seu interior.
Diastólica
É o segundo valor e diz respeito à medição da pressão quando o coração relaxa entre cada batimento.
Valores ideais e de risco da pressão arterial
Tensão arterial baixa
Não há um número específico que defina a pressão sanguínea baixa. Desta forma, pode ser considerada hipotensão todos os valores de tensão arterial baixa que causem algum tipo de sintoma, podendo estes surgir quando a pressão arterial é inferior a 90/60mmHg.
Tensão arterial média
Diz-se que uma pessoa tem valores de PA normais quando apresenta ambos os valores abaixo de 130/85mmHg.
Pré-hipertensão
Quando os valores registados se encontram entre 130-139mmHg de PA sistólica e/ou 85-89mmHg de PA diastólica, diz-se que os mesmos são normais-altos e, portanto, essa pessoa apresenta um maior risco de vir a ter HTA.
O conceito de pré-hipertensão funciona como um aviso para quem não leva uma vida saudável, entenda-se, caso seja fumador, tenha excesso de peso, pratique uma alimentação desequilibrada, entre outros.
Tensão arterial alta (hipertensão)
Considera-se que uma pessoa é hipertensa quando apresenta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, um dos valores de PA (sistólica ou diastólica) ou ambos, iguais ou superiores a 140/90mmHg, determinados por um profissional treinado e utilizando um aparelho calibrado e validado.
A HTA define-se por graus, de acordo com os valores de PA encontrados, sendo que os graus são importantes para definir a gravidade da doença e orientar a sua abordagem.
Hipertensão na gravidez
Cerca de 3% de todas as mulheres em idade fértil têm HTA e 6-10% de todas as gravidezes são complicadas por esta patologia.
A HTA é uma das intercorrências clínicas mais frequentes na gravidez que acarreta riscos quer para a saúde da mãe, quer para a saúde do bebé. Pode complicar a evolução normal da gravidez, restringindo o crescimento normal do feto, podendo causar ainda o nascimento prematuro do mesmo, ou a própria morte do bebé.
A presença de hipertensão arterial na gravidez requer uma cuidada vigilância por uma equipa multidisciplinar face aos riscos acrescidos para a mãe e para o feto
Tipos de HTA que existem na gravidez
A HTA na grávida (valores iguais ou superiores a 140/90mmHg documentados em 2 determinações separadas de pelo menos 4 horas) pode surgir sob várias formas:
Hipertensão arterial crónica ou pré-existente
Nesta tipologia, a hipertensão já existia na mulher antes de engravidar, ou surgiu até às 20 semanas de gestação e que se prolonga depois das 12 semanas após o parto.
Hipertensão arterial gestacional
HTA que surge após as 20 semanas de gestação e que desaparece até às 12 semanas após o parto.
Pré-eclâmpsia
Define-se como hipertensão gestacional associada a um aumento de proteínas na urina. É uma situação mais grave e que em muitas vezes requer uma monitorização e internamento hospitalar;
Pré-eclâmpsia sobreposta a Hipertensão arterial crónica
HTA crônica em que após as 20 semanas de gestação surge um aumento das proteínas na urina. Tal como a situação anterior, muitas vezes requer uma monitorização e internamento hospitalar.
Eclâmpsia
HTA associada a um aumento de proteínas na urina e convulsões.
Sempre que se detete alguma destas situações, a mulher grávida deve ser referenciada para a Consulta de Alto Risco Obstétrico para uma vigilância cuidada, face aos riscos acrescidos para a mãe e para o feto.
Tabela dos níveis de pressão arterial
Na tabela presente abaixo é possível consultar os valores referentes às várias categorias de pressão arterial.
Causas e Fatores de Risco da Hipertensão
Em 5% dos casos de hipertensão, a doença pode ser resultado de condições como doença renal, complicações da diabetes, perturbações hormonais e apneia do sono. Nas circunstâncias descritas, define-se que é hipertensão secundária.
Nos 95% de casos restantes, a hipertensão não tem uma causa óbvia, sendo referida como hipertensão primária ou essencial, estando muitas vezes associada a fatores de risco que podem aumentar a probabilidade do seu desenvolvimento.
Desses fatores, alguns são impossíveis de contornar - como a idade ou a componente hereditária - e outros conseguem ser corrigidos, como é o caso do estilo de vida do indivíduo, que poderá prevenir o aparecimento da HTA.
São Fatores de risco de HTA:
Idade
A Pressão Arterial (PA) tende a aumentar com a idade, uma vez que, com o avançar da mesma, os nossos vasos sanguíneos perdem a sua elasticidade.
Estima-se que cerca de dois terços das pessoas com idade superior a 65 anos sejam hipertensas, sendo este o grupo etário em que a hipertensão sistólica isolada (aumento isolado da PA sistólica) é mais frequente.
Raça
Apesar da Hipertensão arterial poder afetar qualquer pessoa, é mais comum - e tendencialmente mais precoce e grave - em indivíduos de raça negra, comparativamente com indivíduos caucasianos.
Sexo
Antes dos 45 anos, a HTA parece ser mais frequente entre os homens. Já nas mulheres, a partir dos 65 anos (após o início da menopausa) existe um maior risco de desenvolver esta condição.
Hereditariedade
A existência de uma história familiar de HTA aumenta a probabilidade de desenvolver esta doença. Este risco aumenta ainda mais quando, para além de um fundo genético predisponente, são praticados estilos de vida pouco saudáveis. Não se podendo controlar a hereditariedade, podem ser adotadas medidas para diminuir o risco de HTA, presentes nos pontos seguintes.
Consumo excessivo de álcool
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode aumentar significativamente a PA. Sabe-se que o álcool constitui a terceira causa da doença e morte prematura a nível mundial, sendo um fator de risco importante para várias neoplasias, doenças cardíacas, doenças hepáticas, depressão e suicídio.
Obesidade
A obesidade é um fator de risco para doenças cardiovasculares. As pessoas com obesidade, para além de apresentarem um maior risco de desenvolver HTA, têm tendencialmente níveis mais elevados de colesterol e triglicerídeos e maior probabilidade de vir a ter diabetes e problemas cardíacos.
Tabagismo
É muito conhecida a relação entre o tabagismo, os problemas respiratórios e o cancro do pulmão. O consumo crónico e prolongado do tabaco também constitui uma causa importante de doenças cardiovasculares, sendo que o tabaco é um grande inimigo do coração.
Alimentação inadequada e consumo excessivo de sal
Uma dieta rica em calorias, com alto teor de gorduras saturadas e pobre em nutrientes essenciais é prejudicial à saúde e contribui para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Sedentarismo
Uma vida sedentária está intimamente relacionada com um maior risco de obesidade, HTA e doenças cardíacas.
Stress
Elevados níveis de stress podem aumentar temporariamente a PA, mas não está comprovada a relação entre o stress e a HTA. Não obstante, as pessoas expostas a situações de maior stress, têm habitualmente comportamentos e estilos de vida menos saudáveis que poderão influenciar o risco de HTA.
Causas da Pressão Arterial Baixa
Passamos de seguida para as principais causas de pressão arterial baixa ou hipotensão.
Diminuição do volume sanguíneo
Pode ocorrer como resultado de uma hemorragia abundante ou desidratação;
Medicação
Alguns tipos de medicamentos podem baixar a PA, incluindo os diuréticos e outros anti-hipertensores, alguns antidepressivos, medicamentos usados no tratamento da doença de Parkinson, entre outros;
Patologias graves
Tais como o choque séptico (infecção grave) ou anafilático (reação alérgica) provocam um declínio importante da PA, que pode colocar a vida em risco;
Problemas cardíacos
Algumas condições como a insuficiência cardíaca, o enfarte agudo do miocárdio, a bradicardia (frequência cardíaca baixa) e doenças das válvulas cardíacas, podem conduzir a uma diminuição da PA.
Problemas endocrinológicos
Alguns problemas hormonais como o hipotiroidismo e a insuficiência supra-renal podem causar diminuição da PA.
Hipotensão neurologicamente mediada
Esta condição relaciona-se com um problema de comunicação entre o coração e o cérebro, e ocorre após um longo período em pé.
Problemas neurológicos
A Pressão Arterial pode diminuir se houver algum problema com o sistema neurológico autonómico (parte do sistema nervoso que controla funções como a respiração, circulação do sangue e digestão).
Repouso prolongado no leito
Situações de repouso prolongado na cama podem levar a episódios de hipotensão.
Consequências da pressão alta
A hipertensão arterial é uma doença séria com complicações graves (por vezes mortais). Existem medicamentos para a tratar de forma a trazer os valores da tensão para níveis abaixo de 14/9, mas não muito baixos (se o doente já tiver doença cardíaca, diabetes, insuficiência renal ou colesterol elevado, não parece desejável menos que 12/8).
As consequências mais frequentes da HTA são:
- Ataque cardíaco
- Insuficiência renal
- Insuficiência cardíaca
- Angina de peito
- Lesões da retina
- AVC: Acidente Vascular Cerebral
Quais os sintomas do AVC isquémico e hemorrágico? Aprenda a identificar a tempo de reduzir sequelas graves ou até morte por derrame cerebral.
Como prevenir
As estratégias de prevenção, aplicadas atempadamente ao estilo de vida, apresentam um potencial enorme para prevenir o desenvolvimento de HTA e na redução da carga total de doença hipertensiva e correspondentes complicações.
Para diminuir a pressão arterial e o risco cardiovascular, as alterações no estilo de vida são largamente consensuais e devem ser instituídas a todas as pessoas, independentemente da necessidade de medicamentos anti-hipertensores:
- Redução da ingestão de sódio na alimentação (o sódio é o constituinte do sal responsável pelo aumento da pressão arterial e encontra-se naturalmente não só no sal de cozinha, mas também em vários alimentos, como os produtos de charcutaria, os queijos curados, entre outros);
- Dieta equilibrada: aumento do consumo de frutas, legumes e alimentos ricos em fibra e potássio; diminuição da ingestão de gorduras saturadas presentes em certos alimentos (por exemplo carnes vermelhas, gema de ovo, manteiga, queijos curados, produtos de charcutaria e alimentos pré-cozinhados);
- Moderação do consumo de álcool (por exemplo, um copo de vinho tinto à refeição);
- Prática regular de exercício físico, sobretudo com movimentos aeróbios (marcha, corrida, natação ou dança);
- Deixar de fumar;
- Redução e/ou controlo do peso, caso se verifique excesso de peso ou obesidade.
Além de todas estas medidas gerais de modificação dos hábitos e estilo de vida, deve ter-se sempre em consideração que, tratando-se de uma doença crónica, com potenciais repercussões e complicações, é preciso uma maior conscientização para:
- O controlo de outros fatores de risco cardiovascular;
- Caso o doente faça medicação anti-hipertensora, deve cumprir SEMPRE o esquema terapêutico proposto pelo médico em detrimento das complicações que possam daí advir com a suspensão do(s) fármaco(s) e nunca por iniciativa própria.
- Sinais e sintomas de alerta associados à elevação da pressão arterial, embora a doença em si seja considerada uma “doença silenciosa” por na maioria das situações não se encontrar associada a sintomas específicos.
- A medição de forma regular da tensão arterial, com registo dos valores para averiguar o controlo da PA no domicílio.
Medir tensão arterial
A medição da Pressão Arterial (PA) em casa é um complemento importante à medição da PA no consultório médico, sendo útil na avaliação e controlo da Hipertensão Arterial (HTA). A medição em ambiente de consulta, pelo médico, mostra como está a PA naquele momento, embora esta sofra várias oscilações ao longo do dia, sendo influenciada por diversos fatores, tal como foi visto anteriormente.
A auto-medição da PA em ambulatório, ao fornecer um maior número de medições da PA, em condições ideais, fora do contexto de consulta, permite ter uma perceção mais fidedigna do perfil tensional do doente.
Como escolher o aparelho para medição da PA?
Existe uma grande variedade de aparelhos no mercado, embora nem todos sejam recomendados. É importante o aconselhamento com um profissional de saúde (médico ou enfermeiro) na seleção do dispositivo mais apropriado.
Na escolha do aparelho para medição da PA ou tensiómetro, deve ter-se em consideração as seguintes características:
- Devem ser aparelhos automáticos de medição da PA no braço. Os dispositivos que pressupõem a medição no punho ou nos dedos, ainda que colocados junto ao coração, fornecem valores tensionais pouco credíveis;
- Escolher um aparelho validado. As especificações relativas à validação deverão constar das informações fornecidas pelo fabricante. Para verificar a lista de aparelhos validados, consulte www.dableducational.org;
- Devem ser utilizadas braçadeiras de dimensões adequadas (pequenas, standard ou largas) de acordo com o diâmetro do braço;
Idealmente os tensiómetros devem possuir uma memória suficiente para um número relevante de medições.
Medidor de tensão arterial de braço M2 da Omron
Tensiómetro de braço M3 da Omron
Medidor de tensão arterial M7 IT da Omron
Tensiómetro digital de braço Evolv
Como funciona o aparelho de tensão arterial ou tensiómetro?
A tensão arterial é medida com um esfigmomanómetro, um tensiómetro ou monitor da tensão arterial. Este é composto por uma braçadeira insuflável, que é colocada a envolver o braço, mais ou menos ao nível do coração, e por um dispositivo de monitorização que mede a pressão da braçadeira.
O aparelho mede duas pressões: a sistólica e a diastólica. A pressão sistólica é mais alta e ocorre quando o coração bate e bombeia o sangue através das artérias. Já a pressão diastólica é medida com o coração em repouso e se enche de sangue. Assim, por exemplo, a tensão arterial pode ser de 120 de máxima e 80 de mínima.
Os aparelhos de tensão arterial podem ser manuais ou medidores digitais, mas normalmente os de uso doméstico são digitais e todo o processo de medição é automático, à exceção da colocação da braçadeira no braço.
A braçadeira enche-se de ar até apertar no braço, cortando a circulação sanguínea e, em seguida, a válvula abre-se para esvaziar a braçadeira. Quando a braçadeira atinge a pressão sistólica, o sangue começa a circular pelas artérias. Isto cria uma vibração que é detetada pelo medidor, que regista a pressão sistólica. Num esfigmomanómetro analógico tradicional, os sons do sangue são detetados pelo médico que usa um estetoscópio.
À medida que a braçadeira continua a esvaziar, atinge a pressão diastólica e a vibração pára. O medidor deteta essa situação e regista de novo a pressão.
Com que frequência deve ser feita a medição da tensão arterial?
A avaliação da tensão arterial deve ser feita, idealmente, durante 7 dias seguidos, sendo que o período mínimo para se proceder a uma medição correta é de 3-4 dias em 2 períodos do dia: de manhã e à tarde. Em cada avaliação da PA, devem ser feitas 2 medições, com 2 minutos de intervalo.
Como medir a tensão arterial: passo-a-passo
- Escolha um local tranquilo, com uma temperatura amena
- Repouse 15 minutos antes da mediação
- Evite substâncias estimulantes, como café, álcool ou tabaco, até 30 minutos antes
- Evite roupas apertadas
- Apoie o braço, onde será feita a medição, à altura do coração
- A medição no braço é mas fiável do que no pulso
- Faça 2 medições com 2 minutos de intervalo e calcule a média
- Anote o dia, hora e valor obtido
O que fazer se a pressão arterial estiver baixa?
Se o doente não tiver nenhum sintoma, não há motivo para preocupações. Os sinais e sintomas relacionados com a PA baixa incluem:
- Tonturas
- Desmaio
- Sensação de desequilíbrio
- Visão turva
- Palpitações
- Confusão mental
- Fadiga
- Dificuldade de concentração
- Pele fria e pálida
- Náuseas
Se o doente apresentar algum destes sintomas, a PA baixa pode ter uma causa subjacente, pelo que é importante que seja observado pelo médico.
Sintomas
Regra geral, a HTA não provoca quaisquer sintomas nos primeiros anos de doença por este motivo é essencial o seu controle através da medição regular da PA.
Os sintomas mais frequentes são:
- Cefaleias
- Tonturas
- Mal-estar difuso
- Visão desfocada
- Dor no peito ou sensação de falta de ar
- Zumbidos no ouvido
Diagnóstico
Como por norma a HTA não causa sintomas, o seu diagnóstico é feito através da medição dos valores de PA e pela verificação de que os mesmos estão acima do limite normal. Um valor de PA aumentado isolado não significa que a pessoa seja hipertensa.
Exames
Para se efetuar o diagnóstico de HTA são necessários:
- pelo menos duas medições de PA aumentadas, em duas ocasiões diferentes;
- um profissional de saúde treinado para a medição;
- um esfigmomanómetro (aparelho de medição da PA) calibrado e validado e uma braçadeira adequada ao tamanho do braço.
Compete ao médico fazer o diagnóstico da doença, uma vez que a PA do adulto pode variar, devido a fatores como o esforço físico ou stress, sem que tal signifique que o indivíduo sofra de HTA. O médico especialista no diagnóstico e tratamento da HTA é o cardiologista.
Tratamentos
Atividade física e exercício físico
A atividade física engloba qualquer movimento corporal pelos nossos músculos esqueléticos, com gastos energéticos acima dos níveis de repouso. Inclui as atividades do dia a dia que envolvem movimento como, por exemplo, trabalhos domésticos, jardinagem, caminhar, subir escadas.
O exercício físico, por outro lado, é planeado, estruturado, repetitivo e com a finalidade de alcançar um objetivo. Inclui natação, corrida, musculação, ciclismo entre outros.
Este desempenha um papel importante tanto na prevenção como no tratamento e controlo da HTA, sendo que o exercício aeróbio regular reduz a Pressão Arterial (PA) em repouso em indivíduos normotensos (com PA arterial normal) e nos hipertensos. Esta tipologia de exercício influencia ainda favoravelmente a composição corporal (com diminuição da massa gorda), melhora a condição física e diminui os triglicerídeos e LDL e aumenta HDL.
Deve-se optar preferencialmente por exercício aeróbio (corrida, ciclismo, caminhada) devendo ser suplementado com exercícios de resistência/força, que levem ao aumento da força e massa muscular (flexões, agachamentos, pesos).
A frequência ideal na prática de exercício físico será todos os dias ou, pelo menos, 4 a 5 vezes por semana, e a duração deve ser entre 30-60 minutos, de forma contínua ou acumulada durante o dia.
Alimentação/dieta adequada
Segundo a Sociedade Portuguesa de Hipertensão Arterial (SPHTA), o plano alimentar DASH (abordagem alimentar contra a hipertensão) é um plano flexível e equilibrado, que mostrou ser eficaz na diminuição da pressão arterial, na perda de peso e na melhoria dos níveis de colesterol.
O plano alimentar DASH:
- Realça o consumo de vegetais, fruta e produtos lácteos magros;
- Inclui grãos integrais, peixe, aves, feijão, sementes, nozes e óleos vegetais;
- Limita o consumo de sal, doces, bebidas açucaradas e carne vermelha.
Em termos de conteúdo nutritivo a DASH é:
- Baixa em gorduras saturadas;
- Rica em potássio, cálcio, magnésio, fibras e proteínas.
Por outro lado, a dieta mediterrânea é um plano alimentar saudável, baseado em alimentos e receitas típicas da cozinha de estilo mediterrânico. Esta dieta apresenta variações consoante a região/país da costa do mar mediterrâneo, no entanto, existe um padrão de características em comum:
- Elevado consumo de frutas, vegetais, cereais, batatas, feijão, nozes e sementes;
- Azeite é uma fonte de gordura monossaturada importante nesta dieta;
- Produtos lácteos, peixe e aves são consumidos de forma moderada, e a carne vermelha é consumida pouco regularmente;
- Ovos são consumidos entre 0 a 4 vezes por semana;
- Vinho é consumido em doses baixas a moderadas.
A dieta Mediterrânea está associada a um estilo de vida mais saudável, com melhor qualidade de vida, incluindo um coração mais saudável e um bom controlo do peso.
Deixar de fumar
Fumar provoca um aumento agudo da Pressão Arterial (PA) e da frequência cardíaca, que persiste por mais de 15 minutos depois de fumar um cigarro. Vários estudos demonstraram que os fumadores apresentam valores da PA diária mais elevados do que os não-fumadores.
Além disso, o tabagismo, tal como a hipertensão, são importantes fatores de risco cardiovascular, contribuindo para doenças como acidente vascular cerebral, enfartes e doença arterial periférica.
Benefícios em deixar de fumar
- A família e amigos do fumador deixarão de inalar o fumo dos seus cigarros;
- Desaparecerá o mau hálito e as manchas amarelas nos dentes;
- O paladar e olfato melhoram, bem como a capacidade para o desporto;
- Acabará o cheiro a tabaco da roupa, carro, casa, etc;
- Os sintomas respiratórios como a tosse melhorarão.
- Vai sobrar mais dinheiro para outras coisas.
Para saber mais informações sobre cessação tabágica, o doente deve falar com o médico assistente e consultar o site www.deixar.net.
Controlar o consumo de sal
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo de 5g de sal por dia para um adulto (1 colher de chá rasa) e 3g diárias para as crianças. Isto já inclui não só o sal acrescentado aos alimentos, como o que faz parte da sua composição, na totalidade de todas as refeições realizadas ao longo de um dia.
O sal não faz mal, aliás é necessário à sobrevivência dos seres humanos. É o seu excesso que é prejudiciall. Quando consumido em demasia faz o organismo reter mais líquidos e aumentar o volume, levando a uma sobrecarga no sistema circulatório, prejudicando os rins e contribuindo para o aumento da pressão sanguínea.
Segundo dados da população portuguesa, se cada pessoa consumisse menos 2g de sal (0,8g de sódio) por dia, a taxa de AVC cairia entre 30 e 40% nos 5 anos seguintes, ou seja, em média, seriam menos 11.000 casos de AVC por ano em Portugal!
Em todo o mundo, o consumo excessivo de sal é responsável por 2,3 milhões de mortes por ano, devido a doenças cardiovasculares.
Medicamentos para tensão arterial
O seu médico dispõe de várias opções disponíveis para o tratamento ideal. Estas opções dependem da idade, da história clínica pessoal, da medicação que está a fazer, das possíveis causas da hipertensão e, como é evidente, do nível de hipertensão.
Desta forma, o médico pode prescrever medicamentos para controlar a HTA, chamados de anti-hipertensores.
Os principais remédios anti-hipertensores são:
- Diuréticos
- Vasodilatadores
- Bloqueadores dos canais de cálcio
- Inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA)
- Beta-bloqueantes
Terapias Complementares
A prática da meditação pode levar o corpo a um estado de repouso profundo, o que pode reduzir a tensão arterial.
O Ioga, Tai Chi, Pilates e técnicas de respiração profunda também ajudam.
Todas estas técnicas de relaxamento devem ser combinadas com mudanças no estilo de vida – por exemplo, dieta e exercício.
Conclusão
Ser hipertenso em Portugal é, infelizmente, uma realidade comum. De tão comum que temos de estar atentos a como a hipertensão arterial é diagnosticada e como a pressão arterial é medida no consultório, nas farmácias, nos rastreios ou em casa.
Ser hipertenso (aumento da pressão arterial) em repouso é apresentar uma pressão sistólica superior ou igual a 140 milímetro de mercúrio (mmHg) e/ou uma pressão diastólica superior ou igual a 90 mmHg.
O diagnóstico da hipertensão arterial passa, obrigatoriamente, pela determinação correta da pressão arterial. Para a medir, são necessários um medidor de tensão e um técnico de saúde que saiba o que vai fazer: que não prescinda das condições mínimas, técnicas e ambientais, para a efetuar.
Visite um centro Mais que Cuidar no próximo de si e encontre profissionais de saúde que vão aconselhá-lo e ajudá-lo a escolher o melhor aparelho de medição da tensão arterial. Além disso, vai descobrir uma gama completa de cuidados de saúde ao domicílio tais como serviços de enfermagem e serviço de apoio domiciliário.
Com vista a sensibilizar a população para a importância da prevenção e controlo desta patologia, impedindo o seu desenvolvimento, comemora-se, a 17 de maio, o Dia Mundial da Hipertensão.
Com vista a sensibilizar a população para a importância da prevenção e controlo desta patologia, impedindo o seu desenvolvimento, comemora-se, a 17 de maio, o Dia Mundial da Hipertensão.
Referências